Cinco amigas e suas mentes criativas
High Five Stories
–É isso mesmo o que você quer?
–Sim.
Finn tinha pensado muito a respeito do que Kurt lhe dissera na delegacia sobre prestar serviço comunitário para não ser peso por ter atropelado aquele tal de Will Schuester.
Burt avaliava o enteado com uma cara desconfiada, as sobrancelhas arqueadas:
– Finn, seria ótimo, mas... você tem largado tudo a que se propõe nos últimos anos...
O rapaz passou a mãos impaciente pelos cabelos, bufando:
–Burt, é o seguinte: não quero acabar de me ferrar numa cadeia. O melhor é eu me dispor a trabalhar nesta tal escola de artes do que mofar na prisão.
–Ok.- assentiu o padrasto, pedindo aos céus de que aquilo enfim, colocasse a cabeça de Finn nos eixos de novo.
{...}
Ele era alto; 1,91 de altura, precisamente. Moreno, belos olhos castanhos, corpo forte e delineado, mas sem ser malhado excessivamente. Seus rosto era lindo, aliás. Nariz bonito, sorriso confiante de onde brotavam covinhas em cada lado... este era Finn Hudson, que parecia um príncipe encantado, mas que estava encarando um juiz para receber sua sentença por ter atropelado um homem enquanto estava bêbado.
–Então, é verdade que o senhor tem interesse em prestar serviços comunitários na instituição da vítima, sr. Hudson?
–É... sim, meritíssimo.
Will Schuester e sua esposa se entreolharam, surpresos. O juiz indagou para ele:
–Bom, visto que não foi um acidente grave, parece-me uma proposta viável. Sr. Schuester, o que o senhor acha disto?
O homem de cabelos encaracolados e que ainda estava com uma bota ortopédica devido ao acidente provocado por Finn fitou o rapaz com atenção:
– Bom, você tem alguma habilidade com música, ou algo assim?
–Eu toco bateria desde criança, e sei cantar. Nunca fiz isso profissionalmente, mas...- Finn encolheu os ombros.
–Eu aceito, meritíssimo.- disse Will.- Creio que será uma ótima medida ressociabilizante.
Finn rolou um pouco os olhos, apático. Seria mesmo uma grande guinada em sua vida.
{...}
Kurt ficou eufórico quando soube que seu irmão tinha aceitado sua proposta. Finn andava agindo como um cabeça-dura inconsequente, mas ele conhecia aquele grandão como ninguém. Eles não eram irmãos de sangue, seus pais se casaram na época em que estavam na escola, mas eles tinham um relacionamento fraterno como se seus genes fossem os mesmos.
– Ele é um cara legal, Rachel.- Kurt dizia para a amiga. Ambos eram professores na Musical House, e BFF’s um do outro.
–Olha, seu irmão atropelou uma pessoa porque estava bêbado! Como você pode dizer que ele é legal?
– Acredite, Finn é um cara legal, sempre foi. Só tá passando por uma fase ruim.
Rachel suspirou, não querendo brigar com Kurt por causa de alguém que nem conhecia, mas já detestava. Ela não engolia esta história de que esse tal de Finn Hudson estivesse querendo se “ressociabilizar”. Para ela, isto era uma tática para fugir de uma pena na prisão, mas ela não mandava nestas decisões e se Will, que tinha sido a vítima, tinha aceitado, quem era ela para discordar?
Uma semana depois, de manhã bem cedo, Kurt apareceu com seu irmão na Musical House. Will reuniu alunos e professores no grande auditório da Musical House para apresentá-lo a todos.
Finn viu que a Musical House era realmente tudo aquilo que Kurt lhe dissera. Tinha várias salas de práticas artísticas, e vários professores e alunos, crianças e adolescentes que agora o olhavam com atenção. Will apenas o apresentava sem entrar em detalhes de dizer que fora ele que o havia atropelado. Apenas ele, Emma, Kurt, Rachel e Blaine sabiam porque Finn estava ali.
Finn agradeceu mentalmente à discrição do homem. Engraçado, ele o atropelara e ele é que estava bancando o legal com ele...
Terminadas as formalidades, alunos e professores se dispersaram para as suas respectivas aulas. Will, no entanto, deteve Finn:
–Finn, vamos combinar o que você fará aqui?
O rapaz assentiu e o acompanhou até sua sala.
Ele não sabe dizer o que sentiu. Seu coração simplesmente disparou sem motivo aparente, pois um anjo moreno, de vestido florido era iluminado pelo sol que entrava através da grande janela que ficava atrás da cadeira de Will.
–Ah, Rachel, que bom que você estava já aqui.- sorriu Will.- Finn, esta é Rachel Berry, uma das melhores professoras daqui, futura estrela da Broadway e meu braço direito na Musical House.
Finn estava boquiaberto. Fazia tempo que não se sentia tão genuinamente interessado em alguém, e, woww, ela era linda.
Rachel sentiu seu rosto queimar ao apertar a mão de Finn. Só pelo o que ouvira falar dele já o detestava, mas se ele não fosse tão bonito e atraente, ela teria reforçado seus pré-julgamentos ainda mais.
–Bem, Finn, Rachel, vocês vão trabalhar juntos, ok?
–C- como assim?- de repente ela se virou para seu chefe, um pouco ainda hipnotizada por Finn.
– Você é a melhor, Rachel. Quero que acompanhe o Finn, lhe apresente os alunos, enfim, seja uma espécie de “monitora”, dele.
Finn olhou para a garota e quis dizer que não era criança ou algo do tipo, mas ele não era burro, sabia que confiança era algo que ninguém estava depositando nele, ultimamente.
Rachel pareceu conter-se para não falar nada. Virou-se para Finn, rígida:
–Espero que você não me crie problemas. - falou entredentes.
Will, que já conhecia a personalidade forte de Rachel, sorriu um pouco.
–Eu não tô a fim de criar confusão, baby.- Finn respondeu, sarcástico, aproximando-se dela.
–Assim espero. - ela disse, abrindo a porta e olhando para ele, indicando que a acompanhasse.
–O que faltava a ele era uma dose de Berry.- falou Will para si mesmo, rindo baixinho