Cinco amigas e suas mentes criativas
High Five Stories
“O amor pode chegar quando você menos esperar”...
Mas Finn Hudson não acreditava nisso. Ele não era de se apaixonar e sim, por mais que tivesse namorado Quinn Fabray por muito tempo na escola, ele não fora apaixonado por ela durante todo este período. Na verdade, nunca alguém tinha lhe inspirado aquele “quê” que fizesse a rota do seu mundo mudar, aquela coisa que te devaneia... por isso, cada vez mais, Finn achava que amor era para os fracos, ou invenção da mídia, só podia.
Ele nem parava para pensar nisso, na falta que uma namorada lhe fazia. Finn estava numa fase complicada da vida, aos vinte e cinco anos, tinha interrompido a faculdade de Jornalismo, viajado pelo país procurando diversão e farra, se metido em confusões, virado o filho-problema do deputado Burt Hummel, dando dor de cabeça a ele, à mãe e ao irmão, Kurt.
Mas, de todas as confusões, ele tinha se saído bem... até aquela noite, em que bebeu demais, pegou o carro e atropelou um homem.
- O que você tem nesta cabeça? Vento? Você é idiota ou o quê, dirigindo bêbado, Finn?- Burt esbravejava ao telefone. Era difícil tirá-lo do sério, mas Finn andava praticando isto ultimamente, tirar o padrasto do seu juízo perfeito.
- Foi um acidente!- o rapaz disse entredentes, enquanto seu advogado falava com o delegado.
- Você estava bêbado! Isso não tem desculpa! Passe aí para o doutor Samuel!
Finn revirou os olhos e deu o telefone para seu advogado, o doutor Edgar Samuel, que tentava convencer o delegado de que seu cliente poderia simplesmente pagar a fiança e ir embora. Mas a autoridade olhava bem para Finn, analisando sua condição totalmente bêbada e insolente, seu ar de menino mimado que não dava a mínima, e decidiu:
-Ele vai ser indiciado, vai pagar fiança mas vai responder, se depender de mim, na justiça.- disse o delegado.
- Mas, será que o senhor não pode repensar meu caso, eu sou réu primário... - indagou Finn.
-Mas dirigir bêbado é crime, senhor Hudson.
{...}
-O quê?!- Rachel se sobressaltou.- O senhor Schuester foi atropelado?!
A garota judia andava de um lado para o outro na secretaria da Musical House, o centro de música para jovens carentes que era dirigido por William Schuester. Ela era uma das principais instrutoras do lugar e tinha um grande afeto por ele.
-Mas não foi nada muito grave, Rachel. - Emma, a mulher de Will, falava ao telefone.- Ele vai ser liberado hoje mesmo para ir para casa, parece que só teve um problema no pé, tornozelo, ainda não sei ao certo. Você pode tomar conta de tudo aí enquanto eu o levo para casa e resolvo as coisas aqui?
- Sim, claro.
Rachel Barbra Berry. Vinte e cinco anos, baixinha, morena, nariz típico de menina judia, grandes e belos olhos castanhos, além de um par de pernas de parar o trânsito. Mas Rachel não tinha seu corpo como foco, e sim, sua arte, que era cantar. Desde pequena, ela sonhava em brilhar na Broadway, e batalhava por papéis de destaque enquanto também trabalhava na Musical House, uma casa criada por William Schuester para ensinar crianças e jovens carentes a cantar, dançar e interpretar. A Musical House era a grande chance que muitos daqueles garotos tinham de terem um futuro com mais perspectivas, mesmo que elas não seguissem, necessariamente, a carreira artística.
Ela pôs o telefone no gancho e suspirou, sentando-se na cadeira que era de Schuester, quando ele estava lá.
- Você já soube do que aconteceu?- perguntou Blaine Anderson, um dos professores do local, ao entrar na sala.
-Sim, Emma acabou de me informar. - Rachel respondeu.
-Você não vai acreditar, mas o Will foi atropelado pelo irmão do Kurt.
Rachel arregalou os olhos, atenta:
-Mas, espera, a família do Kurt não é de Ohio?
-Parece que o irmão dele estava aqui em Nova York... enfim, esta história parece que vai dar pano pra manga, porque eu e Kurt estávamos nos falando hoje de manhã e ele disse que o irmão dele vai ter que responder na justiça.
-Que responda! Acho muito justo!- Rachel disse, flamejante.- Imagina, e se acontece algo pior com o Will? E se ele tivesse morrido? É bom que este irresponsável aprenda.
{...}
-Finn, você me decepcionou tanto. - sua mãe murmurou, enxugando os olhos.
Carole estava cansada de, nos últimos anos, aguentar as enrascadas em que seu filho se metia. Ela e Burt, padrasto do rapaz, acharam que era uma fase, mas quando ele passou a abusar do álcool, festas, mulheres diferentes todos os dias e trancou a faculdade, o sinal de alerta fora ligado.
- Mãe, não foi nada.- ele dizia calmamente, olhando para o teto.
-Claro que foi!- Carole explodiu, segurando a gola do filho.- você não era assim! Inconsequente, indolente, rebelde!
- Ah, me deixa em paz!- ele gritou, levantando-se.- Olha, pra se livrar de mim é muito simples: pede pro Burt comprar um apartamento para mim aqui em Nova York, que eu não suporto mais Ohio, e tá tudo certo, não encho mais o saco de vocês.
-Se você quiser morar aqui, trabalhe e se sustente.- disse Carole, apanhando sua bolsa para sair da delegacia.- Espero que você tenha bastante contato com a realidade para voltar à ela.
{...}
-Trabalho comunitário?!
-É, Finn.- Kurt repetiu.- é onde eu trabalho, que, por uma grande ironia do destino, é justamente do cara que você atropelou.
- Eu não tenho nenhuma grande habilidade artística, meu caro.- Finn retrucou, sarcástico.
-Ah, não? Quem toca bateria desde criança aqui? Quem vive cantando classic rock no banho? Finn, você tem um valor que nem sabe...
Finn olhou para o meio-irmão, que o fitava de forma penetrante com seus olhos azuis:
- Minha pena pode ser reduzida?
-Sua pena pode ser simplesmente essa. Encontrar a si próprio.- arrematou Kurt, afagando o cabelo castanho de Finn.