Cinco amigas e suas mentes criativas
High Five Stories
Finn pegou Rachel de táxi em frente à república porque pretendia tomar um vinho, não queria se preocupar com direção. Ficou maravilhado ao ver que ela estava mesmo especialmente linda naquela noite e não deixou de dizer isso a ela, enquanto abria a porta para que ela entrasse no veículo, como um perfeito cavalheiro. Ele entrou em seguida, fazendo um carinho no rosto dela, e beijando-a de um jeito doce, um jeito diferente do dos beijos que ela estava acostumada a receber dele, sempre tão cheios de um desejo urgente. Os dois sorriram.
“Aonde vamos?”
“É surpresa... já já você vai saber e eu acho que não vou decepcionar. Na verdade, eu devo confessar que não foi uma escolha fácil e eu acabei pegando umas dicas com Kurt.”
“Kurt é o seu irmão?”
“Sim, meu irmão... na verdade, ele é filho do primeiro casamento do meu padrasto. A minha mãe e o Burt se casaram quando eu e ele tínhamos 16 anos. A gente já se conhecia da escola, mas não éramos amigos. Na verdade, ele não gostava nem um pouco de mim, porque eu tinha amigos que... bem, você sabe, às vezes algumas pessoas acham que tem que fazer coisas estúpidas com outras para serem populares, posarem de superiores, para se sentirem bem... então alguns amigos meus infernizaram a vida dele por um tempo, por ele ser homossexual.”
“Hum... chato...”
“É, muito... e então, para o Kurt, a gente ter ido morar na mesma casa, ter que conviver e tal, não pareceu uma boa idéia no início. Mas ele logo viu que, na realidade, ele não tinha motivos para se preocupar. Ao contrário: depois que a gente se aproximou, eu não deixei fazerem mais nada com ele. Eu não era de me meter, de modo geral, mas era o meu irmão! E família é uma coisa sagrada pra mim.”
Finn estava mostrando um lado definitivamente novo para Rachel. Um lado que, sem sombra de dúvida, ela queria conhecer mais e o fazia ainda mais irresistível a seus olhos.
“Eu acho que lembro do Kurt... acho que ele estava em um coral que a gente tentou montar no primeiro ano, mas não durou mais do que uma semana...”
“Novas direções, com o Prof. Schuester, o professor de espanhol... eu sei. Eu até lamento só ter me aproximado do Kurt no segundo ano... talvez eu pudesse ter ajudado... o pessoal da banda poderia ter entrado pro coral... não sei, né?”
“E ele agora está fazendo o quê?”
“Ele estuda moda na Califórnia. Mas ele vive viajando pra cá, porque o namorado dele estuda aqui... a gente sempre se vê...”
Nesse momento, eles chegaram ao local que Finn tinha escolhido para o primeiro encontro deles.
“Aqui? Jura? Nossa, seu irmão é bom mesmo!” Os dois riram.
Dessa vez, Finn não teve dúvidas em pegar a mão dela e caminhar assim, de mãos dadas com aquela morena encantadora com que ele teria orgulho de ser visto, em direção ao restaurante e à mesa que ele havia reservado. A mão dela era tão pequenininha na dele, tão macia, tão perfeita junto à dele. Se pudesse, ele nunca a deixaria ir.
“Então... Sardi’s? O que tem de especial nesse lugar, afinal? Porque é certo que, acertar, o Kurt acertou. Você ta com cara de criança que ganhou brinquedo novo.” Os dois riram, sentados um de frente para o outro, em uma mesa muito bem localizada do famoso restaurante.
“É verdade. Eu simplesmente amo esse lugar, Finn. Eu venho sempre que posso. O seu irmão estuda moda, mas certamente deve conhecer muita gente de teatro e deve saber o quanto esse lugar nos inspira. Quando eu estou desanimando, pensando em desistir, achando tudo muito complicado, difícil, se eu posso, eu venho aqui. Eu olho para essas caricaturas na parede e pronto! Eu me lembro de onde eu quero estar, aonde eu quero chegar.”
“É muito legal ver como você sonha grande, Rach!”
“Ah, Finn, mas pelo que eu vejo você também tem seus sonhos. Você queria trabalhar com o Figgins pra poder aprender com ele, você parece trabalhar duro pra ser um grande músico, assim como eu trabalho pra chegar à Broadway.”
“Eu tenho sonhos... objetivos, sonhos. Eu quero viver de música, aprender cada vez mais de música. Emocionar as pessoas. Só que eu nunca pensei numa caricatura minha num dos restaurantes mais conhecidos de NY, ao lado de artistas conhecidos até internacionalmente... isso é... graaaaande!!” Eles riram juntos e ele pegou a mão dela.
“É muito bom estar aqui pela primeira vez, estando com você, Rach.”
“Pra mim também é muito bom estar aqui com você, Finn.” Os dois se olharam de um jeito novo.
O jantar foi maravilhoso. Os dois ficaram sabendo bem mais da vida um do outro, dos sonhos, das expectativas, dos obstáculos que cada um já tinha encontrado pelo caminho, dos amigos, da família. Depois do jantar, ele a convidou para “esticar” a noite tomando mais um vinho em um piano bar ali perto e o assunto continuou por horas. Quando finalmente os dois resolveram que era hora de ir para “casa”, já estava quase amanhecendo e já não havia praticamente nada que um não soubesse sobre o outro.
Finn informou a Rachel que Mike tinha ido dormir com Tina no quarto das duas e que ela, portanto, iria dormir com ele. Ela fingiu protestar, disse que ele não podia decidir as coisas assim, sem falar com ela. Porém, no fundo, ela estava mais do que feliz em passar ainda mais tempo com ele e em, finalmente, ficar sozinha com ele e poder fazer coisas que ela já estava com vontade de fazer havia algumas horas, mas não eram nada próprias para um piano bar.
Essa noite, o sexo entre eles foi algo diferente, o que não passou despercebido por nenhum dos dois, mas também não foi mencionado por qualquer um deles. Continuava havendo o mesmo desejo, o mesmo tesão. Mas, dessa vez, havia mais carinho, mais entrega. E Rachel estava completamente a vontade, livre de quaisquer inseguranças e pudores que pudesse ter antes. Depois de duas rodadas, os dois adormeceram e, no adia seguinte, já no começo da tarde, Rachel abriu os olhos para uma das imagens que mais lhe trouxeram prazer até aquele momento na vida.
Finn trazia uma bandeja repleta de frutas, suco, leite de soja, café, tofu, cereais e com um pequeno vasinho no meio com uma orquídea. Era o gesto mais romântico que alguém já tinha feito para ela. Tudo bem que ela ainda não tinha tido grandes oportunidades de receber café da manhã na cama de nenhum outro rapaz, mas, ainda assim, ela estava encantada. Além de trazer o café, dava para ver que ele tinha pensado nos detalhes, tinha prestado atenção no que comprara, era um café para Rachel Berry, para uma mulher vegan. E para completar, melhor do que tudo aquilo, havia o sorriso dele, aquele rosto lindo, aquelas covinhas perfeitas. O que ela podia querer mais?
Se ela podia ou não, ela não sabia, mas, incrivelmente, ainda haveria mais. Haveria uma tarde inteirinha juntos, abraçadinhos na cama, ouvindo música, assistindo Across the Universe, depois da revelação de que os Beatles eram uma das, surpreendentemente muitas, paixões que eles tinham em comum, trocando carinhos, que evoluíram, eventualmente, para dois rounds de sexo, conversando e rindo muito das histórias um do outro e até de histórias do McKinley de que os dois se lembraram juntos.
No final do dia, Finn levou Rachel para a república onde ela morava e se despediram, ambos carregando consigo um mesmo sentimento composto de sensações opostas: o encontro tinha sido simplesmente PERFEITO e o encontro tinha acabado de deixar de ser perfeito porque tinha chegado ao fim.
Mas aquele seria apenas o primeiro de muitos encontros.