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- "Nada vindo de um filme de Cowboys."

- "Nada vindo de um musical."

- "Nada que Kurt proponha."

- "Nisso concordamos." – disse Finn, colocando uma pequena bola de futebol americano no carro, que já tem brinquedos e decoração. "Não deveríamos esperar até saber os sexos, pelo menos, antes de comprar roupa e... pequenos chapéus?" – questionou, olhando a pilha de gorros que sua esposa metia entre os brinquedos.

- "Não deveria esperar até que aprendam a caminhar antes de obriga-los a jogar futebol americano?" – respondeu ela, ofendida.

Finn suspirou, tratando de manter a calma. A Rachel hormonal estava mais latente do que nunca naquela manhã e ele devia se armar de todas suas forças para não discutir.

- "Se tem algum menino, eu gostaria de colocar Christopher, como meu pai." – confessou ele.

Só então o rosto dela se suavizou.

- "Eu sei. Esse está em primeiro na lista. Acho que podemos usar os nomes dos meus como segundos nomes. E eu gostaria de colocar Carole se tem alguma menina. Mas também em segundo lugar, para não gerar confusões." – disse ela, enquanto analisava os diferentes tipos de carrinhos para gêmeos.

Finn se sentiu tão comovido pelo que sua esposa acabava de dizer que sentiu a urgência de beijá-la ali mesmo. Porém, Rachel falou antes de que pudesse fazer.

- "Se está pensando em me beijar terá que fazer no banheiro, porque sabe que não tenho barreiras nesses dias." – murmurou, quase de forma sedutora.

Finn sorriu: ainda lhe doía as costas por causa de seu último encontro furtivo com Rachel, que havia acontecido um par de manhãs atrás na mesa de seu escritório, entre as estatísticas dos jogadores e possíveis táticas de jogo.

- "Mamãe, posso levar isso? Acho que ficará bom no quarto dos bebês." – disse Amy, saindo das profundezas das estantes e mostrando um grande urso de pelúcia.

Rachel sorriu.

- "Quer para os bebês ou quer para você?" – questionou, olhando nos olhos de sua filha.

- "Bom, suponho que eu poderia usar até que eles nasçam."

- "Ou elas." – a corrigiu seu pai, adicionando o urso a pilha. "Que tal Eva? Eva é um lindo nome."

- "Não. Que tal Sophie? Acho que é doce."

- "Meh... Anna?"

- "Wendla?"

- "Isso é da Broadway. Dissemos que os nomes da Broadway não estão permitidos."

- "Você disse que os nomes da Broadway não estão permitidos."

- "Se chama 'concessões', carinho. E realmente, poderia chamar noss filha de Wendla? Sério, Rachel?"

- "Façamos mais democrático." – ela disse, buscando entre os livros da loja aqueles dedicados a nomes de bebês e pegando também uma lousa mágica. "cada um colocará dois nomes todos os dias e poderá riscar um do que o outro propôs. Ok?"

- "Ok." – concordou ele, repassando rapidamente as primeiras paginas do livro enquanto se dirigia até o caixa. "Minha Nossa! Quem pode chamar seu filho de 'Alastor'?"

-oo-

- "Por que riscou Ernesto? É um nome incrível."

- "Vivemos no século vinte e um, carinho, não em um livro de Oscar Wilde ou na Revolução Cubana."

- "Desde quando sabe tanto?"

- "Estive lendo esse livro de nomes, para sua informação. Além do mais você riscou Sara e eu achava lindo."

- "Minha prima se chama Sara, Finn e não é nada agradável."

- "Sua prima, aquela que cuida dos cabelos ou a que tem a perna ortopédica?"

- "Nenhuma dessas. A que se dedica a colecionar objetos estranhos."

- "Oh sim. Sim, é melhor descartarmos Sara."

- "Lembrou de pagar o...?"

- "Sim, Rach."

- "Ok. Só checava."

- "Quem colocou Ingrid na lista?"

- "Te disse que tínhamos que deixar fora do alcance de Kurt."

-oo-

- "Como se atreve a riscar o nome Barbra? Isso é uma heresia, Hudson!"

- "Oh, perdão? Não havíamos concordado sobre nada de Musicais e/o relacionado com eles?"

- "..."

- "Isso pensei. E deve deixar de escrever Funny todos os dias, carinho. Tão pouco vai passar."

- "Estou tratando de te persuadir."

- "Não está surtindo efeito."

- "O que deveria fazer para te convencer?"

- "Bom... me acariciando assim é um bom começo. Mas vai ter que se esforçar um pouco mais."

- "A porta está fechada?"

- "Sim."

- "Finn... não está de roupa íntima?"

- "Bom, do que serve se na metade do tempo está me tirando ela?"

- "Eu gosto da sua lógica."

- "Ok, bebês... mamãe e papai estão a ponto de fazer, então tampem os ouvidos."

- "E agora, porque isso tem que ser suficiente para assegurarmos Funny."

-oo-

- "Lenny."

- "Não. Jhon?"

- "Muito comum. Sam?"

- "Muito... Sam Evans."

- "Oh, é verdade. Rovert?"

- "Veja, Dave significa 'o bárbaro'. Quão acertado."

- "Sabia que ele é gay?"

- "Eu pressentia."

- "Claro que sim, não te escapa nada."

- "Damon?"

- "Não. Você o que diz, Amy?"

- "Eu gosto de... Jesse."

- "Nem em mil anos."

- "Sinto muito, carinho, mas não tem chance. Prefiro deixar que sua mãe escolha um nome de algum musical da Broadway."

-oo-

- "O que faz?"

- "Pratico meus solos."

- "Sabe? Acho que é um pouco injusto."

- "O que, que me deem os solos? Isso não é o Glee Club, Finn... sou a protagonista, os solos me correspondem."

- "Não, não é isso. Me incomoda que esteja todo o dia com eles."

- "Está brincando? O que quer que eu faça, que tire o útero e te entregue por um par de dias? Porque eu ficaria encantada, Finn..."

- "Não, não é isso. Você... canta, dança e compartilha com eles ou elas todo o tempo, eu não posso sequer comprar uma maldita bola sem que me olhe estranho."

- "Finn..." – ele não lhe deu chance de se desculpar, já que tudo o que ela recebe é o som da porta batendo e o sangue gela ao pensar que é a primeira vez em seus anos de casados que isso acontece.

-oo-

- "Rach? Está acordada?" – murmurou ele, horas depois, enquanto entrava no quarto.

- "Sim, não podia dormir. Finn... não tem ideia do quanto lamento." – respondeu ela, convidando ela a se deitar ao seu lado.

- "Não, eu que lamento. Não deveria ter descarregado em você, carinho. Não quis fazer." – se desculpou ele, tirando a roupa e deslizando na cama.

Rachel se acomodou ao corpo dele imediatamente, quase de forma instintiva.

- "Sei que ambos estamos estressados e ansiosos, mas ainda nos falta muito tempo e acho que deveríamos desfrutar um pouco mais." – murmurou ela, brincando com os dedos dele, que repousavam sobre seu próprio ventre (que já começava a sobressair).

- "Eu só... te amo tanto, Rachel. Não posso esperar para ver eles, sabe? Ter eles em meus braços, sentir eles. Compartilhar coisas com eles ou com elas ou... o que for. Não sabe o que é sentir eles pela primeira vez, sentir seus pequenos dedos buscando sua mão ou ver como seus olhos te olham. Vou morrer ao vê-los, Rach. Sei que vão ter seus olhos e vou morrer se for assim. Não posso espertar para te ver neles, nos encontrar ali." – disse, com um nó na garganta.

- "Seguem o ritmo." – sussurrou ela, emocionada, como se aquilo fosse a verdade mais linda do mundo.

- "O que?"

- "Quando estou cantando, ou quando escuto música... eles chutam no meu ventre seguindo o ritmo. Como se fosse... o pedal de uma bateria." – lhe explicou, enquanto as lágrimas escapavam e caiam pela bochecha.

Finn soltou uma gargalhada, mas Rachel pode ver como ele também umedecia os olhos. Se aproximou de seu ventre e o beijou, murmurando algo que Rachel interpretou como um 'amo vocês'. Acariciou o cabelo dele amorosamente, tratando de não chorar (agora que pensava, o cabelo de Finn era incrível. Talvez algum dos gêmeos fosse herdá-lo).

Finn se aproximou dela, a beijando fortemente nos lábios, murmurando um 'te amo' entre cada beijo. Quando se separaram, ela buscou uma pequena bolsa que tinha dentro da mesinha de cabeceira e deu a ele.

- "O que é isso?" – questionou, pegando os pequenos trajes na mão.

- "São uniformes dos Jets para bebês." – lhe explicou ela.

- "Achei que não queria que jogassem Futebol Americano."

- "Não sei se vão querer jogar, mas acho que não está mal que sejam fanáticos pela equipe que você dirige. Estou segura de que convencerá eles para jogarem em algum ponto, claro." – agregou, com um sorriso.

Finn ficou abobado: as pequenas camisetas mal passavam do tamanho de uma luva.

- "E o que acontece se são meninas?" – perguntou, colocando as camisas novamente na bolsa e colocando de lado, voltando a se concentrar totalmente em sua esposa.

- "Por acaso não joguei Futebol Americano uma vez?" – perguntou ela e Finn achou que aquilo era o mais maravilhoso que Rachel havia dito.

Ela não surpreendeu que ele a beijasse, carregado de paixão, enquanto recostava sobre ela cuidadosamente, tratando de não machucá-la. Não se surpreendeu tão pouco que aquela noite fizesse amor de forma incrível, como se fosse a última (ou a primeira) vez. Não se surpreendeu que Finn ficasse adormecido ao seu lado, segurando sua barriga, acariciando ela.

Se surpreendeu, porém, encontrar na manhã seguinte com a metade correspondente aos nomes de menina da lousa mágica borrada quase por completo, enquanto se lê (com o que ela reconhece no mesmo instante como o garrancho da letra de Finn) um único e simples nome no início da, agora vazia, lista: Funny.

Capítulo 9

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