Cinco amigas e suas mentes criativas
High Five Stories
Demorei cerca de dois dias para raciocinar aquilo. Como assim Finn Hudson gostava de Santana Lopez? Como assim ele achava que ela era perfeita? Eu simplesmente não consigo acreditar nas palavras que saíram da boca de Finn, há dois dias atrás. Simplesmente não consigo.
Desde então, ando evitando ele. Evito ele, Santana, Kurt e qualquer um que ouse falar comigo. A razão? fiquei totalmente abalada com isso; fiquei também abalada por lembrar de Sam, e acabar sonhando e pensando nele todo dia. Eu não sou assim! Demorei um bom tempo para me apaixonar por Finn; e quando me apaixonei, ferrou tudo. Aquilo era pra sempre. Mas eu nem sei mais...toda essa coisa da Santana parece que mexeu com meus sentimentos. Mas uma razão para eu ficar abalada.
Sempre fui tão certa sobre meus sentimentos. Nunca gostei de mais ninguém desde que me apaixonei por Finn. E agora, tudo isso está acontecendo. Quando eu finalmente começo a tentar ter o Finn, aparece o Sam. Eu acho que relações amorosas pra mim, são uma furada.
–Posso entrar?-Santana perguntou, batendo na porta devagar. A encarei, tirando o travesseiro do rosto.
–Olá, causadora da minha depressão.-Disse, colocando o travesseiro de volta em meu rosto.
–Escuta aqui, você. Eu não gosto do Finn; ele gosta de mim. E nem sei quanto tempo isso vai durar, sinceramente, Você conhece o Finn; conhece como ele sempre muda de paquera. Isso tudo deve ser delírio dele.-Santana disse, retirando o travesseiro, me fazedo encarar aqueles olhos latinos que sempre me mostravam a verdade. Santana podia ser uma vadia, uma idiota, e...vadia. Mas era minha amiga; e imagino como ela deve estar sofrendo com isso também. Ela é minha melhor amiga desde que me conheço por gente. E ver o cara que a melhor amiga sempre amou, gostando dela, não deve ser algo muito agradável.
–Me desculpa, eu preciso parar de agir como se todo mundo fosse culpado por isso. Finn é o culpado por todo esse meu sofrimento.-Disse, esfregando os olhos na palma da mão.
–Você sofre demais por ela, isso eu devo admitir. Eu vi como o Sam e você se olharem aquele dia no apartamento. Será que rola?-Ela disse, e arregalei os olhos, assustada.
–O quê? Não! Eu preciso me focar no Finn, só nele.-Eu disse, determinada, mesmo sabendo que não era verdade.
–E se não funcionar? E se ele acabar casado com uma loira magra e bunduda?-Os olhos de Santana brilharam um pouco, e realmente não entendi aquilo.-saiba, você precisa de uma segunda opção, ou seja, o Ken.
–Quem?-Eu perguntei, confusa.
–O Sam, Berry! Deus amado! Preciso falar com o...Kurt, isso. Vai se trocar e vai trabalhar. Depois a gente se fala.-Ela disse, fechando a porta.
Eu realmente estava achando o comportamento dela e de Kurt muito estranho esses últimos dias. A razão? eu ainda não sabia. Mas iria saber, logo logo.
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Decidi dar uma passada no meu apartamento para ver como andava o seu concerto. Sinceramente, eu sentia falta dele. Não que não gostasse de morar com Kurt e Finn, mas aquele apartamento era meu fazia tanto tempo, que se tornou parte de mim. E eu queria ele de volta, o mais rápido possível.
–Posso entrar?-Perguntei, entrando com cautela no lugar, que estava super empoeirado. Vi Sam tirar uma máscara e se virar para mim, com um sorriso.
–Entra, Rachel. Esqueceu alguma coisa aqui?-Ele perguntou, e sorri um pouco. Eu não esqueço tudo, tá? Foi só um celular...
–Não, só queria ver como tá indo a concerto. Por sinal, eu fiz um, digamos, projeto, para o banheiro. Queria que o box do banheiro ficasse maior; vocês podem fazer isso?-Disse, com um brilho nos olhos. Eu sei fazer as pessoas concordarem comigo.
–Claro que podemos, ainda dá tempo. Pode me mostrar o projeto?-Ele perguntou, e mexi na minha bolsa, procurando o papel. Ah sim, eu sou realmente esquecida. Deixei o projeto na casa de Kurt e Finn. Genial.
–Eu deixei no apartamento que eu to morando agora, acredita?-Ele deu uma leve risada, e eu o acompanhei.-Enfim, eu vou buscar lá, e logo volta ok?
–Chega de bateção por hoje, galera! Todos pra fora!-Gritou o sindíco, e logo todos os homens que ali trabalhavam pegaram suas coisas, saindo do apartamento. Sobrou apenas eu e Sam ali.
–Você pode vir comigo pegar o projeto? Essa semana não vou mais poder passar aqui, e se deixar pra próxima, a obra vai demorar ainda mais.-Eu disse, não sabendo porquê, mas queria que ele dissesse sim.
–Acho que não tenho nada agora. Posso ir.-Ele disse, corando um pouco. Sorri, saindo do apartamento, sendo acompanhada por Sam.
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Uma chuva forte caía sobre New York, e eu me sentia cada vez mais encharcada. Sam tentava, sem sucesso, me proteger com sua jaqueta, enquanto ele se molhava ainda mais. Finalmente, chegamos ao prédio.
Subimos as escadas, rindo pelo estado em que estávamos. Parou uns instantes, observando a camiseta molhada de Sam grudar em sua pele. Meu deus, que homem! Me acordei dos pensamentos, abrindo a porta do apartamento.
–Vou ficar aqui fora, se entrar, vou molhar tudo.-Sam disse, se encolhendo.
–Nem se preocupe, acho que alguém já molhou grande parte do apartamento.-Eu disse, vendo a trilha de água que alguém havia deixado ali. Alguém, que provavelmente estava no apartamento. Alguém, que estragou minha chance de ficar sozinha com o Sam. Espera, o que eu estou dizendo?
–Rachel, você tá aí?-Ai não, porque esse alguém tinha que ser ele. Vi Finn sair do banheiro, com somente uma toalha envolvida em sua cintura, enquanto ele mexia no cabelo com as mãos. Eu tinha essa visão a minha frente, e atrás, tinha Sam totalmente encharcado, com a camiseta grudada em seu abdômen totalmente definido. Me considerem uma mulher sortuda.
–Ah, oi Finn...você já conhece o Sam não é?-Eu perguntei, e ele apenas assentiu com a cabeça, com uma cara fechada. Não sabia se sorria, ou ficava brava com ele.
Acabei puxando Sam para dentro, dizendo que iria buscar o papel no quarto. Finn me seguiu, deixando Sam sozinho na sala. Ele fechou a porta, bruscamente.
–O que esse cara tá fazendo aqui?-Ele perguntou, me olhando com raiva.
–Veio pegar o projeto que eu fiz para o meu banheiro, irritadinho.-Eu disse, procurando o papel pela cômoda. Vi Finn puxar sua toalha, e rapidamente cobri meus olhos.-FINN!
–O quê?-Ele perguntou, como se fosse normal ficar pelado na frente da melhor amiga.
–Se vista logo!-Eu disse, parecendo irritada. Não pensem que sou santa, e não quero ver as partes de Finn. Na verdade, eu já vi. E foi mais de uma vez. Mais de dez, na verdade. Mas ele nunca soube ou precisa saber disso, ok? Tenho meus segredos.
Saímos do quarto, quando achei meu papel e ele se vestiu. Sam estava sentado no sofá, meio preocupado se iria molhar o local.
–Tá aq...-Fui entregar o projeto para Sam, quando o apartamento ficou preto. A luz tinha acabado. O papel acabou caindo, e me abaixei para pegar, assim como Sam. Acabamos encontrando nossas mãos e batendo nossas testas.
–Ai, Rach!-Ele disse, rindo um pouco. Me levantei, e agradeci por estar tudo escuro. Provavelmente, estava toda vermelha naquele instante.
–Pombinhos, o que vamos fazer agora?-Finn perguntou, encostando-se na parede.
Procurei meu celular, ligando sua luz. Corri até a cozinha, pegando algumas velas que sobraram do aniversário de Kurt, e as acendi, com cuidado. Levei até a sala, colocando-as sobre a mesa.
–Agora esperamos a luz voltar.-Disse, me sentando no sofá, ao lado de Sam. Finn fez o mesmo, se sentando ao meu lado. Me encolhi, olhando para Sam, e depois, para Finn.
–Ainda tá brava comigo?-Finn sussurou, e o encarei por alguns instantes. Ah sim, o lance com a Santana.
–To.-Disse, me jogando mais para o lado de Sam, que estava parado, encarando o nada.
–Pois saiba que aquele delírio já passou, e estou em outra. Acho que você vai gostar.-Ele disse, e rolei os olhos. Eu não iria me iludir novamente.
–Você acha que vou gostar. E eu tenho certeza que vou odiar.-Disse, fria. Sam sussurou um "o que está acontecendo?", e não o respondi. Estava atenta, esperando a resposta de Finn.
–Não fala assim, Rachel Berry. Essa sim, você vai amar. E, o melhor de tudo, ela me conhece super bem, e vive comigo diariamente.-Ele disse, mas não me deixei iludir. Tinha absoluta certeza que não era eu.
Não respondi Finn. Embarquei em uma conversa com Sam, sobre o projeto. Acabei perguntando se ele era casado, por acidente, e ele me respondeu que era solteiro. Graças a Deus. Espera, de volta, o que eu estou falando?
Senti meu celular vibrar, e o peguei, rapidamente, vendo a mensagem, que era de Kurt.
Gostou do nosso plano, Berry?
Plano? Que plano?-Mandei, estranhando.
Eu sei que a chuva está forte, mas não foi essa a razão pela qual a luz acabou. Diga obrigada a Kurt Hummel e Santana Lopez.
Seus vadios! Eu to aqui trancada com o Sam e o Finn.-Respondi, achando aquele plano o mais absurdo de todos.
Nós sabemos, e achamos isso divo! Daqui 5 minutos a gente entra no apartamento.
Espera, vocês estão aqui? No prédio?-Estava cada vez mais surpreendida.
Estamos aqui o tempo todo, baby.
Eu ri um pouco, ainda não acreditando naquele plano estúpido. Ouvi eles batendo os pés, fingindo que estavam subindo as escadas. Eu tentava abafar o riso, mas sem sucesso.
–CHEGAMOS!-Santana gritou, e eu consegui ouvir Kurt rindo. Estranhei, pois vi um vulto a mais entrando no apartamento. Eles se sentaram nas cadeiras, conversando um pouco, até que depois de alguns minutos, a luz voltou.
Fechei os olhos com força, pela luz forte que estava bem em cima dos meus olhos. Sam se despediu rapidamente, sem nem sequer me dar um beijo antes de sair. Abri os olhos lentamente, vendo Finn abraçar uma mulher. Uma....loira.
–Rachel, essa é a Quinn. Ela trabalho comigo faz alguns anos, e finalmente chamei ela pra sair. Hoje a convidei para jantar com a gente.-Ele disse sorridente, enquanto abraçava a loira.
Nos sentamos na mesa, arrumando as coisas para o jantar, enquanto a loira conversa animadamente com Finn. Sim, pra mim, ela não era Quinn; era a loira, que eu realmente achava ser a mulher perfeita para Finn.
Conversamos um pouco, Quinn contou sobre sua vida, sobre o que fazia. E cheguei a conclusão que ela era realmente do jeito que Finn sempre sonhara. Carinhosa, afetuosa, amorosa...e loira. Eu estava perdendo as minhas chances com Finn. Está na hora de parar de jogar limpo. Que comece os jogos a La Berry.