Cinco amigas e suas mentes criativas
High Five Stories
–VOCÊ É UM CHATO, SABIA?-Eu gritei, me deitando na cama de Finn. Tudo drama. Tudo fingimento. Ele tinha me obrigado a dormir com ele, e não no sofá, sozinha. Tentei agir como se aquilo fosse a pior coisa do mundo; quando na verdade, pra mim, estava sendo um sonho.
Eu nunca havia dormido com Finn. Sempre que eu convidava ele, no ensino médio, pra dormir na minha casa, Finn recusava, dizendo que tinha outro compromisso ou porque estava muito cansado. Eu deixava quieto, mesmo me sentindo um lixo depois. Mas agora, tudo estava diferente. Parecia que Finn cuidava mais de mim; era mais carinhoso, mas atencioso. Não estava entendendo o que ele queria com aquilo. Ainda achava que era por causa dessa coisa da boate, mesmo eu já tendo o perdoado há muito tempo.
–Não fala assim...não quero você lá na sala, sozinha. Santana está com Kurt, e você aqui comigo. Qual o problema com isso?-Ele perguntou, deitando-se ao meu lado. Eu podia sentir a respiração dele na parte de trás do meu pescoço. Aquilo me causava arrepios a cada segundo.
–Boa noite.-Eu disse, me cobrindo mais ainda. Fiquei um tempo com os olhos abertos, vendo que a luz do abajur de Finn ainda estava ligada. Me virei, dando um beijo na bochecha dele, e sorrindo gentilmente. Ele fez a mesma coisa, e corei no mesmo instante. Ficamos nos olhando por alguns segundos, com sorrisos bobos no rosto.
–Então...boa noite.-Eu disse, me virando rapidamente, me afundando mais ainda na cama.
–É...boa noite.-Finn disse, virando-se também, e desligando o abajur. Aquilo era um sinal? Finn Hudson sentia alguma coisa por mim?
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Acordei com a luz do sol na minha cara. Sentei na cama, passando as mãos nos olhos. Procurei meu celular, tentando ver que horas eram. Merda. Meu celular estava no meu apartamento. Olhei para o lado, e vi que Finn já tinha se levantado. Me troquei, rapidamente, indo até a cozinha.
–Estou tentando, Kurt...caramba!-Ouvi Finn largando a faca que segurava, com força. Me escondi atrás da porta, tentando ouvir a conversa deles.
–Eu sei que está, Finn! Mas tente se esforçar um pouco mais.-Disse Kurt, tocando o ombro do irmão levemente. Sobre o que eles estavam falando? Finn iria dizer mais alguma coisa, quando foi atrapalhado por Santana.
–O que tá fazendo aí, Hobbit?-Ela disse, me puxando para a cozinha. Bufei, revirando os olhos. Eu querendo descobrir sobre o que eles falavam, e essa latina desgraçada acaba com tudo.
Me sentei, dando bom dia para todos, comendo algo rapidamente. Consegui perceber que Finn e Kurt me olhavam intensamente, e estranhei aquilo.
–Meu dente tá sujo?-Eu perguntei, encarando Finn e Kurt.
–Hã?-Kurt disse, franzindo a testa.
–É...vocês dois estam me encarando desde que eu me sentei. Queria saber se meu dente tá sujo; ou tem algo de errado comigo?-Perguntei, ansiosa pela resposta.
–Não sei do que você está falando.-Finn disse, passando um pouco de manteiga no pão, parando de me encarar. Dei de ombros, levantando da mesa.
–Agora licença, eu preciso buscar meu celular no meu apartamento e depois ir trabalhar.-Disse, pegando minha bolsa, saindo do apartamento. Parei um pouco, tentando ouvir a conversa que se iniciava entre Finn, Kurt e Santana.
–Isso não tá dando certo.-Foi a única coisa que consegui ouvir. Depois eu daria um jeito de descobrir o que estava acontecendo. Alguma coisa me dizia que tinha a ver comigo.
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Agora alguém me diga...como é chegar em seu apartamento e ver um bando de homens sarados trabalhando? Melhor...como é chegar em seu apartamento e ver um loiro sarado trabalhando? É, eu posso ter esse prazer durante 3 semanas. Vocês podem pensar: "nossa, Rachel diz que ama o Finn, mas fica quase comendo outros homens com os olhos". Entendam uma coisa: eu sou mulher. E não tenho nenhum tipo de relacionamento amoroso com o Finn. Por enquanto. Mas, enquanto isso, eu posso pelo menos, apreciar a visão que eu tenho. Olhar não tira pedaço, não é?
–Senhorita Berry!-Sam disse, abrindo um sorriso extremamente lindo para mim. Já mencionei que minhas pernas ficam moles quando ele me chama de senhorita? Pois é...
–Sam...bom te ver.-Eu disse, apertando sua mão, que por incrível que pareça, não estava suja.
–A senhora quer alguma coisa? Ou esqueceu algo aqui?-Sam perguntou, e demorei um tempo até responder. Aquela boca me hipnotiza.
–Esqueci meu celular. É, meu celular.-Eu disse, indo até o meu quarto. Sam me seguiu, não sei porquê. Mas gostei daquilo. Como se estivesse me protegendo, se algo acontecesse. Achei fofo.
–Achou?-Sam perguntou, encostando-se na porta do meu "quarto".
–Não...mas eu tinha certeza que tinha deixado ele aqui.-Eu disse, e logo depois ouvi risadas vindo do banheiro. Eu e Sam nos entreolhamos, indo até lá. Encontramos alguns homens sentados no chão, com um celular na mão. O meu celular.
–O que vocês estam fazendo? Me devolvam isso, e voltem ao trabalho. E só pra avisar, isso vai ser descontado do salário de vocês!-Sam disse, pegando o meu celular das mãos dos homens. Fiquei encarando-o, surpresa. Sam era um homem decisivo e de ação...eu gosto disso.
–Obrigada.-Eu disse, logo depois que ele me entregou o celular. Sam me deu um leve sorriso, me encarando intensamente. O que eu estava fazendo? Flertando com ele? Isso não podia estar acontecendo...eu amo Finn...não amo?
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Só sei que, após Sam me entregar o celular, embarcamos em uma conversa animadora. Ele esqueceu do trabalho, sentando-se no chão, me contando várias histórias sobre ele . Eu me encontrava sentada ao seu lado, rindo das imitações que ele fazia.
–Você é louco, Sam Evans!-Eu disse, quase rolando no chão de tanto rir, enquanto ele ria junto comigo.
–Talvez eu seja...um pouco.-Ele disse, rindo. As risados foram cessando, e eu via ele chegando casa vez mais perto de mim. Eu estava tensa, fazia anos que não beijava um homem, e tinha a leve impressão que tinha esquecido de como era. Fechei meus olhos, suspirando alto.
–Rach?-Ouvi alguém na porta me chamando, e abri os olhos. Finn. Porquê logo ele estava ali? É algum tipo de pegadinha?
–Finn....oi!-Eu disse, me levantando, e Sam nos olhava, confuso.
–Eu fui até o seu trabalho, procurando por você. Mas me disseram que você nem sequer foi pra lá hoje. Então eu vim pra cá. Preciso falar com você.-Finn disse, e percebi que ele dava certos olhares estranhos para Sam.
–Meu deus, que horas são?-Eu perguntei, perdida.
–4 horas da tarde.-Sam me respondeu, depois de olhar em seu relógio. Eu estava no meu apartamento desde manhã, e agora já era de tarde? Quanto tempo eu fiquei conversando com Sam?
–Meu deus, eu preciso ir. Tchau Sam.-Eu disse, saindo as pressas do apartamento, seguida por Finn. Ele segurou meu braço, me fazendo parar.
–Quem é aquele cara?-Finn me perguntou, com um pouco de raiva nos olhos. Estranhei.
–É o cara que está arrumando meu apartamento. Agora, eu preciso ir trabalhar Finn. Te vejo de noite.-Tentei fazer ele me soltar, mas Finn continuava com as mãos firmes no meu braço.
–O que adianta você ir trabalhar agora? Eu quero que você me ajude.-Finn disse, e concordei com a cabeça.-Eu consegui um encontro pra daqui 1 hora. É com a irmã de um amigo meu; ela é um ano mais nova que eu, e é advogada. O que você acha?
–Vai em frente.-Eu disse, tentando não ligar para o ciúmes que crescia dentro de mim. Me larguei de Finn, mas ele me segurou de volta.
–Eu quero que você vá comigo.-Ele disse, e fiquei de boca aberta. Como assim ir em um encontro com ele? O que eu iria fazer lá? Finn só podia estar maluco. Por um instante, eu quis dar um tapa na cara dele. Por um instante.
E por um instante, eu vi Finn com outros olhos. Ele não era mais o cara que eu sempre amei; era um idiota me pedindo pra ir em um encontro com ele. O que estava acontecendo comigo? Aquela paixonite que eu estava tendo por Sam estava confundindo minha cabeça. Eu amo Finn, e sempre amei. E nunca o vi com outros olhos; sempre vi ele como um cara perfeito, companheiro, meu melhor amigo.
Calma Rachel...é só uma paixão. Logo passa. Se concentre no Finn, e mostre pra ele que não existe outra mulher pra ele; só existe você. Dei um leve sorriso, abraçando Finn.
–Vai ser um prazer te acompanhar, Finn.-Eu disse, o puxando para fora do prédio. Finn tinha um olhar perdido, não entendendo minha reação. Nem eu mesma estava me entendendo.
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–Eu nunca vou achar ninguém pra mim; NUNCA!-Finn gritou, correndo até seu quarto. Ele ainda parecia um adolescente. Entrei no apartamento, fechando a porta.
–O que rolou?-Santana perguntou, desligando a TV, me encarando. Kurt também me encarava, curioso.
–Ele arranjou um encontro, e eu fui junto. A guria era chata pra cacete. E provavelmente, lésbica. Ela ficava me encarando e lambendo os lábios. Que pessoa hétera faz isso?-Eu disse, me jogando no sofá.
Santana e Kurt riram, juntando-se a mim. Santana ligou a TV de volta, e começou a mudar os canais, até achar algo decente. Ficamos ali por um tempo, até Finn aparecer com a cabeça pra fora do quarto, nos encarando.
–Posso falar com você, Rach?-Ele disse, e me levantei, estranhando aquilo. Sempre falávamos um com o outro abertamento. Santana, Kurt e Finn sabiam tudo sobre mim, e eu sobre eles. Sem segredo algum.
–Fala.-Fechei a porta do quarto, me sentando na cama. Finn andava de um lado para o outro do quarto, mexendo nas mãos.
–E-eu...eu acho que achei minha mulher perfeita. Ela não é do jeito que eu te descrevi, mas acho que talvez eu tenha chance.-Finn disse, sentando ao meu lado. Eu estava na esperança que ele falasse o meu nome. Era tudo que eu precisava. Tudo que eu esperava desde o ensino médio.
–E quem é? Eu conheço?-Perguntei, não contendo a ansiedade.
–É a Santana.