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Rachel entrou na sala enquanto cruzou o marco da porta. Desembrulhou as cartas que havia pegado na entrada e apertou o botão do caixa de mensagem do telefone.

"Você tem duas mensagens novas. Mensagem um." – disse a voz computadorizada.

- "Olá? Tio, acho que isso não está funcionando." – disse a voz da pequena Amy. Rachel sorriu.

- "Só fale princesa. Ela escutará a mensagem mais tarde." – explicou a voz de Kurt.

- "Bom... Rachel sou eu Amy Hudson, não sei se lembra de mim. Espero que sim, porque eu sim lembro de você e gostei muito das suas panquecas. Eh... no domingo é meu aniversario e o tio Kurt está arrumando uma festa e eu gostaria que você vem, porque Sammy Adams não acredita que você é minha amiga e está me chamando de mentirosa. Então se você vir pode mostrar pra ela que não sou. Tio Kurt vai te mandar o convite por... por e-mail. Mas seria genial se você vir. Realmente me agrada muito e meu papai também."

- "Me agrada também!" – protestou a voz de Kurt.

- "Está bem, está bem. Tio Kurt disse que você também agrada ele. Bom... adeus Rachel. Espero que venha." – disse com sua pequena e entusiasmada voz. "Não precisa trazer um presente... apenas venha." – finalizou murmurando. Rachel sorriu e tirou seu telefone para comprovar que não tinha nada para fazer no domingo e que poderia ir a festa.

- "Rach, sou eu Finn." – disse a voz dele, correspondente a segunda mensagem. "Escuta, sei que Amy te ligou essa tarde e sinto muito. Claramente Kurt se colocou ao lado dela. Se não puder vir... não se preocupe. Ela entenderá. Claro que desejaria que venha, mas entendo que está cumprindo seus deveres e... bom, pense. Espero te ver." – Rachel sorriu ainda mais ao ouvir a voz de Finn e a forma nervosa em que ele falava. Discou seu número no telefone, olhando a hora.

- "A que horas busca Amy na escola?" – perguntou antes de que ele dissesse algo.

- "Mais ou menos em... meia hora. Por que?" – lhe respondeu risonho.

- "Poderíamos... poderíamos fazer um piquenique no parque. Hoje não tenho compromisso e se mal não recorde, não trabalha essa tarde." – propôs.

- "Bom... suponho que poderia pegá-la na escola e passar por sua casa..."

- "Apenas... se não quiser, está bem. Pensei que você gostaria." – interrompeu Rachel, tratando de não soar ofendida.

- "Claro que quero. Estarei aí daqui a pouco." – disse Finn, muito mais animado.

Rachel sorriu.

- "Prepararei alguma coisa para comer." – disse ela sem poder conter o entusiasmo.

-oo-

- "Quer que eu te conte uma história muito engraçada?" – Rachel disse para Amy, enquanto Finn se ocupava de colocar a toalha no chão e acomodar as coisas para o lanche.

- "Claro que quero!" – contestou Amy, se sentando entre seu pai e Rachel. Finn deu uma olhada para ela de advertência e Rachel lhe piscou um olho.

- "Muito bem... vejamos... sim, essa é muito engraçada. Veja, quando estávamos no último ano viajamos para Los Angeles para competir as Nacionais. Seus tios Kurt e Blaine já haviam se unido ao nosso clube, por isso nos divertimos muito na viagem pela estrada. Seu pai, porém, sempre demorava em todas as paradas e o senhor Schue ficava bravo, tanto que um dia, quando faltava muito pouco para chegar em Los Angeles, decidiu deixá-lo no banheiro de um posto de gasolina. Pediu ao motorista para dar a volta no quarteirão, assim quando Finn saísse não nos encontraria. Vimos ele perambular quase por meia hora até que se atreveu a pegar seu telefone e me ligar. Nunca mais voltou a demorar e as vezes nem sequer descia por mais vontade que tivesse de ir ao banheiro." – finalizou. Amy se contorcia de riso, encostada sobre a manta xadrez e batia com seus pequenos punhos no joelho de seu pai.

- "Me conte outra!" – pediu, quando pode voltar a respirar com normalidade.

- "Acho que já me envergonhou o suficiente pelo dia de hoje." – disse Finn para Rachel, e ela concordou. Seguiram comendo o resto do lanche entre gargalhadas, até que começou a cair a noite.

- "Posso brincar um pouco nos balanços?" – pediu Amy, uma vez que terminaram de comer e juntaram as coisas para voltar para o apartamento.

- "Só um pouco." – disse Finn. Amy se soltou da mão de seu pai e a junto com a de Rachel, que também segurava a dela.

- "Você cuida dela agora." – lhe disse, correndo até os brinquedos. Finn entrelaçou seus dedos com os de Rachel e essa relaxou um pouco.

- "Isso esteve muito bom." – disse ela, enquanto se sentavam em um frágil banco de madeira para ver Amy brincar.

- "Ontem disse para Samy que você era minha namorada. Disse que era mais bonita do que a namorada do pai dela, o qual, devo dizer, não é muito difícil." – brincou. Rachel fez cara de brava, então Finn soltou a mão dela para abraça-la pelos ombros.

- "É linda Finn. E é tão inteligente... entende absolutamente tudo. A mensagem que me deixou no correio de voz era muito engraçada!" – disse ela, se aproximando mais dele. A noite de outono começava a cair e começava a sentir com o pequeno casaco que vestia.

Como se tivesse lido sua mente, Finn a rodeou mais forte com seus braços, aproximando ela mais do seu corpo.

- "Me alegra que se deem bem. As coisas não funcionariam se não fosse assim." – se explicou, claramente aliviado. Rachel sorriu: aonde haviam ficado aqueles dois garotos que se preocupavam com a popularidade, as líderes de torcida ou os solos que conseguiam? Ficaram em silencio outro tempo, aplaudindo cada vez que Amy conseguia alguma façanha no balanço ou no escorregador.

- "Quando tem sua próxima partida?"

- "Em umas semanas. Jogaremos com os meninos de Washington, então vamos estar entretidos. Hoje... hoje veio me ver o treinador dos jogadores da NFL. Seu ajudante de campo se retira e...quer que eu tome o posto." – confessou Finn.

- "Finn, isso é genial!" – o felicitou ela, esticando um pouco para lhe dar um beijo na bochecha.

- "Sim... tenho um semana para pensar. Realmente é uma grande oportunidade, mas... teria que passar mais tempo viajando e nos treinamentos, por isso estaria menos tempo em casa com Amy e..." – reprimiu o 'com você' que tinha planejado dizer, já que ainda devia tatear um pouco mais o terreno. Pela forma em que Rachel o acariciou distraidamente o braço, Finn entendeu que ela havia captado o que ele havia tratado de lhe dizer.

- "Sei a que se refere. Por um lado quer tentar coisas novas porque, sendo sincero, nunca seremos tão jovens como agora, nem teremos sempre as mesmas energias. Mas, por outro lado, nos custou tanto chegar aonde estamos que... nos custa igualmente deixar tudo e seguir." – murmurou ela. Finn a olhou confuso. Sem entender a que se referia. "Me faltam três semanas do meu contrato em Wicked e... não sei o que é que eu vou fazer." – se explicou, claramente apenada. "Há três anos que interpreto esse papel e não posso me queixar, mas também penso que já ;e hora de expandir minhas opções, de deixar o lugar para outra jovem entusiasmada que espera seu grande debut na Broadway."

- "Tinha me esquecido o quando me aliviava compartilhar esse tipo de coisas com você." – murmurou Finn, mais para si mesmo do que para Rachel.

- "Esses anos, estando aqui na cidade, foram bastante solitários." – disse ela, sem olhá-lo. "Não conseguia nunca me conectar com as pessoas e francamente tão pouco achava necessário: me afastava de tudo o que eu considerava que era uma perca de tempo."

- "Como... Finn Hudson?" – inquiriu ele, quase em tom de brincadeira. Rachel contestou com mais seriedade.

- "Ainda quando tratava de reprimir, de não pensar em você, de não te buscar... sempre terminava vindo a minha mente. Em cada cena, em cada premio, em cada papel que me davam... desejava com todas minhas forças que ao voltar para casa me recebesse com um sorriso. É um pouco patético." – confessou. Finn conteve um sorriso, a aproximando ainda mais de seu corpo, se isso era possível.

- "Estou aqui agora." – lhe sussurrou ao ouvido, enquanto ela fechava os olhos, se deixando rodear pela incrível mescla do ar de outono, o divertido riso de Amy... e Finn.

-00-

Vestido: pronto. Carteira: pronto. Sapatos, maquiagem e penteado: prontos. Presente: pronto.

Por que então estava tão nervosa? Não se tratava de uma entrega de prêmios (nem sequer de um encontro romântico), era apenas o aniversário de uma menina de cinco anos. Revisou a maquiagem pela última vez, se olhando no espelho retrovisor e saiu do carro decidida a engolir o nervosismo. A pequena casa de cercas brancas aonde Kurt e Blaine viviam era simples mas linda. Claramente notava a influencia de Kurt em sua decoração e Rachel não pode evitar sorrir ao ver o complicado cartaz que indicava que essa era a festa de 'Pequena Princesa Hudson'. Arrumou o cabelo pela última vez, antes de tocar timidamente a porta de entrada.

- "Mas se não é Rachel Berry!" – gritou a voz entusiasmada de Carole Hudson, a abraçando tão de repente que quase a joga no chão. "Está linda!"

- "Obrigada Carole, você também se vê genial." – respondeu lhe entregando o casaco e entrando na casa. Já podia ouvir o som dos risos de crianças e a música infantil que vinha do jardim.

- "Rachel... a estrela da Broadway. Vi as fotos de sua obra quando passávamos ontem com o taxi pela cidade e não pude evitar contar ao taxista que você tinha sido (e pelo que eu tenho entendido, continua sendo) a namorada do meu filho." – lhe confessou. Rachel se sentiu corar: claro que Carole já sabia dela e Finn. Possivelmente Kurt já havia lhe contado tudo com luxo de detalhes.

- "Até quando ficam, Burt e você, aqui? Porque podem ir ver a obra em uns dias. Apenas me avise e deixarei vocês passarem." – propôs, a seguindo pela casa até o lugar de onde provinham os gritos.

- "Isso seria fantástico. Muito obrigada." – disse Carole, a convidando a passar para o pátio. Rachel soltou uma gargalhada: realmente Kurt sabia como organizar uma festa. Havia adornado o jardim com centenas de luzes coloridas e havia pendurado nas árvores umas fadas e borboletas gigantes que ressaltavam contra o marrom das folhas de outono. Ainda tinha o enorme castelo inflável, localizado no centro da cena, parecia combinar com os arranjos, os forros coloridos e os gorros que as crianças usavam na cabeça.

- "Rachel, você veio!" – gritou Amy, saindo das profundezas do castelo para correr até seus braços. Rachel a abraçou forte, a levantando do chão.

- "Por que ia perder o aniversário da minha melhor amiga de cinco anos?" – lhe disse.

Os olhos da menina brilharam tanto que por um momento Rachel temeu que começasse a chorar.

- "Está muito bonita. Gostei do seu vestido e gostei como arrumou o cabelo." – murmurou para ela, acariciando com sua pequena mão as pontas onduladas do cabelo de Rachel.

- "Você também está muito bonita. Gostei dos seus sapatos." – respondeu ela. Amy se virou um pouco nos braços de Rachel, como se buscasse alguém.

- "Sammy... Sammy!" – gritou, fazendo com que uma menina loira e um pouco magrinha a olhasse. "Vê Sam, te disse que a bruxa da caixinha era minha amiga. Aqui está!"

- "Olá Sammy." – disse Rachel. A menina respondeu timidamente com a mão e voltou a entrar no castelo inflável. "Por que não vai com seus amigos e nos vemos mais tarde, assim te dou o seu presente?" – lhe propôs. Amy a beijou na bochecha e se dirigiu até o lugar aonde Kurt estava pintando os rostos dos meninos com tinta de todas as cores.

- "Como vai Berry?" – lhe gritou e Rachel o cumprimentou com um aceno de mão.

- "Desculpa..." – disse a voz de Finn, fazendo com que Rachel se virasse sobre seu salto. "Olá, me disseram que tem uma Rachel perdida por aqui, você a viu?"

- "Depende de quem pergunta." – respondeu ela, se aproximando.

- "Está linda." – murmurou ele, tratando de beijá-la.

- "Número um, chegou tarde. Sua mãe e sua filha já me fizeram o elogio." – contestou colocando suas duas mãos no enorme peito do rapaz para mantê-lo afastado. Ele sorriu. "Número dois, não vai me beijar em frente a toda sua família e um milhão de crianças desconhecidas."

- "Tem razão." – concordou Finn a segurando pela mão e guiando ela para a cozinha. Quando cruzaram o marco da porta, pegou ela pela bochecha e a beijou fortemente. Rachel sorriu, deixando por um momento que Finn fizesse dela o que quisesse.

- "Olá... olá... olá... olá..." – repetiu, entre beijos, ganhando uma gargalhada como resposta.

A beijou na bochecha, na ponta do nariz, nas pálpebras e na testa, antes de voltar para seus lábios. Rachel sentiu como seus lábios se entreabriam e como suas mãos encontravam instintivamente o peitoral de Finn e por um segundo esqueceu por completo a multidão que esperava eles lá fora, os risos das crianças, o castelo infláveis e as tintas coloridas. Se aproximou mais de Finn, que a rodeou pela cintura, deixando que ele a guiasse até a mesa mais perto, aonde a apoiou quase com brutalidade. Se desgrudou de seu peito para lhe acariciar as bochechas, os pequenos cabelos que se eriçavam na parte de trás de sua cabeça e aquela zona de trás de seus ouvidos que faziam que Finn perdesse a postura. Sorriu ao sentir como esse simples contato fazia ele relaxar ainda mais e Rachel pensou que algumas coisas não mudam nem em um milhão de anos. Sim, definitivamente beijar Finn Hudson seria sempre igualmente... prazeroso. Reconheceu, da mesma forma, o gesto rápido e seguro da mão de Finn buscando a parte alta de sua coxa e se separou (ainda quando lhe custou mais autodeterminação do que já teve na vida).

- "Finn..." – murmurou com a voz ainda entrecortada, tratando de ignorar o olhar de decepção que se formava agora no rosto do rapaz. "Acho que foi suficiente por hoje." – lhe disse, acariciando uma bochecha de forma consoladora.

- "Lamento. Não quis... não quero te pressionar. É só que está tão linda e... e veio a festa de aniversário da minha filha e..." – Rachel o interrompeu com outro beijo, mais suave e terno, tratando de lhe dar a entender que não tinha porque se desculpar.

- "Não me pressiona Finn. Já não temos dezesseis anos. E acredite, eu desejo tanto quanto você. Mas voltar a... estar juntos, dessa forma, depois de tanto tempo... não acho que deva ser na cozinha do seu irmão, com essa música de fundo e ao lado de um bolo de aniversário com o rosto de sua filha." – Finn soltou uma gargalhada, concordando.

- "Você também deseja... isso?" – disse corando da mesma forma que naquelas tardes em que, vários anos atrás, Rachel o submetia a entediantes conversas sobre sexo, anticoncepcionais e truques de revistas de mulheres.

- "Claro que sim! Só que, até agora, não tivemos tempo de estar um pouco sozinhos... de nos redescobrir." – se explicou, voltando a se aproximar dele e abraça-lo pelo pescoço. Finn a olhou de forma pensativa.

- "O que acha de amanhã de noite sairmos? Posso pedir a Burt e minha mãe que cuidem de Amy e assim poderemos... já sabe... passar a noite juntos." – propôs.

- "O que acha se não formos a lugar nenhum? Ficamos em meu apartamento, eu cozinho algo e... conversamos." – respondeu ela.

- "Me aprece prometedor." – disse ele, a beijando uma vez mais antes de voltar para a festa.

-00-

- "Não, é sério, juro que é verdade! Finn usou minha espuma de banho de lavandas como xampu por quatro meses, até que um dia lhe expliquei que não eram o mesmo. Seu cabelo estava começando a ficar roxo." – disse Kurt, recebendo uma gargalhada geral de toda a mesa, inclusive do próprio Finn.

- "Desculpa, não é fácil saber qual é o produto adequado quando tem duzentos frascos de todas as formas e cores no banheiro!" – se defendeu Finn.

- "Nisso tem toda a razão cunhado, mas não deixa de ser engraçado." – lhe contestou Blaine, tomando um gole do resto da cerveja.

- "Quando Kurt tinha nove anos veio um dia me pedir que comprasse para ele uma loção para rugas porque, segundo a propaganda, quanto mais cedo começa com o tratamento mais resultado dava. Lhe comprei uma loção dos Power Rangers e troquei a etiqueta e Kurt a usou até a última gota." – disse Burt, fazendo com que Rachel risse tanto como para derrubar um par de pedaços de bolo no chão.

- "Bom... claramente os Power Rangers sabiam de tratamento de beleza, porque minha cútis está perfeita." – gritou Kurt, por sobre o barulho das gargalhadas. Rachel se levantou de sua cadeira e buscou o presente de Amy.

- "Gostou da festa pequena?" – lhe perguntou, quando a encontrou brincando sozinha no castelo inflável , sob a luz da lua.

- "Esteve genial!" – respondeu ela, esfregando os olhos de forma cansada, borrando inconscientemente a borboleta multicolorida que Kurt havia desenhando em seu rosto.

- "Me alegro muito." – disse Rachel, tirando os sapatos para entrar no castelo. Se recostou sobre o cômodo chão inflável e Amy a imitou. "O que se sente ao ter cinco anos? Porque eu já não lembro."

- "Eu gosto. Pelo menos esse dia foi bom." – disse Amy, apoiando sua cabeça no ombro de Rachel. Essa apoiou a própria sobre a da menina. "Rachel..." – murmurou Amy, uns segundos depois. "O que vai passar quando eu fizer seis? Já não vou poder ser sua melhor amiga de cinco anos."

- "Será minha melhor amiga de seis... e depois de sete... e de oito. Assim sucessivamente." – lhe respondeu, segurando a mão dela.

- "Assim suecessivamente." – imitou a menina, mais aliviada. Rachel lhe entregou a pequena bolsinha colorida que havia trazido e ambas se sentaram para ver o conteúdo.

- "O que é isso?" – perguntou Amy, sustentando o pequeno adereço prateado na mão.

Rachel o prendeu no pulso.

- "Esse é um bracelete muito especial. Vê esses dois pingentes? O que são?" – lhe perguntou apontando os dois bonequinhos de prata que estavam pendurados nele.

- "Um pinguim grande e um pequenininho." – contestou Amy.

- "Exato. O pinguim grande é seu papai e o pequeno é você. Mas pode continuar adicionando pinguins ou o que desejar nos outros espaços. É uma metáfora Amy. E as metáforas são importantes." – lhe disse acariciando os pequenos cachos marrons.

- "É muito lindo. Vou cuidar muito e dizer para todo mundo que me deu minha melhor amiga de... de... quantos anos tem?" – perguntou como um segredo.

- "Vinte e sete." – contestou Rachel, no mesmo tom.

- "Minha melhor amiga de vinte e sete anos. E depois..."

- "Vinte e oito."

- "Vinte e oito. E assim suecessivamente." – finalizou, voltando a se recostar sobre suas costas.

- "E assim suecessivamente." – disse Rachel a imitando. Ficaram um tempo ali, falando da festa e escutando os risos afastados dos que ainda estavam lá dentro.

- "Posso entrar ou é uma festa privada?" – disse Finn, colocando a cabeça pela pequena entrada.

- "Sim, entre. Não estávamos falando de você." – brincou Rachel. Finn tirou os sapatos e pulou um par de vezes no colchão inflável, fazendo com que Rachel e Amy se elevassem com ele e tirando um par de risos histéricos de sua filha. Se recostou entre ambas e Amy não duvidou um segundo em deitar no peito de seu pai.

- "O que é que tem aqui?" – perguntou ele, apontando o bracelete que a menina levava em sua mão.

- "Rachel me deu. Esse pinguim pequeno sou eu e esse mais grande é você. E é uma metáfora, porque as metáforas são importantes. E posso adicionar mais pinguins, ou outros animais, um pelo tio Kurt e um pelo tio Blaine... e outros dois pelos avós e até um por Rachel." – explicou Amy, claramente entusiasmada. Finn olhou para Rachel por um segundo e a abraçou para atrair ela um pouco mais para ele, fechando os olhos. Pensou que se Rachel tinha razão (como geralmente ela tinha) as metáforas eram importantes. E aquela noite, embaixo das estrelas, com as duas mulheres de sua vida em seus braços e as vozes das pessoas amadas chegando ao longe... era uma das metáforas mais lindas de todas.

Capítulo 6

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