Cinco amigas e suas mentes criativas
High Five Stories
Rachel voltou a Nova York no domingo e as aulas começaram na segunda. Durante toda a semana ela teve que lutar contra sua vontade de ligar para Finn e simplesmente deixar as coisas acontecerem, já que durante todo o tempo em que ficou na casa dos pais teve sonhos quentes com ele, nos quais passava o dia todo pensando depois, além de lembrar o tempo toda da noite e do comecinho de tarde que tinham passado juntos, o que só a fazia querer mais.
Finn, por sua vez, esperava ansiosamente aquele prometido telefonema. Queria tanto levar Rachel para a cama novamente que não tinha conseguido fazer sexo com nenhuma outra menina durante todo o verão, apesar de muitas terem se insinuado, algumas nada sutilmente.
“Eu não entendo... não somos nós, homens, que não ligamos no dia seguinte? Eu liguei pra ela, cara! Eu pedi pra ela me ligar quando chegasse...” Finn suspirou, frustrado “... nada!”
“Ah, cara, eu não sei... pelo que você contou, vocês dois curtiram. Vai ver que ela até ta a fim, mas acha que você pode não estar mais, que você pode ter ficado com outra menina nas férias e tal... aí ela fica sem graça de ligar.” Mike respondeu. “Liga você pra ela, cara. Não vai doer.”
“É, você tem razão. Não tem problema eu ligar. Ela... ela não pode não estar a fim... eu... eu vou ligar... agora!”
Se afastando do amigo, Finn procurou o número de Rachel na memória e esperou que ela atendesse, andando nervosamente de um lado para o outro, em frente á lanchonete em que ele e o asiático iriam almoçar. Rachel, por sua vez, sentiu o coração disparar ao ler o nome de Finn no display do celular. Como se livraria dele? Seria tão mais fácil se ele simplesmente entendesse a falta de contato da parte dela como desinteresse. Seria uma grande mentira porque ela estava mais do que interessada, cada parte de seu corpo sentia falta dele. Mas seria mais fácil do que ter que dizer não ou enrolá-lo, que era o que ela estava determinada a fazer.
“Alô.”
“Oi... é... Rachel?... Rachel, é... é o Finn.”
“Ah! Oi, Finn... como você tá? Tudo bem? Como foram as férias? Ficou por aqui mesmo?” Estava tagarelando. As coisas não estavam indo bem!
“S-sim, fiquei. Fiquei por aqui mesmo. É... foi tudo bem, foi normal.”
Os dois ficaram em silêncio por um tempo. Ambos se sentiam estranhos. Não era para ela ficar nervosa, tagarelando, se só queria dispensá-lo e mais nada. Não era para ele ficar tenso, se tudo que ele queria eram mais algumas noites de sexo com ela.
“Eu te liguei porque você ficou de me ligar e... você sabe, você... não ligou”, ele riu de sua própria estupidez. “Não importa. Eu estou te ligando para a gente marcar de se encontrar. Tomar um chopp, pegar um cinema... o que você quiser fazer. Você pode esse sábado?”
“Ah, Finn, me desculpe. Eu adoraria, mas não posso. As aulas mal começaram, mas eu já tenho um monte de coisas pra fazer, eu já to envolvida em vários projetos. Eu... desculpa, não vai dar.”
“Você não pode dia nenhum? Hora nenhuma?” Ele não sabia se ficava chateado ou irritado com aquela resposta que, claramente, era para dispensá-lo, da forma menos indelicada possível, mas, ainda assim, dispensá-lo. E ele não queria, não PODIA ser dispensado por ela. Ele precisava sentir de novo tudo aquilo que tinha sentido na noite em que eles se conheceram.
“Nã-não por agora, Finn. Desculpe, eu estou realmente enrolada”.
Frustrado, ele só respondeu “Ok. Então, tchau, Rach. Um beijo.”
“Um beijo, Finn. Tchau.”
Rachel sentiu orgulho de si mesma, por ter conseguido resistir. Entretanto, sentiu-se mal por Finn, pois ele parecera genuinamente interessado e, consequentemente, verdadeiramente decepcionado. Sentiu-se mal também porque queria, e muito, sentir mais uma vez o seu corpo ser tomado pelo forte clímax que ele tinha provocado nela por três vezes, em menos de doze horas, e que não poderia ser sequer comparado com o prazer sexual que ela tinha experimentado com Tom. Tom sempre fora extremamente carinhoso e atencioso com ela e, por isso, o sexo era bom, gostoso. No entanto, tanto no sexo, como no relacionamento deles, sempre faltara algo. Em termos de sexo, ela, com certeza, havia encontrado esse algo quando Finn a tinha tocado e penetrado.
Finn se sentiu muito mal. Em primeiro lugar, não estava acostumado com esse tipo de rejeição porque sempre foram as meninas que estiveram mais interessadas nele do que ele nelas. Em segundo, porque ele queria Rachel, precisava dela, e não sabia o que fazer. Provavelmente, teria que aceitar que ela era como um ímã para ele, mas que ele não despertava a mesma sensação na garota.
Finn contou a Mike como Rachel tinha agido e o companheiro de banda disse que ele deveria esquecer e partir para outra, afinal o que não faltavam eram universitárias gatas e muito gostosas querendo passar um tempo com o ex-quarterback. O amigo nunca entenderia o que Finn estava sentindo, então ele preferiu concordar a tentar explicar alguma coisa.
Mais de um mês se passou e tanto Rachel quanto Finn ainda se pegavam pensando um no outro de vez em quando. As lembranças eram mais fortes quando ele tentava ficar com uma garota e no final achava tudo um tanto quanto sem graça. Tentava dar o seu máximo, mas as sensações físicas que tinha não tinham metade da força que havia experimentado com aquela morena baixinha e difícil. As lembranças eram mais vivas quando ela ensaiava uma cena mais ousada, quando um de seus colegas de curso a pegava em cena, e era fácil demais ver a diferença entre o toque falso de cada um deles e a pegada cheia de desejo daquele estudante de música que mais parecia um artista de cinema.
Rachel agora trabalhava na montagem de West Side Story que sua turma iria ensaiar ao longo dos próximos meses e depois encenar, por mais alguns meses, no teatro da universidade. Seria uma montagem universitária, mas bastante próxima das montagens tradicionais, inclusive com orquestra ao vivo e cobrança de ingressos, ainda que com preços muito mais acessíveis que os da Broadway e até das produções off-Broadway. Rachel iria representar Maria, contracenando com alguns de seus melhores amigos, como Jesse, no papel de Tony, e Mischa, no papel de Anita, e também iria dividir a direção com Tony, que teve seu nome escolhido pelos pais em razão do personagem, mas entendeu que seu namorado era a melhor escolha para aquela adaptação do musical.
“Rae, esse é o Charlie. Ele vai fazer a direção musical, se você não se opuser. Ele tem experiência, já trabalhou com isso antes, já dirigiu musicais aqui junto com o Prof. Schuester.”
“Claro! Não teria porque fazer nenhuma objeção. Eu confio nas suas escolhas, Sr. Anthony St. James.” Tony revirou os olhos, mas não falou nada. Já estava acostumado com aquela brincadeira que Tina, Mischa e Rachel tinham começado a fazer logo que ele e Jesse foram morar juntos. “É um prazer, Charlie.”
“O prazer é meu, Rachel.” O músico disse, apertando a mão da estudante. “Eu queria falar sobre a orquestra...”
“Tony, será que vocês dois podem resolver isso sem mim? Eu preciso encontrar Tina. Ela quer me apresentar o figurinista...”
“Não há problemas, babe. Um beijo meu para aquela fofa!”
Finn, por sua vez, estava entediado. Não estava compondo muito, a banda não se reunia há muito tempo porque só ele e Mike estavam em NY, e os outros estavam estudando espalhados pelos EUA, as aulas da faculdade iam bem, mas eram, em sua maioria, teóricas. Ele queria trabalhar em algum projeto, mas não tinha aparecido nada até aquele momento, por isso ele passava grande parte de suas horas livres na própria Julliard, tocando algum instrumento em uma das muitas salas de estudo, e era exatamente isso que ele estava fazendo naquele momento.
“E aí, Finn?” Perguntou Rory, o melhor amigo que ele tinha feito em NY.
“E aí, cara?” Respondeu Finn, dando um abraço no rapaz irlandês.
“Tudo bem. E vai ficar melhor ainda!”
“Por que o entusiasmo?”
“Você sabe que o professor Figgins é maestro, não sabe?”, vendo Finn assentir com a cabeça, ele continuou “Ele está montando uma orquestra, preferencialmente com alunos daqui... haverá testes, mas ele disse que dará preferência pra gente... é uma orquestra para um musical, desses da Broadway, que vai ser montado pelos alunos de NYADA. Eu vou lá amanhã fazer o teste, cara. Você não ta a fim?”
“É claro, cara. Que horas?”
Finn não conseguiu prestar tanta atenção ao restante das palavras de Rory, porque sua cabeça estava a mil. O projeto era tudo que ele queria e de que precisava: trabalhar tocando e convivendo com um dos músicos que mais admirava e em que mais se inspirava, que era o maestro Figgins. Seria realizar um de seus muitos sonhos.
Além disso, iria trabalhar e NYADA e talvez isso fosse uma oportunidade para encontrar Rachel por acaso. Quem sabe ela não estava mesmo ocupada naquela época e agora eles poderiam sair? Ele tinha pensado muito e não havia chance de ela não estar interessada! Ele sabia que ela também tinha sentido muito prazer com ele: o jeito como ela respirava, se contorcia, virava os olhos, tremia, o jeito como as mãos dela agarravam com força a pele dele. Ela não estava fingindo... estava?
Só este pensamento já foi suficiente para Finn sentir tesão, sentir seu membro duro, a pressão de suas calças sobre ele, mas afastou o pensamento a fim de se recompor e voltou a conversar com Rory. Por hora, iria se concentrar apenas em ser aceito na orquestra de Figgins.