Cinco amigas e suas mentes criativas
High Five Stories
- "Então... não voltaram a falar do assunto?" – questionou Kurt, enquanto ele e Rachel ocupavam seus assentos no estádio dos Jets.
- "Por que sempre escolhe esse lugar para falar dessas coisas?" – perguntou ela, risonha.
Kurt encolheu os ombros, enquanto olhavam com nojo para os fanáticos da fila de baixo, que comiam hambúrgueres como uns bárbaros. Rachel se moveu em seu assento para ficar de frente para seu cunhado.
- "Temos conversado e bastante. Chegamos a conclusão de que esse não é o momento. Me refiro a que levamos pouco mais de um ano de casados e somos jovens. Temos muito tempo ainda."
- "Bom, considerando isso... talvez queira ouvir sobre o rumor que chegou até a mim." – disse Kurt, com tom misterioso. Rachel olhou para ele inquisitoriamente e ele não pode se aguentar. "Aparentemente, carinho, estão planejando fazer uma versão na Broadway para Funny Girl."
- "Quer me matar, Hummel? Não invente essas coisas!" – repreendeu ela, dando um tapa no braço dele.
- "Desculpa, é de boa fonte. Entrará em cartaz esse ano e as chamadas para o elenco começam em duas semanas. Nunca brincaria com Barbra, céu!" – explicou ele, solenemente. Rachel o olhou por um momento, entre surpreendida e entusiasmada, ante de soltar um gritinho de felicidade e abraça-lo fortemente. "Wow, carinho, achei que não queria trabalhar por um tempo."
- "Funny Girl não é trabalho, Kurt. É o sonho da minha vida." – corrigiu ela, ainda entusiasmada.
A medida que a ideia foi formando em sua cabeça, Rachel começou a acreditar que isso era muito bom para ser verdade.
- "Ah, Rach... as coisas muito boas acontecem para as pessoas muito boas." – disse Kurt, quando ela expos seus medos.
Aquela tarde os Jets ganharam por 30 pontos e ela pensou que talvez as coisas estavam voltando para seu próprio ritmo.
-oo-
- "Isso foi... incrível!" – disse Finn, deitando-se na cama e enfiando embaixo do lençol. Rachel soltou uma risada cansada, enquanto vestia a velha camisa dos Jets e deslizava ao lado do seu marido. Finn a rodeou pela cintura, atraindo ela para ele e ela encheu o peito dele com pequenos beijos. "Por que tenho a impressão de que isso não se deve só a vitória?" – perguntou ele, olhando para ela na tênue luz da lua.
Rachel sorriu ainda mais.
- "Kurt e eu conversamos essa tarde e... me deu muito boas notícias." – respondeu ela, se recostando sobre ele e apoiando sua cabeça em seu peito, sentindo os leves e calmos batimentos do coração de Finn.
- "E posso saber do que se trata ou é uma dessas tantas conversas que você e Kurt tem e que eu preferiria não saber?" – perguntou, acariciando ela por debaixo da camisa.
- "Kurt me disse que, em umas semanas, começam com uma nova produção de Funny Girl." – lhe explicou.
Finn soltou uma gargalhada.
- "Rachel, isso é fantástico! Funny Girl! É o que sempre quis." – disse, ficando tão entusiasmado como ela ao escutar a notícia.
- "Eu sei, eu sei. As audições são em umas semanas, mas... não sei o que vou fazer."
- "Está brincando? Rach... acho que vimos esse filme centenas de vezes..."
- "Eu sei..."
- "E ama a Barbra e sempre quis fazer uma homenagem a sua trajetória..."
- "Eu também sei, mas..."
- "E é Funny Girl, carinho. Funny Girl! E sempre canta..."
- "Finn! Entendi o ponto, obrigada." – interrompeu ela, colocando uma mão sobre seus lábios para que ele parasse de falar.
Finn olhou para ela sem entender.
- "Não compreendo. Essa é a parte em que você diz que não é o suficientemente talentosa e eu devo aumentar a autoestima? Porque estou um pouco perdido." – disse ele, entre sério e risonho.
- "Essa é a parte em que trato de te explicar que, se eu obtiver o papel..."
- "Que seguramente obterá." – agregou ele, em um sussurro.
- "Se eu obtiver o papel, passaria os próximos três anos nisso. Não poderia me dedicar a nada mais. Passaria menos tempo em casa com você e com Amy e não poderia... não poderíamos buscar outro filho durante esse tempo." – lhe explicou Rachel, tratando de que Finn entendesse.
- "Carinho... não tem feito nada por você nos últimos dois anos. E é Funny Girl, não é só mais uma oportunidade... é seu sonho. Estaremos bem, já verá. Se os Jets obtiverem o Super Bowl..."
- "E obterão." – murmurou ela, tal como ele havia feito uns momentos antes.
- "Se os Jets ganham e me nomeiam treinador poderei ter muito tempo. Teria tempo para estar aqui quando você não puder e também ficaria tempo para passarmos juntos. Eu acho que é o momento certo." – disse ele, convencido, acariciando uma bochecha dela.
- "E o que tem... do outro?" – perguntou ela, com voz frágil, mordendo o lábio.
- "Bom... creio que temos comprovado que esse não é o momento para isso." – respondeu ele. "Rach... quantas vezes na vida as coisas saem tão bem?" – questionou, deitando ela ao seu lado e a abraçando fortemente.
Rachel foi dormir com a impressão de que faria o impossível para conseguir esse papel, só para fazer com que Finn se sentisse orgulhoso.
-oo-
- "Bom, Rachel, francamente não é necessário ler seu currículo para saber quem é." – lhe disse o senhor Saddle, enquanto olhava diretamente nos olhos dela.
Rachel se moveu um pouco na cadeira, incomoda, tratando de não prestar atenção nos ruídos proveniente de fora.
- "Devo cantar algo ou...?" – começou, recebendo uma negativa por parte do diretor.
O homem tirou os óculos, com o olhar ainda cravado em seu rosto.
- "Por que veio para a audição desse papel?" – questionou, sem compreender.
Rachel arqueou as sobrancelhas.
- "Foi o sonho de toda minha vida fazer ele, na realidade..."
- "Não, não me refiro a isso." – a interrompeu, abandonando a mesa para se aproximar mais dela. "Por que esperou na fila toda a manhã, quando poderia ter conseguido um encontro?" – Rachel olhou para ele sem entender.
- "Bom... eu gosto de fazer as coisas dessa forma. Não sei." – respondeu.
Saddle sorriu por um momento, antes de voltar a se sentar atrás da mesa. Buscou um par de papeis e entregou para Rachel.
- "Esses são os contratos e a versão final da adaptação. Quer que leia e que volte a me ligar e quero que saia e diga a minha secretária que de agora em diante só estarei fazendo audições para a substituta de Funny Brice." – lhe disse, sem olhá-la.
Rachel levou um segundo para pensar nas implicâncias daquilo.
- "O senhor... está me dando o papel?" – murmurou incrédula.
- "Mais do que isso, Berry. Estou te dizendo que sem você... não tenho pensado em fazer a obra. Põe-se a imaginar alguns requisitos delirantes que pode me pedir, ok?" – explicou Saddle, apontando para a porta com o olhar fixo nos papeis de sua mesa.
Rachel esperou até chegar no carro para soltar o maior grito de felicidade que tenha se lembrado (pelo menos um que não estivesse relacionado com Finn, de todos modos).
-oo-
- "Finn? Amy? Tem alguém aqui?" – perguntou Rachel, em voz alta, enquanto deixava sua bolsa e os papeis no pequeno armário da cozinha.
- "SURPRESA!" – gritaram um monte de vozes e o lugar se encheu de rostos familiares.
Só então Rachel notou que a sala e a cozinha estavam decorados em tom festivo.
- "O que é isso?" – perguntou ela para Finn, que caminhava até sua esposa.
- "É sua festa de 'felicitações' por conseguir o papel." – explicou ele, como se fosse o mais simples do mundo.
- "Como souberam que eu obtive?" – questionou ela enquanto levantava Amy.
- "Não soubemos, só supomos." – disse Kurt, dando um beijo na bochecha, fazendo com que todos rissem.
- "Felicidades, bebê. Você merece." – murmurou Mercedes, também a abraçando.
- "Não tinha que fazer isso." – Rachel disse para Finn, quando todos se sentaram na mesa para comer as pizzas que Finn havia comprado.
- "Oh, você já verá como me devolve o favor!" – murmurou ele, de forma sugestiva, enquanto Blaine (que claramente havia escutado eles) metia os dedos na boca em sinal de nojo.
-oo-
- "E realmente não me deu o papel, me disse que não pensava em fazer a obra sem eu, entende? Isso é mais... mais que simplesmente me dar o papel." – explicou ela, umas horas depois, enquanto ambos se recostavam no pequeno terraço e desfrutavam da noite de verão.
- "Deveria ter te organizado uma festa maior, então. Não sei... algo no Plaza..." – Rachel nunca saberá em que consistia a festa, já que preferiu calar seu marido com um beijo, se deitando sobre ele e deixando com que suas pernas caíssem na lateral da cintura dele.
Finn soltou um leve gemido, cedendo diante o beijo e acariciando a coxa dela, subindo um pouco mais suas mãos quando sentiu os lábios dela se curvar em um sorriso. Rachel se moveu um pouco, subindo o vestido e roçando ainda mais sua fina roupa intima contra o fecho da calça jeans de Finn, buscando a fricção. Ele buscou o fecho do vestido dela, mas ela negou com a cabeça.
- "Não dá tempo." – é tudo o que pode dizer, enquanto começava a beijar a linha da mandíbula dele, sugando um pouco a pele solta.
Finn se virou para ficar sobre ela, se perguntando em que momento as mãos de Rachel havia conseguido desafivelar sua calça jeans. Ela não titubeou e tirou a pequena calcinha em um só movimento, enquanto Finn fazia o mesmo e jogava sua calça e sua cueca no chão com um barulho seco. Se acomodou entre as pernas dela (como já havia feito centenas de vezes) pensando em que momento havia se convertido no maior sortudo do mundo, aquele homem capaz de amar Rachel Berry dessa maneira durante toda sua vida.
- "Não temos proteção." – murmurou ele, segundos antes de entrar nela.
Rachel lhe respondeu com apenas um movimento, beijando ele fortemente e Finn entendeu que não importava e deixou que ela o conduzisse para esse lugar em que ele se sente completo, invencível. Durante uns minutos, nenhum dos dois é capaz de pensar coerentemente em nada que não seja o outro, o ritmo sincronizado de suas respirações e seus quadris e o calor das mãos se roçando.\
Não tem nada novo ali. Já fizeram incontáveis vezes e de maneiras diferentes. Porém, quando Finn colapsa sobre ela no preciso momento em que ela perde a compostura, Rachel tem a impressão de que algo foi diferente. Talvez seja a noite, a incrível festa que ele organizou ou o fato de que acaba de receber uma das melhores notícias de sua vida, mas não vem ao caso qual é o motivo. O único que importa é que aquela noite, Rachel ama Finn como nunca amou. E sabe, pela forma em que ele treme, que ele deve estar pensando o mesmo.