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Finn até que tentou! Pegou com Puck as chaves do depósito do bar, e levou para o reservado cômodo a ruiva siliconada que era o sonho de consumo de nove entre dez caras, depois de escutar atentamente as instruções do amigo sobre onde encontrar camisinhas. Deu alguns beijos nela e até achou que iria se animar, mas não chegou nem mesmo a ter uma ereção que fosse honroso mostrar a uma garota, então pediu desculpas, desistindo, e foi embora do bar, deixando a chave do depósito com um garçom, e torcendo para que ela não contasse o que (não) tinha acontecido para todo mundo.

Ele tinha aquela estranha mania de ouvir os conselhos de Noah Puckerman, só porque uma meia dúzia de vezes o amigo tinha conseguido tirá-lo de algumas "frias" realmente grandes. Não tinha aprendido ainda que a essas poucas intervenções bem sucedidas se somavam dicas que tinham significado encrenca em letreiro luminoso! Agora, ele não só tinha falhado miseravelmente de novo, como provavelmente muitas pessoas ririam pelas suas costas, e às suas custas.

Caminhou pela rua, indo até seu carro, enquanto pensava no que poderia ter dado errado. Talvez tivesse sido o simples fato de que ele nunca tinha pensado em ceder às investidas de Kelly justamente porque ela não era do tipo que o interessava. Não que não fosse gostosa, mas era dessas garotas que já passaram na mão de todos os amigos do cara, e sobre quem ele já sabe até os detalhes mais sórdidos, só pelos relatos repetitivos.

Talvez ele estivesse com a virilidade recuperada, com a autoconfiança renovada, mas tivesse se sentido culpado, na hora H, por estar com uma garota que não era aquela que tinha resolvido o problema dele, e ido muito além, fazendo com que alcançasse um nível de prazer maior do que o que ele conhecia antes. Talvez tivesse sentido medo de que ela descobrisse, de algum jeito, e ficasse magoada, mesmo não sendo oficialmente namorada dele. Deixar Rachel triste não era uma opção, quando era ela quem sabia tão bem, mesmo com tão pouco tempo de convivência, como deixá-lo genuinamente feliz!

Ou, quem sabe, ele tivesse tido uma trégua de seu problema, mas a impotência não tivesse sido realmente uma fase deixada para trás? Quem sabe não fosse melhor comprar as tais pílulas azuis e não arriscar passar vexame em seu próximo encontro com Rachel, que seria em apenas dois dias?

Atormentado por isso, estava dando partida no carro quando sentiu seu telefone vibrar no bolso traseiro da calça, então parou e pegou o aparelho, com alguma dificuldade. Eram mais ou menos onze da noite e ninguém tinha o hábito de ligar para ele a essa hora, a não ser Puck. Na verdade, não seria realmente nenhuma surpresa se fosse o amigo do outro lado da linha, pois ele já devia estar ciente dos acontecimentos. No entanto, Finn não estava muito disposto a lidar com piadinhas, naquele momento, então, se fosse ele, já tinha decidido não atender, quando olhou para o visor.

"Oi, coisa linda!" Atendeu, sorrindo, depois de ver o nome de Rachel aparecer na pequena tela.

"Oi, Finn. Tudo bem? Você não tava dormindo... tava?" Ela perguntou, um pouco agitada.

"Não, linda. Eu tava no bar daquele meu amigo que eu te falei, tomando uma cerveja." Teve raiva de si mesmo por mentir, mas também não havia como falar a verdade completa. "Agora, eu to no carro, indo pra casa."

"Onde você tá é muito longe da minha casa?" Perguntou, hesitante.

"Não. É a uns quinze minutos daí... eu acho." Respondeu já dirigindo e colocando o celular no viva-voz.

"Eu precisava de uma ajuda aqui... mas só se não for incomodar. Eu sei que tá tarde..."

"Ajuda? Aconteceu alguma coisa, Rach?" Questionou, preocupado.

"Não!" Ela riu. Não queria preocupá-lo, apenas atraí-lo até o apartamento. "Tá tudo bem. É só um probleminha caseiro que eu não tenho força pra resolver."

"Eu to indo. Eu to... quase chegando." Falou, prestativo e curioso. Nem se lembrou, naquele momento, que poderia não ser uma boa ideia visitar Rachel sem o remedinho mágico receitado pelo chefe dela.

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"Então eu caí no golpe do vidro de doce, né?" Finn perguntou, brincando, enquanto passava as mãos pela cintura de Rachel, observando o corpo dela, pouquíssimo coberto por uma camisola branca com bolinhas em azul bebê, extremamente curta e um pouco transparente.

"Eu queria ter recorrido ao truque do gato fujão que subiu na árvore, mas eu não tenho um gato e... você sabia disso. Na verdade, eu tenho é alergia!" Riu, com os braços em volta do pescoço dele, tanto quanto a diferença de altura permitia. "Mas, falando sério, agora, Finn. Os vidros de doces e conservas são o grande fraco da mulher moderna, tá? Alguém tem que inventar alguma coisa, ou nós sempre vamos depender de vocês pra nos darem essa forcinha."

"É bom que seja assim. Vocês tão ficando independentes demais!" Ele bateu, de forma brincalhona, com o dedo indicador no nariz dela.

"Até parece que você precisa disso pra se sentir necessário! Você sabe que eu não te chamaria aqui pra abrir um pote... que querer comer doce só me deu a desculpa que eu precisava pra te ligar, depois que a Sugar fez a famosa malinha dela e foi pra casa do Artie. Antes, era só nos finais de semana, mas agora... em plena segunda-feira, ela pega as coisas dela e some. Não para nem pra conversar mais!"

"E aí você fica carente... e é onde eu entro, né?" Ironizou e começou a passar o nariz atrás da orelha dela, devagar, como tinha descoberto que ela gostava.

"Eu não to carente, tá? Eu queria ver você... aproveitar o apartamento vazio. Alguma coisa em você me faz ter essa vontade maluca de ser espontânea, em vez de esperar o próximo encontro marcado." Riu.

"Eu adoro essa espontaneidade." Ele beijou o pescoço dela. "Adorei essa camisola." Beijou o canto da boca. "E to adorando uma ideia que tá passando aqui pela minha cabeça, envolvendo esse doce... e essa bancada." Piscou, sugestivamente.

 

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Para alívio de Finn, com Rachel o "amiguinho" dele trabalhava quase incansavelmente. Depois de ele fazer um sexo oral literalmente doce nela, usando a bancada da cozinha como apoio, os dois tomaram banho juntos, e foi a vez dele de gozar com uma chupada daquelas que fazem sacudir o mundo, como um terremoto de mais de 8 graus na escala Richter.

Dessa vez, a morena tinha se preparado muito bem e havia camisinhas em sua cabeceira. Eles usaram duas na noite de segunda-feira e uma na manhã de terça, mas ainda tinham ficado várias para serem utilizadas na quarta à noite, quando, depois de irem a um restaurante recém inaugurado, foram parar na casa dela de novo, e também no sábado, quando, depois do almoço e de um breve cochilo, enfim se recuperaram do estado de exaustão no qual tinham chegado do show do The Killers, a que tinham assistido na sexta-feira.

Na casa dele, também foi feito um grande estoque, que teve algumas baixas na noite de sábado, entre um filme e outro visto no Netflix, e também ao longo do domingo e da segunda, quando uma nevasca os manteve reclusos no apartamento, mas, surpreendentemente, eles não souberam o que era sentir tédio e nem se cansaram da companhia constante um do outro.

Na verdade, Finn ficou tão acostumado com a presença de Rachel, que dois dias falando com ela apenas pelo telefone e por mensagens pareceram um tempo enorme! Mesmo quinta-feira sendo dia de encontrar os amigos para o poker semanal, e ainda que já tivesse combinado de ir a um jogo de basquete com ela na sexta, acabou passando no apartamento dela antes de ir para a casa de Ryder, fazendo-lhe uma surpresa.

"Finn? O que você tá fazendo aqui?" Ela perguntou, confusa, dando passagem para que ele entrasse na sala. "Você não ia encontrar os meninos..."

"Eu vou." Ele riu e a encarou, colocando uma mecha de cabelo dela atrás da orelha. "Mas eu vim te ver. Eu também sei ser espontâneo." Brincou.

"Eu adorei." Ela sorriu, passando a mão pelo peitoral dele, enquanto ele acariciava a lateral do corpo dela e começava a beijar seu pescoço. "Eu pensei em te ligar o dia todo." Acrescentou, manhosa, inclinando um pouco a cabeça para dar ainda melhor acesso a ele. "Mas eu não queria ser essas na-... é... e-essas é..." Engoliu, seco, com medo de que ele tivesse percebido o que ela estivera prestes a falar, e isso pudesse colocar tudo a perder. Eles estavam se dando tão bem, mas ela, que normalmente não era de atropelar as coisas, tinha deixado o sentimento diferente que ele provocava nela, guiar suas ações e palavras.

"Não queria ser o que?" Ele perguntou, parando e olhando nos olhos dela.

"Não queria ser uma dessas chatas grudentas." Disfarçou.

"Não queria ser uma namorada grudenta, hum?" Ele falou, sorridente, fazendo cócegas nela, que não respondeu, sem jeito, apenas ficou tentando se defender do "ataque". "Você pode falar essa palavra, numa boa... sem medo nenhum de me afugentar, Rach. A gente não conversou sobre isso, mas eu acho que nem precisa... a gente TÁ namorando."

"A gente tá?" Questionou, tentando conter o entusiasmo, e ele balançou a cabeça, confirmando. Ela abriu aquele sorriso que acabava com a sanidade dele, e ele a pegou no colo, beijando-a com paixão.

"Eu vou chegar atrasado, mas que se foda! Você me deixa completamente maluco." Ele disse, tirando a própria camiseta, que iniciou um rastro de peças de roupa pelo chão do apartamento. "Olha o que você faz comigo, Rachel... como você me deixa duro, babe... sempre querendo mais e mais... e mais." Ele disse, quando já estavam nus na cama dela e o membro dele mostrava toda a sua glória.

Ele chegou vinte minutos atrasado na casa de um dos ex-colegas de faculdade, e escutou reclamação que não acabava mais! Mas ele ouviu calado e sorrindo internamente, porque a namorada mais gostosa, mais linda, mais cheirosa, mais carinhosa, mais tudo de bom nesse mundo, fazia com que escutar cada palavrão, grito e resmungo de Sam, Mike e Jake valesse realmente super a pena.

 

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Finn estava sentado no sofá da sala com o laptop no colo, preenchendo uma planilha com informações para um cliente, quando Rachel entrou, e começou a recolher algumas taças usadas na noite anterior e a louça do café da manhã. A essa altura já tinha aprendido que não adiantava tentar convencê-la de que não precisava se incomodar em arrumar nada, então apenas a observou circulando, vestida com a camisa branca social que ele usara no jantar de negócios da noite anterior, ao qual ela o havia acompanhado. Era incrível como conseguia ficar sexy, mesmo com uma camisa que não só era masculina, como pelo menos uns três números maior do que o tamanho dela.

"Por que você tá me olhando assim, Finn?" Ela perguntou, tentando reclamar, mas com um sorriso enorme no rosto.

"Porque você é LINDA! E é todinha minha." Ele espelhou a expressão inevitavelmente feliz dela. "Vem cá." Pediu, colocando o computador no chão e batendo no espaço vazio a seu lado.

"Você não precisa trabalhar?" Questionou, mas fez o que ele pediu, largando dois copos na mesa de centro.

"Isso pode ficar pra depois." Respondeu, segurando-a pela nuca, e lhe deu um beijo não muito demorado. "Você devia fazer que nem a Sugar, e trazer umas roupas pra cá, no fim de semana." Comentou, fazendo carinho no rosto dela.

"Te incomoda que eu use as suas?" Perguntou, insegura.

"Claro que não, babe! Eu só quero que fique mais à vontade aqui." Assegurou. "Talvez possa até deixar algumas roupas aqui... e a gente possa comprar o shampoo que você gosta e..." Olhou para ela e viu que estava surpresa. "Se você achar que é cedo pra isso, tudo bem, Rach. Eu só... eu quero que você se sinta confortável aqui... bem vinda, entende? E eu não sei se eu to ou não conseguindo fazer você se sentir assim, porque faz mais de um mês que a gente namora oficialmente e... tudo bem, eu sei que não é tanto tempo, mas... você sempre vem só com a roupa do corpo e..."

"É que você nunca me chamou pra passar o final de semana. Eu sempre acabo ficando, mas..."

"Rach! Babe, é exatamente disso que eu to falando! Eu... você não precisa ser convidada pra vir ou... pra ficar aqui. Eu SEMPRE vou querer você aqui! Todo final de semana, sempre que você puder."

"Então a gente pode combinar uma coisa?" Ela esperou que ele assentisse. "Você me deixa ajudar com as coisas, ao invés de ficar dizendo que depois você faz ou... que você tem uma diarista na segunda-feira que pode fazer... e eu prometo me sentir quaaase em casa." Riu.

"Acho que eu posso deixar você colocar uns talheres na máquina e descascar uma cebola ou outra, de vez em quando." Brincou. "É um preço justo pra ter você aqui e..." Ele a beijou nos lábios e a puxou, para que se sentasse em seu colo, com uma perna de cada lado do corpo dele. "...e poder fazer o que eu quiser com você..." Beijou, mais uma vez, sua boca, agora com mais intensidade, enquanto começava a abrir os botões da sua própria blusa, que a cobria. "...no meio de uma tarde chuvosa de sábado." Completou, encarando os olhos dela, e continuando com os botões.

Quando ele terminou de abrir a camisa, os dois se beijavam de novo, e ainda permaneceram explorando a boca um do outro por um tempo, com os mamilos dela roçando levemente em seu peitoral. Afastaram-se um pouco, minutos depois, trocando olhares intensos, mas o clima foi momentaneamente interrompido quando, ao colocar os olhos no corpo da namorada, Finn não conseguiu evitar que uma gostosa gargalhada escapasse de sua garganta.

"Definitivamente, você precisa trazer roupas!" Disse, ainda rindo.

"O que? Ficou muito bem em mim, tá? Posso jurar que ficou bem melhor do que fica em você, aliás." Tentou parecer ofendida, mas é claro que entendia a reação dele ao vê-la usando uma certa boxer sua.

"É claro que está melhor em você! Em mim, ela fica absolutamente ridícula e... em você ficou fofa!" Sorriu, apertando a bochecha dela.

"Por que você TEM uma cueca de ovelhinhas, em primeiro lugar, Finn?"

"Eu não sei por que guardei, mas eu tenho por causa de uma aposta idiota."

"Aposta? Sério?"

"Coisa de garoto, babe. Você não vai querer saber, tá?" O rosto dela disse o contrário. "Ok... tá bom. Mas eu não me orgulho disso, tá? Foi bem no começo da faculdade, e eu era um babaca." Ela continuava com a sobrancelha levantada, desafiadora. "Eu apostei que pegaria uma veterana... e tive que andar pelo corredor do dormitório, usando isso, porque eu não consegui. Os meninos compraram a mais ridícula que tinha na loja... aqueles filhos da puta!" Ela riu da leve indignação dele.

"Acho melhor tirar, então... pra te poupar de ficar se lembrando de todo esse constrangimento." Ironizou.

"Eu tiro." Ele falou, mudando o tom da conversa bruscamente. "Lá no quarto." Afirmou, sussurrando no ouvido dela, e a manteve em seu colo, carregando-a para a cama.

A planilha do cliente só foi feita no domingo à noite, assim como alguns trabalhos da faculdade que ela tinha para entregar na segunda.

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Finn mal tinha entrado no apartamento e o som de risadas muito conhecidas adentrou seus ouvidos, ecoando em sua caixa craniana, produzindo um zumbido forte nos ouvidos e o deixando um pouco tonto. Caminhou até o quarto em pânico, e foi tomado de um misto de raiva e sentimento de abandono, quando suas suspeitas foram confirmadas, ao ver Rachel na cama, não esperando por ele, como gostaria, mas acompanhada de nada mais, nada menos, que Quinn e Santana.

As três trocavam beijos e carícias íntimas, aos risos e gemidos, e seria até excitante ver a cena, se não fosse pelo ciúme e a sensação de impotência que ela despertava no rapaz. Uma dor o consumia e o paralisava, e ela só piorou quando algumas frases que haviam ficado meses presas em sua memória, repetindo-se como se o replay de um gravador estivesse sendo acionado de tempos em tempos, foi repetida em sua nova cama, de seu novo apartamento.

"Eu já tive que fingir tantas vezes que tinha chegado lá, pra não deixar o Finn triste."

"Ele é doce, carinhoso... o melhor namorado que eu já tive! Mas realmente eu não sinto quase nada com ele."

Finn fechou os olhos e só ouvia. O som ia ficando cada vez mais baixo, mais distante, até se tornar tão fraco quanto um sussurro, assim como as risadas quase histéricas que acompanhavam as palavras. Mesmo que parecessem pronunciadas muito longe dali, elas continuavam lá, nítidas e inconfundíveis, a esmagar seu ego e destruir seus sentimentos, principalmente quando percebeu que a voz de Quinn tinha sido substituída pela de Rachel.

"Eu já tive que fingir tantas vezes."

"Eu não sinto quase nada com ele."

De repente, sentiu um impulso no corpo, como se caísse de uma altura baixa, e abriu os olhos, deixando um imenso alívio tomar conta de si. Agradeceu mentalmente por estar deitado em sua cama, e não de pé na porta do quarto, e por Rachel estar dormindo como um anjo a seu lado, absolutamente alheia ao pesadelo que ele tinha acabado de ter. Estava suado, cansado e com a boca seca, então decidiu lavar o rosto e depois ir até a cozinha e beber um bom copo de água gelada.

"Finn? Tá tudo bem, babe?" Rachel perguntou, entrando na cozinha alguns minutos depois.

"Tudo bem, linda." Mentiu, puxando-a para si e beijando seus cabelos. "Só tava com calor... e me deu sede."

"Huuum... acho que eu quero também." Comentou, pegando um copo e enchendo-o.

"Rach?"

"Hum?"

"Você já fingiu alguma vez comigo?" Questionou, deixando-a confusa.

"Fingir?" Ela consultou o rosto dele, que alisava a nuca, nervosamente, e entendeu do que se tratava. "Fingir... orgasmo?"

"É... você já fingiu... alguma vez?" O coração dele estava apertado no peito. Talvez ele não quisesse realmente aquela resposta, no final das contas.

"Claro que não, Finn." Ela riu. "Por que eu faria isso?"

"E por que me contaria, se fizesse, né?" Disse, sentindo-se um idiota.

"Realmente, quem finge não conta, mas... por que essa pergunta, assim, do nada?"

"É que... outro dia tava passando um filme antigo na TV... com aquela Megan... Melanie..." Encontrou, rapidamente, uma desculpa, agradecendo mentalmente à falta do que ver em uma madrugada insone.

"Megan Fox?"

"Não, não. Uma loira. Aquela daquele filme com o Tom Hanks, que você me fez ver, em que eles se falam pela Internet..."

"Meg Ryan?"

"Isso! E ela fez a maior cena num restaurante, mostrando pro cara que vocês conseguem fingir..."

"Harry e Sally." Concluiu, e viu o semblante questionador dele. "Harry e Sally é o nome do filme, Finn. E, sim, a gente consegue fingir algumas coisas... gritos, gemidos, sei lá, mas... tem certas reações físicas que, sinceramente, eu nem saberia como fingir!"

Pensando bem, ela tinha razão, e ele tinha sido realmente muito pouco atento para não perceber. Havia os espasmos na hora do gozo e a tremedeira no corpo, que vinha logo depois dele. Os músculos dela ficavam quase impossibilitados de reagir aos comandos do cérebro, por um tempo, seu corpo se aquecia e os lábios ficavam um pouco frios. A respiração ficava ofegante e os batimentos cardíacos aumentavam como em uma corrida.

Quinn apenas avisava que ia gozar, e gemia mais alto por alguns segundos, apertando-o um pouco mais, mas ela não ficava fraca ou enrubescia, e normalmente logo se levantava, indo tomar um banho. Talvez ele não tivesse percebido isso, na época, porque, antes dela, ele tinha namorado Santana, que também fingia, e uma colega do ensino médio com quem perdera a virgindade. Tinha transado com mais algumas garotas, mas talvez não tivesse se importado em prestar atenção real às necessidades delas.

"Finny?" Rachel chamou, percebendo que o pensamento dele estava longe. "Tá acontecendo alguma coisa?" Preocupou-se.

"Não. Não, coisa mais linda desse mundo!" Respondeu, abraçando forte a namorada e fazendo carinho no rosto dela. "Foi só um momento de insegurança... mas é só porque eu sou louco por você e... eu quero fazer você tão feliz quanto você me faz."

"É? Você quer me fazer feliz?" Perguntou, em tom brincalhão, e ele assentiu. "Eu tenho uma ideia de como você pode fazer isso."

"Ah, é?" Ele levantou a sobrancelha, fingindo dúvida, apesar de estar entendendo bem o jogo dela.

"Que tal se você vier comigo até o quarto e me der um daqueles orgasmos deliciosos... e impossíveis de fingir?"

____________________

Rachel podia não saber sobre o problema que Finn estava enfrentando antes de conhecê-la, mas praticamente agia como se soubesse. Mesmo não sendo nem um pouco necessário, vivia fazendo de tudo para incrementar a vida sexual dos dois, com joguinhos sensuais, praticamente uma lingerie nova por semana, e fantasias, como se vestir de camareira, colegial e enfermeira (sendo que ela seria uma, de verdade, no futuro, mas felizmente só na frente dele ela usaria uma saia tão curta e uma blusa tão decotada).

A vida sexual dos dois era perfeita e, para melhorar as coisas, não era, apesar disso, nem de longe, a única coisa maravilhosa na relação deles. Os dois eram companheiros, conversavam muito, ajudavam um ao outro com seus problemas do dia-a-dia, gostavam de estar na companhia um do outro, independentemente do sexo. Finn já tinha conhecido os pais de Rachel, e quase todos os amigos dela, e a garota já tinha conhecido o irmão e os pais dele, os antigos colegas de faculdade, com suas respectivas namoradas, e até Puck, que conseguiu se comportar, na presença dela, como se namorada de amigo dele fosse homem.

Finn estava realmente feliz e era por isso que ele tinha tomado uma importante decisão, quando passou no bar de Puck, na hora do happy hour de uma sexta-feira, antes de ir encontrar Rachel, que ficara de ir para o apartamento dele depois do trabalho, mas iria sair um pouco mais tarde.

"Eu vou chamar a Rachel pra morar comigo." Informou ao amigo, que tinha se juntado a ele para uma cerveja.

"Sério, cara? Não tá meio cedo pra isso, não?"

"Não... eu to com ela há oito meses, cara. Eu nem gostava tanto da Quinn, e a gente foi morar junto quando fez nove!"

"E você viu no que deu." Lembrou.

"A Rachel não é a Quinn! Eu não tinha com ela o que eu tenho com a Rachel... não era nem parecido."

"Ok, brother... ok!" Puck levantou as mãos, se rendendo. Tomou, então, alguns goles de sua cerveja, mas não conseguiu conter a sinceridade. "Não te incomoda já ir morar com a garota e nem saber se ficou mesmo livre daquele problema?"

"Pode parar, cara!" Irritou-se. "Eu não vou te dar ouvidos de novo! Eu não preciso conseguir fazer nada com mais ninguém, se eu consigo fazer com a única garota com quem eu quero fazer! E não só consigo, como tenho as melhores fodas da minha vida e eu já te disse isso."

"Eu só me preocupo que um dia vocês terminem..."

"Se a gente terminar, o menor dos meus problemas vai ser não conseguir transar com outra, cara. Eu adoro a Rachel! Eu to... apaixonado por ela."

"Eu vou tentar ficar feliz por você... só não conta pra ninguém. E nem vai chorar aqui no meu bar, porque você é meu melhor amigo e eu tenho uma reputação." Riu.

"Valeu, cara. Eu to louco pra ver a carinha dela." Afirmou, tirando do bolso o chaveiro de coração onde colocara uma cópia da chave do apartamento, e o observando, com um sorriso bobo no rosto, antes de tomar um último gole de cerveja.

Capítulo 3

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