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Rachel Berry é dessas pessoas que não costumam se enganar. Considera ser até um pouco vidente. No entanto, não poderia estar mais errada sobre o que pensou de Finn: ele realmente ligou, logo no dia seguinte, quando ela ainda desfazia suas malas em Lima. Pareceu um pouco decepcionado por ela já estar tão longe e mais decepcionado ainda quando descobriu que a garota só voltaria na véspera da volta às aulas.

“Quando você disse que passaria férias, não pude imaginar que você quisesse dizer toooooooodo o tempo de suas férias... afinal... é Lima... quem quer passar tanto tempo em... Lima?” Ele suspirou “Não tem nada para fazer, isso eu sei, porque eu também sou de Lima.” Ele estava tagarelando e ela não conseguiu conter o sorriso que se formava em seu rosto.

“Eu gosto de passar um tempo com meus pais, Finn.” Verdade, um tempo, não necessariamente tanto tempo “e escapar um pouco dessa loucura que é Nova York.” Não poderia estar mentindo mais: se sentia entediada e daria tudo para escutar o barulho da Grande Maçã, mas sabia que não era uma opção, pois seus pais ficariam decepcionados demais, muito mais do que uma garotinha dos papais como ela era capaz de suportar.

“Ok, eu entendo.” ele disse e, depois de um silêcio de alguns segundos, mas tão incomodo para ambos que pareceu uma eternidade, acrescentou “Você me liga quando chegar?... Me liga, eu quero te ver.”

“Ok” ela escutou a respiração forte dele e foi percorrida por um arrepio ao se lembrar daquela respiração em seu pescoço há pouco mais de 24 horas “Tchau, Finn.”

“Tchau, Rach.”

Quando ambos desligaram o telefone, tiveram a mesma sensação. Sentiram seus corpos quentes, um desejo tão grande que era como se eles não estivessem a quilômetros de distância, mas no mesmo cômodo.

Para se acalmar e procurar esquecer a imagem de Finn e todas as lembranças que ela trazia, Rachel foi assar alguns muffins, cantando todo o tempo sucessos na Broadway, escolhendo aqueles que menos tinham relação com qualquer coisas relacionada a sexo. Finn, por sua vez, pegou seu violão e começou a tocar. Uma melodia começou a se formar em sua cabeça, então ele resolver pegar seu material para trabalhar em uma nova composição. Do meio dos papéis em que fim escrevia as letras das músicas, cai um dos papéis e, logo que se abaixou para pegá-lo, Finn reconheceu-o: era fácil pois de todos era o menos rabiscado, tinha sido a letra mais fácil que tinha escrito em toda a sua vida, tinha simplesmente surgido completa em sua mente.

Descartando todo o restante do material em cima da cama, Finn sentou-se no chão, encostando-se na parede, com apenas aquele simples papel em sua mãos, lembrando-se, como se estivesse acontecendo agora, do dia em que escreveu “ The Magnet” (O ímã).

Era dia da festa de formatura do último ano no McKinley. Finn e todos os seus companheiros de banda e amigos, Puck, Sam, Mike, Artie e Santana estavam jogando vídeo game na casa de Puck.

“Você tem que ir, cara. Vai ser a única festa de formatura que a gente vai ter.”

“Eu concordo com Puck”, disse Santana “É a minha festa de formatura, pelo amor de Deus! Eu não posso ir sem meu melhor amigo!”

“Não faz drama, Sany” Finn respondeu, já meio irritado “Você vai com a sua namorada, sequer vai se lembrar de mim durante esse estúpido baile.”

Santana, com a ajuda de Finn, que tinha se tornado seu melhor amigo, depois de um namoro rápido e desastroso, durante o qual ele percebeu que ela gostava muito mais de Britt e, principalmente, de fazer sexo com a loira do que com ele, tinha assumido sua sexualidade e começado a namorar a até então melhor amiga, no começo daquele ano.

“Não seja estúpido, Finny. É óbvio que eu vou sentir sua falta. Todos nós vamos.” Finn viu todos os amigos acenarem positivamente.

“Tudo bem, tudo bem. Eu acredito que vocês vão sentir minha falta. Mas, desculpa, gente... eu não vou. Ninguém vai ao baile sozinho!”

Santana iria com Britt, Puck com Quinn (tinham finalmente se entendido, depois de algumas idas e vindas), Sam com uma cheerio chamada Valerie, Mike, que só conheceu Tina ao se mudar para NY, por intermédio dos pais de ambos, iria com Jenna, uma outra menina asiática que estudava com eles e que ele tinha tomado coragem para convidar, mas mais tarde acabou se mostrando uma chata e sequer foi convidada para um segundo encontro, Artie iria com Sugar, que decidira se consolar dos braços dele depois de seu pai ter cortado sua mesada e acabou virando sua namorada havia alguns meses e Kurt, seu meio irmão, iria com o namorado, Blaine.

“Você sabe que poderia ter convidado várias garotas que teriam dado tudo para ir com você, Finn”, protestou a latina.

“Eu sei, Sany... eu só não encontrei nenhuma que valesse a pena...” ele disse, desanimado.

Santana deu um sorriso de simpatia, passando uma das mãos pelo braço do amigo. Os meninos começaram a “zoar” Finn, chamando-o de um bobo, romântico, mulherzinha, e iniciaram uma guerra de travesseiros. Ninguém mais tocou no assunto e fim passou a noite em casa, com seus instrumentos, partituras, cadernos de músicas e muita cerveja e salgadinhos.

Foi durante esse momento de isolamento que Finn escreveu aquela música. Letra e melodia. Tudo muito fácil, porque estava dentro dele e queria sair. Basicamente falava que estava faltando alguma coisa na vida dele, uma coisa maior, alguém, alguém que finalmente o atraísse como um ímã, que tivesse o corpo quente, que se encaixasse perfeitamente no dele, alguém em cujo olhar ele pudesse se perder, alguém de quem ele não se cansasse nunca.

Finn relia aquela letra de mais ou menos um ano atrás e ele sentia que as coisas tinham mudado: ainda faltava alguma coisa na vida dele, mas ele agora já sabia o que era. Soube desde o momento em que Tina aparecera no club com uma desconhecida a seu lado, e apresentara os dois. Aquele era seu ímã! Ele foi atraído à noite toda para ela de uma forma que só poderia ser descrita como o magnetismo de dois ímãs de pólos opostos. Não conhecia bem Rachel para saber se eles eram pólos opostos, mas a atração? Forte, intensa... definitivamente magnética!

E teve certeza quando a beijou, quando a envolveu com seus braços, quando sentiu sua pele, seu cheiro. Eram aquele calor e aquele encaixe perfeito de que falava sua música, escrita enquanto os amigos se divertiam em um tolo baile de formatura ao qual, ironicamente, ele podia tê-la levado. Ela sempre esteve lá, esteve sempre tão perto... e ele não sabia, não imaginava.

Ela provavelmente tinha até ido ao baile com algum garoto idiota do McKinley! Finn sentiu uma coisa... “será que é isso o que chamam de ciúmes? Estou com ciúmes dela?”. Ele não sabia o que era, mas sabia que não era nada boa a sensação de imaginar aquele corpo sendo tocado por qualquer outra pessoa, mesmo de uma forma inocente, em uma simples dança em um baile, em frente a um monte de pessoas.

O seu ímã sempre esteve tão perto e ele nunca soube. Mas agora, ele sabia! E ele tinha uma certeza: ele precisava ter Rachel Berry em seus braços, da forma menos inocente possível, nem que fosse só mais uma vez.

Capítulo 3

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