Cinco amigas e suas mentes criativas
High Five Stories
- "Então levantem suas taças por Kurt Hummel, Mercedes Jones, Will Schuester e Noah Puckerman e a equipe ganhadora dos Jets (com seus respectivos bônus) que fizeram essa festa possível!" – disse Rachel, levantando sua taça de champagne e recebendo um gesto de aprovação dos presentes.
Kurt tomou o microfone quando Rachel se sentou ao lado de seu recém adquirido marido.
- "Boa noite, meu nome é Kurt Hummel e eu sou (além do incrível planejador do casamento) um dos padrinhos. Vou falar em representação a mim e meu marido, o outro padrinho, Blaine Anderson, porque ele disse que eu sou melhor para essas coisas." – explicou, apontando para Blaine que estava sentado ao lado de Finn e tinha Amy em seu colo. "Quando eu conheci o Finn e a Rachel, francamente, achei que não poderiam funcionar sob nenhum concepto. Vamos, ela era incrivelmente mandona e ele não sabia diferenciar uma bola de Futebol Americano e uma melancia! Como se supunha que duas pessoas tão diferentes deveriam funcionar?" questionou, enquanto todos riam e Finn lhe fazia um gesto obsceno por baixo da mesa. "Porém, quando comecei a conhecer a ambos (forçado, se me permitem) entendi que na realidade aqueles que costumavam ser não eram quem realmente eram. Vejam... quando começaram a se tornarem amigos, ambos se transformaram nessas pessoas maravilhosas, incríveis, capazes de fazer o que fosse um pelo outro. E devo admitir, eu tinha ciúmes. Tinha ciúmes da amizade deles, da relação deles, do amor incondicional que se tinham mesmo quando não sabiam ainda. Lembro que, durante um tempo, eu fiz tudo o possível para separá-los, quando na realidade sabia que eram eles que mantinham a todos nós unidos, correndo para o mesmo lado. Quando Rachel me disse que te amava Finn, uma tarde há muitos anos, soube que ela ia fazer o que fosse necessário para que fosse feliz, ainda se isso significasse que não deveria estar com ela. Falava de você com a mesma paixão e determinação com que falava das baladas, dos Tonys e de todos esses sonhos que ambos compartilhavam. E achei que estava louca até que te ouvi falar dela pela primeira vez. Estávamos bebendo aquele leite quente que eu costumava te levar e você sabia que Rachel e eu havíamos passado a tarde juntos e vi como se aproximava de mim só porque ainda cheirava como ela. E sabe que disse então, quando perguntei a ele porque não voltavam a ficar juntos, porque não corria para buscá-la, para pedir perdão?" – questionou Kurt, olhando agora para Rachel. Ela negou com a cabeça, enquanto limpava as lágrimas. "Me disse, com total naturalidade, que 'esse não era o momento'. Que chegaria o momento certo para ficarem juntos novamente. E acho que mesmo que aquele Finn não entendesse nada da vida... esteve bastante correto. O momento chegou. É esse. Ambos sofreram, lamentaram e viveram, nos fez participantes das idas e vindas da relação de vocês. Mas todas valeram a pena, porque no final esse dia chegou. O dia em que ambos começam uma nova etapa de sua vida juntos. E nada me faz mais feliz do que saber que meu irmão e minha melhor amiga se amam e que hoje estão aqui (em parte) graças ao esforço que todos nós fizemos para que ambos dessem conta de que estavam destinados a isso. Então, levantemos nossas taças por Finn e Rachel, por Finchel e por todos nós que somos orgulhosas testemunhas dessa história!" – finalizou, enquanto se aproximava da mesa e abraçava primeiro a Rachel e depois Finn.
- "Por último a menina das flores quer dizer algo." – disse o guitarrista da banda, que se encarregava do som.
Amy se aproximou do pequeno palco, segurando o microfone e respirando profundamente antes de começar.
- "Só queria dizer que fico muito feliz de que estão casados, porque amo vocês e porque gosto muito desse vestido e do bolo." – confessou, tomando um pouco mais de confiança enquanto a multidão riu com seu comentário. "O tio Blaine me disse que os pinguins são um dos poucos animais que vivem toda a vida com a mesma namorada e que eles gostam muito de passar tempo em família e comer seus peixes e nadar todos juntos. E acho que está bem a metráfoa, porque a mamãe sempre diz que são importantes e que nós somos a família pinguim. E é verdade: mamãe e papai se amam muito, porque sempre falam pro outro e também pra mim e agente gosta de passar tempo juntos, mesmo que quase nunca agente come peixe e não vamos nadar. Mas mamãe prepara os melhores biscoitos e sempre vamos no parque e brincamos de Futebol Americano, mesmo que ela não gosta ou sabe fazer. E as vezes dançamos juntas e o papai vê agente do sofá porque não sabe dançar, mas ainda assim ele gosta porque nós fazemos. Não sei se os pinguins casam... devo perguntar depois por tio Blaine e se quiserem eu conto, mas eu gosto que papai e mamãe casem. Porque eu amo eles separado, mas juntos são melhor. São como torrada com nutella. Assim." – finalizou Amy, recebendo uma ovação de pé por parte de todos os convidados e correu até a mesa onde seus pais estavam sentados, onde a encheram de beijos quando ela sentou no colo de Rachel.
- "Acho que isso foi incrível." – murmurou Finn, mais tarde, quando ele e Rachel dançavam lentamente no centro da pista.
- "Mais do que incrível. Foi o melhor dia da minha vida." – respondeu ela, beijando ele brevemente antes de voltar a apoiar sua cabeça no peito de seu marido para deixar que ele a seguisse mexendo no ritmo da lenta música.
- "Atenção, por favor. Obrigado." – disse Kurt no microfone, enquanto os poucos convidados que faltavam se viraram para olha-lo. "Bom, já considerando que só estamos os mais chegados e que o álcool está chegando ao fim, considero que seja o momento para que os recém-casados nos deleitem com uma música." – propôs, enquanto o restante concordava.
- "O que diz? Sei que não voltou a cantar em público, então faremos só se você quiser." – disse ela, olhando fixamente nos olhos dele.
Finn sorriu. Havia forma de dizer que não para ela?
- "Faithfully em B menor." – gritou Finn ao guitarrista, enquanto tirava a gravata e abria um pouco a camisa.
Rachel sorriu enormemente e Finn a ajudou a subir no palco. Começaram a cantar em harmonia e Finn sentiu como um calafrio o percorria pela medula: havia esquecido o quão apaixonante, quão incrível e quão fácil era cantar com Rachel.
Como as notas saiam por sua boca sem esforço algum, sem temor, como se não tivesse passado dez anos desde a último vez que haviam cantado juntos dessa forma.
- "And being apart ain't on this love affair. Two strangers learn to love again. But I get the joy of rediscovering you. And, Oh Boy, you stand by me… I'm forever yours… Faithfully."
Finn a abraçou quando a música terminou e Rachel pensou seriamente se Will Schuester possuía alguma classe de poder psíquico. Como havia conseguido, tantos anos atrás, uma música que fosse tão perfeitamente para ambos, a história deles? Antes de que pudesse se repor emocionalmente daquele dueto, Finn já havia escolhido outra música e os primeiros acordes de Don't Go Breaking My Heart preencheram o enorme local.
- "E o que quer que eu faça? Devo repor os anos perdidos." – se desculpou, antes de começar com sua parte e sorriu de tal forma que por um segundo, Rachel pode ver o menino de dezesseis anos que havia se apaixonado uma vez.
Enquanto cantava o dueto pensou, com imensa alegria, que aqueles dois garotos haviam percorrido um longo caminho para chegar ao ponto de partida: ele, ela, a música e o incrível e invencível amor que se tinham.