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É uma calorosa tarde no jardim dos Berrys, mas nem sequer o extremo sol de verão conseguia impedir que os dois adolescentes se encontrem (como de costume) sentados embaixo da pequena sombra da árvore. Ele se move um pouco, tratando de que suas mãos apenas se roçassem e ela não colocasse resistência alguma. Estiveram assim os últimos tr6es dias: jogados um ao lado do outro, sem falar, sem se tocar, simplesmente desfrutando a companhia.

Finn está começando a pensar que, talvez, Rachel nunca será capaz de perdoá-lo pela quantidade de idiotices que ele fez no último ano (mentir para ela sobre sua relação com Santana, deixá-la sem lhe dar a chance de se redimir, começar a sair com Quinn e perdoar sua infidelidade antes da dela e pensar mais em sua popularidade do que no coração de Rachel). Porém, sempre encontra pequenos sinais de esperança. Em primeiro lugar, ela continua convidando ele as tardes, só a ele, e passam horas inteiras sozinhos embaixo daquela árvore. Em segundo lugar, ela sorri para ele de vez em quando e não coloca resistência quando ele tenta acariciá-la ou tocar na mão dela.

- "Rach, eu queria..."

- "Nunca pensou em como...?" – ambos começaram e se interromperam ao mesmo tempo e sorriam por uns instantes (então Finn recorda o quanto sentia falta do sorriso dela).

- "O que ia me perguntar?" – questionou ele, se virando para vê-la melhor.

Rachel também se virou, de tal forma que ambos ficaram de frente.

- "Não, eu só... não era importante. O que você ia me falar?" – contestou, sem olhar para ele, brincando com o pequeno buraco que havia na manta em que estavam recostados.

- "Bom... sei que já disse um milhão de vezes e sei também que a essas alturas seria razoável que não acreditasse em mim... mas realmente lamento tudo o que aconteceu nesses últimos tempos. Lamento ter te machucado e ter sido tão imaturo e egoísta. Sobretudo lamento não ter te ajudado mais com o Glee Club e isso." – lhe disse, com a voz carregada de sinceridade.

Rachel sorriu e se atreveu a olhá-lo por um segundo.

- "Sim, eu... não vou mentir, doeu. Mas me ajudou a entender que para você fazia falta entender quem é, o que queria. Eu soube isso desde que tenho memória, Finn, mas você... acho que deve dedicar mais seu tempo a entender quem você é antes de voltar a pensar em quem nós somos." – lhe explicou, um pouco machucada, enquanto voltava a brincar com o gramado que aparecia através do pequeno buraco.

- "Esse é o ponto. Esse tempo separados me ensinou que... que sou melhor pessoa quando estou com você. Eu sei quem sou agora, Rach. Sei que o Finn que todos querem que eu seja (o popular que não se importa com nada além dele mesmo) não é o suficiente para mim... porque não é suficiente para você. Sou essa pessoa que faz o que o apaixona, o que ama. Como cantar e jogar Futebol Americano... e estar com você. Sou esse garoto que te quer, muitíssimo e que se preocupa por você." – finalizou, acariciando a bochecha dela.

Rachel fechou os olhos, enquanto sorria um pouco e Finn achou que ela entendeu a mensagem. Se aproximou um pouco mais dele, colocando o longo braço dele em sua pequena cintura e abriu seus grandes olhos marrons para olhá-lo de frente.

- "Sabe que nem sempre vou estar lá. Que tem que aprender a ser você mesmo, a enfrentar seus problemas sem a ajuda de ninguém." – disse para ele, seriamente.

- "Eu sei. Por muito que me doa, eu sei." – respondeu ele, devolvendo o olhar.

Voltaram a ficar em silencio, ambos com os olhos fechados, enquanto ele lhe acariciava as costas e ela brincava com a gola de sua camisa, fazendo cosquinhas na parte de baixo do seu pescoço.

- "O que era que queria me falar?" – perguntou ele, um pouco sonolento.

- "Oh... bom... queria saber se alguma vez você pensou em nomes para seus filhos." – respondeu sem dar importância e Finn sentiu um pouco de pena ao ouvir como ela não se referia mais aos hipotéticos filhos como se fossem de ambos.

- "Bom... sempre quis ter um menino para colocar Christopher como meu pai." – confessou ele.

Ela assentiu.

- "E se for menina?" – lhe perguntou, abrindo os olhos para encontrar os dele.

Finn mordeu o lábio, o que indicou a Rachel que ele devia estar usando toda sua capacidade.

- "Não sei, não posso pensar em nenhum." – disse, rendido, depois de um tempo.

Ela sorriu.

- "Eu gosto de Amy." – murmurou.

- "É um lindo nome. Me empresta no caso de minha filha nascer primeiro?" – questionou Finn, tratando de fazer ela se sentir tão mal como ele havia se sentido.

Rachel olhou para ela confusa.

- "Achei... achei que estávamos falando de nossos filhos." – lhe explicou, um pouco machucada.

- "Sério? Ainda... ainda quer que isso aconteça, depois de tudo o que te fiz?" – perguntou ele, claramente agradecido.

Rachel não pode evitar sorrir ao ver quão terno era quando o surpreendia.

- "Claro que sim. Ainda penso nesses meninos que vão a sinagoga e usarão esses gorrinhos." – brincou.

Antes de que desse conta, Finn aproximou ela com o braço que ele a sustentava e a beijou, pegando ela de surpresa. Porém, depois de uns segundos, Rachel se uniu ao beijo, lhe acariciando a parte de baixo da nunca e deixando que Finn partisse seus lábios com a língua dele.

- "E isso foi porque?" – perguntou, quando ambos se separaram para respirar.

Finn sorria de forma mais ampla e brilhante que Rachel jamais havia visto.

- "Eu só estou muito contente porque as coisas voltaram ao seu lugar. E por... Amy. Porque sei que, quando chegar, será perfeita. Será nossa. Não tem forma de superar isso." – disse, entusiasmado.

Rachel sorriu, deixando que ele a abraçasse outra vez e enterrando sua cabeça no peito de Finn. Assim era as coisas com eles, pensou. Não importa o quanto se desviaram do caminho, sempre encontravam as novas direções para voltar, um para o outro.

 

FIM!

Capítulo 25

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