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Acordou essa manhã com a incrível sensação de que algo maravilhoso ia acontecer e sorriu ao pensar que realmente havia poucas chances de que não fosse assim. Vejam bem, Rachel Berry é uma mulher de experiência. Sim, pode ser que tenha apenas vinte e oito anos, mas a vida lhe deu o tempo certo para acumular sabedoria. E se tem algo que Rachel sabe é que, de longe, o dia de seu casamento é o mais importante de sua vida ( pelo menos até o momento). Tenta memorizar tudo o que o compõe, desde o sabor do café da manhã até o som das gotas do chuveiro que caem sobre sua pele, porque sabe que absolutamente tudo, desde o menor até o maior, é parte fundamental daquela experiência.

- "Oi mamãe!" – gritou Amy, enquanto entrava na sala dos Berrys e se jogava nos braços dela.

Rachel a abraçou forte, enquanto a menina lhe enchia o rosto de beijos.

- "Deixa um pouco pro seu pai Amy, ou não ficará nada de noiva para essa tarde." – brincou Kurt, enquanto ele entrava na sala, seguido pelas damas de honra e Carole.

- "Como estava Finn? Nervoso?" – perguntou Rachel, quando todos se sentaram nos cômodos sofás, para desfrutar do café da manhã, antes de começar a trabalhar no penteado e na maquiagem.

- "Bom, ontem a noite ele e os rapazes estiveram jogando X-box até muito tarde, mas essa manhã quando eu acordei, já estava sentado na cozinha tomando café da manhã. Notei ele bem... entusiasmado." – lhe explicou Carole, passando para sua futura nora uma torrada com marmelada.

Rachel sorriu: secretamente, esteve temendo que Finn se arrependesse no último minuto.

- "Mamãe, quando vamos colocar os vestidos?" – sussurrou Amy no ouvido dela, enquanto o restante contava para Carole como tinha sido a despedida de solteira de Rachel.

- "Só um pouquinho mais e depois você me ajuda a me trocar, está bem?" – lhe respondeu Rachel, acariciando o liso cabelo.

A menina assentiu, abraçando outra vez sua mãe com entusiasmo.

- "Acha que podemos falar por um segundo, carinho?" – Carole disse para Rachel e ela assentiu deixando Amy com Mercedes e se aproximando da cozinha.

Ambas se sentaram na pequena mesa e Carole esticou sua mão para segurar a de Rachel.

- "Esses últimos dias eu senti a necessidade de ter uma conversa com você, de mulher para mulher e de mãe para mãe." – explicou. Rachel assentiu, um pouco nervosa, mas se acalmando ao ver o tom carinhoso dos olhos da mulher. Ela respirou e prosseguiu. "Durante dez anos nutria a esperança de que você voltasse para nós, para nossa família. Cada Natal, cada dia de Ação de Graças... esperava que Finn entrasse por essa porta com você, de mãos dadas, passeando no jardim como naquelas tardes de verão." – lhe explicou, fazendo um esforço para não chorar e Rachel teve que conter as suas lágrimas. "Quando vocês se foram (quando Kurt e Finn se mudaram para Los Angeles e você para Nova York), costumava cruzar com seus pais todas as quintas no supermercado. Durante mais de um ano nos encontramos, cada quinta de manhã, na sessão dos enlatados. Não planejávamos... mas ali estávamos, compartilhando a pena de não ter nossos filhos, de sentir saudades. E sabe o que era que costumávamos dizer diariamente?" – perguntou, olhando fixamente nos olhos, com tom risonho. Rachel negou com a cabeça. "Eu dizia para eles, cada quinta-feira, que você fazia falta para Finn. Que você era aquela força que ele me dizia que não conseguia. E eles, quinta após quinta, me respondia que sua querida Rachel, cedo ou tarde, sentiria falta do Finn. Que ainda quando não sabia o necessitava, sentia falta dele. E prometemos, ali mesmo na sessão dos enlatados, que sempre seriamos sinceros. Que se Finn perguntasse por você eu diria o mesmo e que se você perguntasse por ele seus pais se encarregaria de te abrir os olhos. Mas nem ele e nem você se atreveram, jamais, a formular as perguntas." – Rachel sorriu, enquanto limpava os olhos com um guardanapo e Carole aproveitou a pausa para se aproximar mais dela. "E sabe o que penso agora? Que estávamos incrivelmente equivocados! Que nós sentíamos falta de vocês, juntos, como um todo, mas que vocês haviam entendido que necessitavam descobrirem-se antes de voltar a se encontrar. Que você, Rachel, nunca deixaria de acreditar em Finn, mesmo quando ele não acreditava em si mesmo e você não acreditava nem sequer em você mesma. E que ele, ali aonde estava, faria o mesmo por você." – explicou, começando a chorar também. "Desde o dia em que Laura morreu o deixando sozinho com Amy... soube que você seria a única capaz de lhe devolver a alegria, a felicidade. Que só estando com você ele era... era ele mesmo. E não posso... não poderia estar mais feliz, Rachel, pelo modo em que as coisas terminaram acontecendo. Porque sei que ama meu filho com a mesma determinação e admiração com que ele te ama e isso não se consegue em nenhum lado. Então... quero te agradecer por nos escolher. Por eleger o Finn, por eleger a Amy e por nos eleger." – finalizou, dando por rendida ao choro.

Ambas se levantaram ao mesmo tempo, para se abraçar e passar um bom tempo até que conseguiram se acalmar.

- "Obrigada, Carole. Não sabe o quanto significa isso para mim." – lhe murmurou Rachel, enquanto limpava o rosto com a gastada camisa de Finn que vestia.

A mulher sorriu e ambas voltaram para o concorrido quarto, onde Kurt e Mercedes ensinavam para Amy como caminhar até o altar para levar os anéis.

-oo-

- "Estava nervoso?" – perguntou Finn para Blaine, enquanto viam como Burt preparava o almoço.

- "No dia que nos casamos? Não. Ansioso sim, mas nervoso não. Mas acho que se devia ao fato que estava mais preocupado com aquele inseto venenoso que tinha me picado." – brincou Blaine, enquanto Finn lhe dava uma cerveja e abria a sua e a do Burt.

- "Te entendo. Eu estava nervoso no meu primeiro casamento, porque os pais dela não me receberam bem na família. Mas com Carole foi diferente. Não sei... é como conseguir algo que realmente quer. Não tem como isso sair mal." – agregou Burt, dando para os rapazes seus respectivos pratos de comida.

A conversa se viu interrompida pelo som do interfone e Finn se surpreendeu quanto Burt voltou da porta de entrada acompanhado por Leroy Berry.

- "Olá rapazes. Lamento interromper o almoço, mas estava difícil tolerar a quantidade de mulheres que havia na minha casa." – explicou para eles, enquanto se sentava na mesa e pegava o prato e a cerveja que Burt lhe passava.

- "Como está Rachel? Está nervosa?" – questionou Finn.

Leroy sorriu.

- "Pergunta por você a cada trinta segundos. Mas acho que ocupa o terceiro lugar na lista dos mais entusiasmados, depois de Kurt e Amy." – os homens sorriram, entendendo perfeitamente a que se referia Leroy.

- "Bom, eu vou propor um brinde. Por Finn e Rachel, para que sejam tão felizes o resto de suas vidas como são agora e por nós, prevendo a quantidade de vezes que vamos ter que fazer essas reuniões escapando de nossas mulheres e de Kurt." – disse Blaine, levantando sua cerveja e recebendo uma gargalhada como confirmação.

- "Pelos Hudson-Hummel-Berry-Andersons! – agregou Burt, fazendo um esforço enorme para recordar todos os sobrenomes.

Continuaram o resto do almoço falando dos Jets, das possibilidades de ganhar o Super Bowl e recordando aqueles anos em que costumavam passar os dias entre competições de coral e partidas de Futebol Americano do colégio.

- "Sabe, ainda recordo o primeiro dia em que Rachel te nomeou." – Leroy confessou para Finn mais tarde, enquanto tomavam um café e olhavam uns filmes do El Patino. Finn se virou para olha-lo, entre confuso e divertido. Leroy continuou. "Voltou de um dos treinos do clube Glee e durante várias horas só falou desse tal Finn Hudson, do quão talentoso era e do bem que suas vozes combinavam juntas. E recordo que disse para Hiram: 'Espero que esse rapaz não seja gay', porque soava muito bom para ser verdade."

- "Não, não era gay mas tinha uma namorada e uns incríveis problemas de autoestima."

- "Imaginará que Rachel se esqueceu dessa parte." – continuou Leroy e ambos riram. "Ao que me refiro Finn, é que naquele momento soube que era especial. Eu só sabia que minha filha, que era nesse momento uma das pessoas mais narcisistas do mundo, voltava para casa entusiasmada porque havia compartilhado algo com alguém. E não qualquer coisa: haviam compartilhado um palco, a luz. Se ela era capaz de ceder isso por você, se além de tudo estava entusiasmada em fazer... só por isso já havia ganhado meu respeito. Claro, depois quis bater na sua cabeça com um pau em várias ocasiões, mas sempre se saiu bem." – brincou, tratando de amenizar a situação.

Finn sorriu enquanto olhava para a janela. Ainda quando chovia de tal maneira que era impossível ver além dos vidros, para ele pareceu que o dia estava mais brilhante. Afinal, ele e Rachel Berry iriam se casar. Havia algo melhor que isso?

-oo-

- "Ok, agora vai abrir os olhos mas não quero que comece a chorar. Kurt nos matará se arruinar a maquiagem." – ordenou Mercedes, conduzindo a cega Rachel até o espelho.

Rachel sentiu como o ar parava na garganta quando viu seu próprio reflexo.

Não era muito complicado, mas Mercedes havia conseguido ressaltar todos esses aspectos do corpo de Rachel que a favorecia. Ela acariciou o delicado material, passando suas unhas pelas pequenas contas que sua amiga havia bordado por todas as partes e tratando de conter o choro.

- "Mercedes... é lindo..." – murmurou sem poder tirar os olhos do vestido.

- "Me alegra que tenha gostado, carinho." – lhe respondeu, dando um beijo na bochecha.

- "UAUUUUU MAMÃE! Está incrível!" – exclamou Amy, enquanto entrava no quarto seguida por Kurt e Carole.

- "Obrigada princesa, você também está preciosa." – disse, fazendo com que a menina se corasse.

- "Finn vai morrer quando te ver." – disse Kurt, emocionado, enquanto limpava dramaticamente as lágrimas com um pano rosa.

Quando Rachel desceu as escadas, o resto das damas de honra aplaudiram.

- "Afff... me casaria só para Mercedes me fazer um vestido." – murmurou Santana.

Rachel não pode evitar sorrir.

- "Está linda, carinho." – disse Hiram, emocionado, dando caminho livre para Leroy para que ele desse um beijo na bochecha de Rachel. "Está pronta?" – perguntou dando um pequeno aperto na mão dela.

- "Vamos!" – disse Rachel, fazendo um sinal com a mão e ganhando uma gargalhada geral.

-oo-

- "Pode arrumar a gravata? Acho que coloquei mal e está me enforcando." – se queixou Finn, fazendo Blaine desatar o nó e arrumar no mesmo instante.

- "Demônios Hudson, demônios!" – murmurou Puck, fazendo o mesmo com o seu próprio nó.

- "E agora o que fiz?" – questionou ele, sem entender.

- "Os casamentos só servem para que as solteiras se sintam miseráveis com suas vidas e comecem a pensar no casamento." – explicou, transtornado, enquanto bebia um gole de uma pequena garrafa de whisky que havia trazido em uma sacola de papel.

Finn sorriu: algumas coisas não mudam nunca. Sentiu um pequeno golpe na porta e teve que conter o choro quando viu a pequena Amy de vestido dourado.

- "Pulga, que linda está!" – disse tentando levantá-la sem êxito.

- "Já sei, todo mundo me disse! Mas o tio Kurt me disse que não pode me levantar porque vai arruinar o vestido e amassar o traje." – explicou se sentando delicadamente no sofá ao lado de Burt.

- "Não é justo que venha até aqui vestida tão linda e não me deixe te abraçar." – se queixou acomodando uma cadeira na frente da menina e segurando na pequena mão dela. "Como está a mamãe? Cuidou bem dela todo o dia como te disse?"

- "Claro que sim! De fato..." – disse se aproximando mais ao rosto do seu pai como se quisesse lhe contar um segredo. Finn a imitou. "De fato, a mamãe me mandou te dizer algo, mas disse que é super importante e que só você deve escutar."

- "Então diga."

- "Disse para te falar 'quebre a perna'. Que você entenderia." – sussurrou, de forma quase inaudível.

Finn teve uma reviravolta no coração quando escutou essas palavras sair da boca de sua filha.

- "Vá e diga que a amo e que não posso esperar para me casar com ela." – ordenou ele, no mesmo tom, lhe acariciando uma de suas rosadas bochechas.

Amy obedeceu com ar solene e Finn pensou que a sala de espanhol nunca lhe pareceu tão grande a colhedora como nesse momento.

-oo-

Kurt podia ser um pouco obsessivo, um pouco irritante e (as vezes) até um pouco insuportável, mas... 'Diabo, ele sabia o que fazia!' pensou Finn, devia enviar o maior presente do mundo para ele, pela forma em que conseguiu solucionar o inconveniente da chuva em tão pouco tempo, fazendo com que a festa estivesse incrível de todas as formas.

O ginásio do McKingley estava irreconhecível com todas as mesas redondas arrumadas aleatoriamente, os arranjos florais e os panos dourados. Tudo, desde os garçons até as roupas dos noivos e dos padrinhos combinavam perfeitamente com o tema que ele e Rachel (bom, Rachel e Kurt) haviam escolhido.

Ali parado, no improvisado altar em frente ao rabino, Finn começou a sentir aquele nervosismo que havia esperado durante dias. Aonde estava Rachel? Por que demorava tanto? Quando formulou essa pergunta, viu Kurt aparecendo ao final do corredor, fazendo um sinal para o maestro da banda e os primeiros acordes de Faithfully começaram a tocar. Finn sentiu como se alguém tivesse acendido um fogo em seu interior, esse mesmo fogo em que Rachel havia acendido há quase quinze anos e sentiu a urgência (pela primeira vez em muito tempo) de cantar no ritmo da música.

Então viu: sua mãe e Burt avançarem pelo corredor, em frente a comitiva. Viu ela derramar um par de lágrimas e murmurar um 'te amo' quando chegou na primeira fila de bancos e ela e Burt se sentaram. Depois vieram Blaine e Kurt, os padrinhos, ambos em seus idênticos trajes preto com o pequeno arranjo de flor branca e dourada que todos tinham. Blaine parou ao seu lado, enquanto Kurt fazia o mesmo do lado da noiva. Depois vieram Puck e Quinn, Mike e Tina, Sam e Mercedes, Brittany e Santana. As meninas estavam de vestido dourado, com um cinto de cor mais escura, os cabelos presos e o mesmo arranjo que os meninos tinham, mas em um dos punhos.

Depois foi a vez de Amy, que jogava pétalas de rosas de dentro de uma pequena cesta, aonde se encontrava os anéis.

- "Estive bem, papai? – lhe murmurou e Finn assentiu com um sorriso, fazendo com que ela fosse se sentar satisfeita ao lado de seus avós.

E então, quando Finn começava a perder a vontade e um par de lágrimas escapavam, Rachel entrou. Guiada pelos seus dois pais, que já haviam começado a chorar, olhou para Finn do inicio do longo corredor, com um sorriso inigualável no rosto que ele devolveu. Durante o tempo que levou Rachel para chegar no altar, ambos se esqueceram que o ginásio estava cheio de gente, que aquele era seu casamento, que estavam a ponto de se casar. Por esse lapso, todo o resto desapareceu, tal como acontecia quando (anos atrás) entoavam seus duetos na frente de milhares de pessoas. Rachel se despediu de seus dois pais, que beijaram a bochecha dela e se sentaram ao lado de Amy, na primeira fila.

- "Oi." – murmurou Rachel, enquanto Finn a ajudava a subir a escada aonde haviam arrumado o altar.

- "Oi." – ele respondeu, como se tratasse de uma das tantas manhãs em que acordavam juntos.

- "Bem vindos irmãos, bem vindos." – disse o rabino, quando Finn e Rachel se ajoelharam em seus respectivos lugares. "Nos reunimos aqui hoje para celebrar a santa união de Rachel Berry e Finn Hudson. Se alguém possui alguma objeção, que fale agora ou cale-se para sempre." – ordenou. Amy se levantou no banco, olhando para todos de forma ameaçadora, ganhando uma gargalhada geral, enquanto Burt voltava a sentá-la no lugar. O rabino continuou. "Quando uma pessoa se casa, ganha um companheiro, um sócio. Ganhamos um compromisso, a certeza de que faremos o necessário pela pessoa que amamos, até as últimas consequências. Ganhamos um igual, uma fonte de apoio e consolo e um amigo ao qual devemos apoiar e consolar da mesma forma. Vejam, irmãos, não é muito o que se perde. Casar é se comprometer a ser um pelo resto de suas vidas." – explicou. Finn olhou para Rachel, se perdendo nos olhos dela e no olhar que eles se davam. Ela sorriu, enquanto um par de lágrimas escapavam. "Rachel, pode dizer seus votos." – lhe ordenou, enquanto ela limpava com o pano que Kurt lhe entregava.

- "Toda minha vida pensei que sabia o que queria." – disse, quando pode se recompor, enquanto segurava as mãos de Finn. "Achei que ser uma estrela me daria tudo o que necessitava. E sabe de uma coisa? Estava incrivelmente equivocada e sabe o quanto me custa dizer." – brincou e Finn soltou uma pequena gargalhada, enquanto tratava de contar as lágrimas. "De nada me servia ser quem eu sou se não te tinha comigo, Finn. Se não sabia que, entre o público, você estava me escutando. Você me deu muito mais do que eu esperava de você. Me deu uma filha, que eu amo com toda minha alma." – disse, olhando para Amy, que também estava chorando. "Me deu uma mãe e um irmão. Uma família. Nos deu, a meus pais e para mim, a família que sempre quisemos ter e não poderia te pedir mais que isso. Você me conhece melhor de que ninguém. Sabe o que tenho para oferecer. Estou te entregando tudo, Finn, com a esperança de que me deixe te amar pelo resto da sua vida. Porque te amo, tanto como te amava quando agente vinha para essa escola e nos escondíamos nos corredores para passar um tempo juntos. Tanto como é possível te amar. E ser sua esposa... será o papel mais importante da minha carreira." – finalizou, limpando com a mão as lágrimas que caiam pelas bochechas, o acariciando suavemente.

Finn respirou para começar com seus votos.

- "Durante muito tempo me senti incompleto, vazio. Primeiro me desculpei dizendo que o que me faltava era o Futebol Americano, que ver meus sonhos destroçar dessa maneira me fazia sentir assim, vazio, pelo resto da minha vida. Mas depois entendi que o sonho que realmente me faltava cumprir era você." – lhe disse, apertando um pouco as mãos que voltaram a se juntar. Rachel sorriu, enquanto um par de lágrimas corriam pelas bochechas. "Inconscientemente, suportei todos esses anos de injustiça porque sabia que um dia chegaria de volta em minha vida, mudando tudo, para melhor. Que tudo o demais era... distrações na meta final que era você. E não posso te dizer o quão aliviado me senti no momento em que nossos caminhos voltaram a se cruzar, quanto agradeci a Kurt por cada um desses encontros chatos que organizava, dos quais eu voltava com a certeza absoluta de que nenhuma mulher nunca me faria sentir como você." – brincou, trocando um breve olhar com seu irmão, que também chorava. "Quando estou com você... todos esses sonhos não cumpridos desaparecem. Somem, perdem sentido. Você, Rachel, é a mãe da minha filha. A mãe que eu havia negado no princípio e a mãe que pensei que nunca seria capaz de dar a ela. E se te amava antes, quando éramos mais jovens e eu era um incrível idiota, não pode imaginar o quanto te amo agora que sei o que é viver sem você, sofrer por não te ter, sonhar com você a cada noite, com a segurança de que não estará ali na manhã seguinte. Amo você, quem você é e quem você quer ser. E espero que aceite ser minha esposa, porque ser seu marido seria a tarefa mais linda do mundo, depois de sermos, ambos, os pais da Amy." – finalizou.

Ambos se olharam por um segundo e Finn pode ver pelo canto do olho como tanto seus pais como os de Rachel, choravam copiosamente.

- "Muito bem, então que tragam as alianças." – ordenou o rabino.

Amy se levantou, arrumando o vestido e caminhou com muita graça até o altar. Sorriu orgulhosa para seu pai enquanto lhe dava o anel correspondente e depois fazia o mesmo com Rachel.

- "Obrigada carinho." – murmurou ele, antes da menina voltar a se sentar.

- "Rachel Berry, aceita Finn Hudson como seu legítimo esposo, prometendo cuidar e ama-lo tanto na saúde como na doença, na riqueza e na pobreza?" – perguntou o ancião.

- "Sim, aceito." – contestou Rachel, dando sua mão para Finn, para que ele colocasse o anel.

O dedo de Rachel era um pouco pequena e as mãos de Finn tremiam tanto, que teve que tentar duas vezes até que conseguiu colocar.

- "E você, Finn Hudson, aceita Rachel Berry como sua legítima esposa, prometendo cuidar e amá-la tanto na saúde como na doença, na riqueza e na pobreza?" – questionou novamente, dessa vez olhando para Finn.

- "Sim, aceito." – repetiu ele, enquanto Rachel colocava delicadamente o anel no dedo correspondente.

- "Pelo poder que Deus e o Estado de Ohio me concedeu, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva." – Finn nem sequer esperou para que o rabino terminasse a frase para pegar a bochecha de Rachel e atrair ela para si, a beijando primeiro com doçura e depois com mais paixão, enquanto deixava que seus braços caíssem até sua pequena cintura para abraça-la fortemente e sentindo como os braços dela grudavam ao seu pescoço.

A levantou um pouco, emocionado, sem importar nem com o vestido nem com o traje e muito menos com a multidão que agora aplaudia entusiasmada como se tivesse acabado de cantar o dueto mais perfeito do mundo. Sentiu como os lábios de ambos se curvavam em um sorriso e como o sabor do brilho labial de Rachel se mesclava com o das lágrimas de ambos.

- "Estamos casados!" – murmurou ela, quando pararam para respirar, pousando sua testa na dele.

- "Estamos casados!" – respondeu ele, dando um último beijo e segurando na mão dela, enquanto ambos caminhavam pela multidão de conhecidos que pediam atenção.

Finn sorriu ainda mais quando sentiu a aliança de Rachel entre seus próprios dedos. Era sua. Ele era dela. Se pertenciam.

Capítulo 23

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