top of page

–Como assim ele prefere loiras?

Kurt parecia chocado depois do que eu havia lhe contado. Contei absolutamente tudo que Finn me falou. Contei também meu plano de ser a mulher perfeita para Hudson. Por alguma razão, Santana não parava de rir. E isso estava me irritando.

–Isso mesmo Kurt...Finn prefere loiras.-Eu disse, lançando um olhar bravo para Santana, que parou de rir quando viu meu olhar sobre ela.

–Isso não vai sentido Rachel! Ele normalmente leva mulheres morenas para casa. Morenas como você, pra ser bem exato.-Kurt disse, e senti que poderia e teria uma chance com Finn, custe o que custar.

–Eu acho esse plano o mais idiota de todos, Rachel!-Santana falou, enfiando uma batatinha em sua boca. Rolei os olhos, assim como Kurt.

–É idiota porque o plano não é seu Lopez.-Disse, rindo um pouco. Santana me olhou brava, assim como eu tinha feito minutos atrás.

–Mas como vamos transformar você em a "mulher perfeita"?-Kurt perguntou, arrumando a mesa para nosso jantar. Depois da minha conversa com Finn ontem a noite, minha mente formou um plano brilhante para tê-lo. Passei a noite em claro pensando, por isso só consegui contar ele para Kurt e Santana agora.

–Vamos fazer tudo por etapas ok? Se eu me tornar a mulher certa para Finn em segundos, ele vai descobrir, e o plano já era. Precisamos ir devagar, fazer ele perceber que eu sou a pessoa certa pra ele. Hoje, por exemplo, vou ser carinhosa com ele. Vou tratá-lo com respeito. E depois, é só dividir. Um dia, eu sou sua companheira. Outro dia, sou amorosa com ele. Entenderam?-Eu disse, orgulhosa. Nunca havia bolado um plano tão bom como aquele.

Kurt bateu palminhas, e Santana voltou a rir. Eu odiava aquilo nela. Todo plano tinha que ser da autoria dela; ela que deveria bolar tudo, e eu e Kurt tínhamos que obedecer. Agora, que eu havia inventado o plano, Santana achava ridículo e patético.

–Para Santana! O plano é ótimo. Você é orgulhosa demais pra admitir isso!-Kurt falou, mexendo nas unhas. Eu sorri, e o abracei de lado. Kurt me entendia.

Santana mostrou a língua para nós dois, enquanto continuávamos abraçados. Finn iria chegar mais tarde do trabalho hoje, então podíamos conversar tudo sobre o início do nosso plano. Kurt deve a ideia de me arrumar. Me deixar extremamente linda. Eu não era muito ligada a essas coisas da moda; nem ligava pra isso. E pelo que eu saiba, Finn também não ligava.

"Qualquer homem quer uma mulher linda ao seu lado."

Kurt repetia isso para mim, enquanto mexia em meu cabelo. Eu nunca o arrumava para trabalhar. Somente o penteava, e olhe lá. Minhas roupas eram práticas e confortáveis, mas segundo Santana, eram roupas daquelas velhas que vivem com gatos e nunca casaram. Eu não achava aquilo. Achava minhas roupas normais. Mas enfim, os dois me fizeram vestir um vestido de Santana que estava no apartamento de Kurt e Finn. Kurt havia pedido o vestido de Santana emprestado para um concurso de drag queen que teve alguns meses atrás, e nunca mais havia devolvido.

Kurt arrumava o vestido, e eu percebi como ele era curto. Eu ia parecer uma prostituta! Santana me maquiava, e eu tinha medo do jeito que eu estaria depois que eles terminassem. Foi quando a porta do apartamento se abriu e eu me apavorei. Finn havia chegado. Ouvi risadas. Risadas de uma mulher. Merda. Ele tinha trazido uma mulher para jantar conosco. Quando Finn fazia aquilo, de trazer alguém pra jantar, meu sangue fervia. Ele passava o jantar inteiro aos beijos com uma total desconhecida, e depois que terminavam, corriam para o quarto. E eu ia embora o mais rápido possível. Kurt e Santana já haviam terminado, e me olhei no espelho. Era mesmo eu? Eu parecia tão...sexy. Foi aí que tive uma ideia. Iria provocar cíumes em Finn. Kurt e Santana foram na frente, dando oi para Finn e sua acompanhante. Respirei fundo e sai do quarto de Kurt.

–Oi Finn!-Eu disse, abrindo um leve sorriso. Percebi o olhar dele sobre minhas pernas quase desnudas. Olhei para o lado, já percebendo que estava corando.

–R-Rachel! V-você está... uau!-Ele falou, se sentando na cadeira, parecendo assustado. Olhei para Kurt e Santana, e os agradeci mentalmente.

Foi aí que a mulher que Finn havia trazido se aproximou de mim, me olhando de cima a baixo. Ela me parecia arrogante e metida.

–Sou Sugar Motta...e você é o que do Finn, Rachel?-Ela falou, dando um sorriso super falso. Quem ela pensava que era pra falar assim comigo?

–Amiga dele.-Respondi, secamente.

Ela se afastou, indo até Finn, lhe dando um beijo exagerado. Virei o rosto, não querendo presenciar aquela cena. Aquela garota estava me provocando. Sentei em uma cadeira, e a aproximei mais da mesa. Kurt, Santana, Sugar e Finn fizeram o mesmo, e começamos a nor servir. Os assuntos eram minímos. Sugar passava a mão em Finn, sempre me encarando. Parecia que ela sabia que eu gostava dele e queria mostrar que Finn não era meu. Era dela. Pelo menos durante aquela noite.

–Vai para algum lugar hoje Rachel?-Finn perguntou, depois de dar um selinho em Sugar.

–Ela tem um encontro.-Kurt falou, antes que eu respondesse. Olhei para ele, com uma cara brava. Ele me ignorou.

–Ah bom.-Finn falou, voltando a mexer em sua comida. Agradeci a Kurt mentalmente de volta. Aquela coisa de ciúmes estava funcionando. Mas foi aí que lembrei do MEU plano. Meu antigo plano. Sobre a mulher perfeita. Eu tinha prometido a mim mesma que seria carinhosa com Finn.

–Vou pegar a sobremesa. Finny, você quer alguma coisa?-Perguntei, com a voz mais doce que consegui fazer. Sugar me olhou, furiosa.

–Pega o leite condensado pra mim, Rach?-Ele falou, sorrindo. Fiz um sim com a cabeça, e fui até a cozinha.

–Eu te ajudo, Rachel.-Sugar falou, me seguindo. Ainda não entendi como não matei aquela mulher. Ela realmente estava me irritando.

Peguei a sobremesa, colocando-a sobre a pia. Procurei o leite condensado e algumas colheres. Sugar só me observava.

–Não vai me ajudar?-Falei, secamente.

–Fique longe dele. Eu percebi que você só está vestida assim pra provocar o Finn. Mas ele é meu.-Sugar falou, me encarando.

–Ele será seu somente por essa noite querida. Acha que Finn vai querer um relacionamento com uma mulher como você?

–Eu trabalho com Finn, ele me conhece há um bom tempo. Tento ficar com ele desde que o conheci. E agora que consegui, não vou deixá-lo ir. Ele vai ser meu. Pra sempre.

Comecei a me assustar com aquela mulher. Ela tinha uma obsessão por Finn que dava medo. Na verdade, ela parecia eu. Só que um pouco pior. Peguei a sobremesa, a colher, o leite condensado e corri para a sala.

–Tá aqui. Finn.-Entreguei o leite condensado e lhe dei um beijo na bochecha. Ele estranhou, mas sorriu. Dificilmente eu era carinhosa com meus amigos. Sugar voltou da cozinha logo depois, com uma cara irritada. Finn perguntou se ela estava bem, e Sugar deu seu famoso sorriso falso e o beijou.

Comemos a sobremesa em total e absoluto silêncio. As vezes eu falava com Santana e Kurt, mas nada de importante. Depois que terminei, fui até o banheiro, pensar um pouco. Me sentei no chão, de qualquer jeito, não me importando que minha calcinha estava aparecendo. Eu estava sozinha ali certo? Ninguém iria ver. Coloquei as mãos sobre a cabeça. Não sabia se deveria continuar com aquele plano. Foi aí que ouviu Santana batendo na porta. Abri e me sentei mais corretamente.

–Ei, Hobbit.-Ela falou, se sentando ao meu lado.

–Eu não sei se devo continuar com isso Santana. Tenho a leve impressão que não vai dar certo.

–Olha pra mim Berry. Eu sei que disse que esse plano era idiota e tudo mais, mas não é. É brilhante. Só não tive coragem de admitir. Vamos continuar com esse plano sim. Eu e Kurt vamos te ajudar em tudo.-Ela falou, sorrindo. Era esse lado de Santana Lopez que eu gostava. O lado companheira e amiga.

–Vamos embora. Não aguento mais essa Sugar.-Falei, me levantando.

–Tenho uma ideia melhor.-Santana falou, dando um sorriso.

:.

Eu e Santana nos despedimos de todos, inclusive de Sugar, e avisamos a Kurt nosso plano. Ficamos no corredor, esperando o sinal de Kurt, falando que Finn e Sugar haviam ido para o quarto. Depois que Finn faz sexo, ele toma um copo de água e come alguma coisa. Eu, Kurt e Santana sabemos isso faz anos. E quando ele sair do quarto, eu estarei lá, conversando com Kurt, contando sobre meu encontro. Assim, Finn ficará com mais ciúmes ainda.

A ideia foi de Santana, e eu achei ela meio sem nexo, mas aceitei. Eu e ela ficaremos no quarto de Kurt, escondidas. Achei aquilo meio chato. Ouvir Finn no quarto com Sugar fazendo sei lá o quê.

Depois de um tempo, Kurt abriu a porta, pedindo para entrarmos em silêncio. Fomos até seu quarto, e me sentei em sua cama. Kurt e Santana tinham os ouvidos colados na parede.

–O que vocês estão fazendo?-Falei baixo, meio irritada.

–O que você acha?-Santana falou, me encarando rapidamente, antes de voltar os ouvidos para a parede.

Bufei, indo para junto deles. A curiosidade falava mais alto. Encostei meu ouvido direito na parede, evitando fazer algum barulho. A cena era hilária. Duas mulheres e um homem encostados em uma parede. Consegui ouvir a conversa de Finn e Sugar; ou a parte mais importante dela.

–Graças a Deus aquela Rachel foi embora.-Sugar falou, meio ofegante.

–Você não se deu bem com ela?-Finn disse, parecendo um pouco bravo. Dei um sorriso.

–Quem gostaria de uma oferecida como ela?–Tive vontade de bater em Sugar ao ouvir aquilo.

Depois disso, o silêncio se instalou no quarto. Nós três estranhamos, mas continuamos ali, com o ouvido na parede. A próxima coisa que ouvimos foi a porta se abrindo, e Sugar saindo dali, já vestida.

–Nunca volte aqui de volta. E nunca mais fale mal da minha amiga.-Finn falou, fechando a porta de seu quarto bruscamente.

Sugar chorava, enquanto corria para a porta de entrada, saindo do apartamento. Meu sorriso simplesmente não saía do meu rosto. Esse era um começo.

:.

–Como foi ontem a noite com a Sugar?-Perguntei para Finn, enquanto mexia em seu celular. Havia ido visitá-lo no trabalho. Estava ainda na história de ser carinhosa.

–Nem queria saber.-Ele falou, passando as mãos no cabelo, e olhando para a sala de Sugar, que estava vazia. Sorri um pouco, me lembrando da cena.

–Me conta Finn! Ela é ruim na cama?

–Não posso nem mesmo responder isso. Eu expulsei ela lá de casa antes de chegarmos nas preliminares.

–Mas por quê?-Perguntei, me fazendo de tonga. Eu sabia a história, mas queria ouvir Finn falando.

–Bobagem. Ela estava falando coisas idiotas e não tava mais aguentando ela.

Fiquei meio chateada, mas deixei passar. Continuamos conversando, até Finn tocar em um assunto que me interessava muito.

–E aquela coisa de "mulher perfeita", Rach? Você vai mesmo me ajudar?-Finn falou, me encarando.

–Vou sim... Como você acha que a gente deve começar?-Perguntei, meio apreensiva.

–Podemos ir a uma boate hoje. Quem sabe eu ache alguém lá. Mas só vou se você for junto.-Ele falou, sorrindo.

Aquilo iria me machucar, eu sabia disso. Ir para uma boate com Finn, sabendo que não é um encontro entre nós dois. É ele procurando uma mulher pra ele. Mesmo assim, eu decidi ir junto com ele. Aquela coisa de deixar Finn com ciúmes poderia funcionar hoje à noite também. Era só eu achar um cara na boate que possa me ajudar nesse quesito.

Despedi-me de Finn, combinando de encontrá-lo de noite, em uma boate perto do prédio que ele morava. Entrei em meu carro, pensativa. O que eu iria fazer? Mandei uma mensagem para Kurt e Santana, pedindo a ajuda deles. Só eles podiam me salvar agora.

"Me encontrem no shopping. Compras!"

Cap. 2: "O começo"

  • Facebook Classic
  • Twitter Classic
  • c-youtube

FOLLOW ME

bottom of page