Cinco amigas e suas mentes criativas
High Five Stories
- "Já pensaram quando querem fazer?" – perguntou Kurt, preparando a mesa do café da manhã.
- "Bom, não tivemos tempo realmente de pensar ainda, mas... eu gostaria que fosse na primavera. Isso nos dá... seis meses? É suficiente?" – disse Rachel, enquanto terminava a enorme torre de panquecas que acabava de fazer e colocava na mesa.
- "Carinho, Kurt Hummel organiza um casamento no tempo que você leva para cantar uma escala musical."
- "Isso é bastante rápido." – lhe contestou, se sentando na cadeira da cozinha e esperando que Finn chegasse com seus pais.
Kurt se sentou ao lado dela, lhe acariciando o braço.
- "Tudo vai estar bem, princesa. Não vejo porque eles iriam se negar que Finn e você se casem." – lhe disse, tratando de acalmá-la.
Finn e ela haviam organizado o café da manhã familiar na casa dos Hummel-Hudson para dar a notícia.
- "Fala isso sério?" – perguntou ela, apenada.
Kurt sorriu.
- "Rach, estão morando juntos. Compraram uma casa, ambos trabalham. Estão criando Amy (incrivelmente bem, se me permite) e se amam desde que eu me entendo por gente. Por que alguém iria impedir?" – respondeu Kurt, pegando com os dedos uma das frutas que Rachel havia cortado e comendo de uma vez.
- "Você é como... nosso mentor, né? Acho que merece ser o padrinho." – disse Rachel, a imitando e comendo também um pedaço da fruta.
- "Quando você e Finn se separaram e nós nos mudamos para Los Angeles, eu disse para o Blaine que estava seguro de que nunca voltaria a ver meu irmão tão feliz como quando estava com você. Eu lembro porque Blaine sugeriu umas noites depois, quando fomos a nossa primeira festa universitária e Finn e ele ficaram bêbados, que dirigíssemos até Nova York e te procurássemos até te encontrar. Claro que Blaine nem sequer pode colocar as chaves no carro e agora que penso... as coisas saíram muito bem. Mas deve saber, Rachel, que não tem um só osso do corpo de Finn que não te ame. Assim como eu sei que não tem um só osso do seu corpo que não ame a ele." – confessou, olhando ela diretamente nos olhos.
- "O que está acontecendo aqui?" – perguntou Carole surpreendida ao ver a quantidade de comida que Rachel e Kurt haviam preparado.
- "Bom dia! Preparamos um pequeno... café da manhã familiar. Finn e Amy chegarão a qualquer momento com meus pais." – lhe explicou Rachel.
- "Excelente! Vou acordar o Burt." – disse Carole entusiasmada, subindo as escadas.
- "Eu vou ver se Blaine terminou de tomar banho." – murmurou Kurt, dando um último arranjo nas flores de centro.
Rachel se aproximou dele, dando um beijo na bochecha.
- "Obrigada! De verdade." – lhe murmurou.
Kurt piscou o olho, enquanto saia do lugar, da mesma forma que Carole havia feito.
-oo-
- "Alguém mais notou que Quinn e Puck foram juntos ontem a noite? Ou eu tomei muito champagne?" – perguntou Kurt, enquanto todos tomavam café da manhã na apertada mesa da cozinha.
- "Não, eu também vi. Acho que pode chegar a acontecer algo entre eles. Ouvi que Quinn dizia para Tina que quer voltar para Lima, montar um escritório de advocacia aqui e Puck está trabalhando muito bem com sua empresa de construtora." – lhe respondeu Blaine, levando uma panqueca inteira na boca.
- "Quero que me contem tudo! Quem estão casados, quem não, quais são as novidades... tudo!" – disse Carole, servindo Burt com ovos mexidos.
Finn olhou para Rachel por um segundo e ela sorriu, lhe dando coragem. Ele soltou os talheres e limpou o canto da boca antes de falar.
- "O importante mamãe, é que ontem a noite... eu propôs a Rachel que se case comigo." – disse Finn, olhando para sua mãe nos olhos.
- "E eu disse que sim, claro." – agregou ela, segurando a mão dele por cima da mesa.
O lugar ficou em silencio de repente e Rachel podia jurar que escutava as batidas do coração de Finn escapando do peito. Olhou para Kurt, buscando cumplicidade, quando sentiu a voz de Amy dar um grito de alegria.
- "ATÉ QUE FIM VÃO CASAR! E SAMMY VAI DEIXAR DE ME IRRITAR!" – disse descendo de sua cadeira e correndo até Rachel, se sentando nas pernas dela e a abraçando.
Finn olhou primeiro para seus pais e depois para os de Rachel.
- "Então..." – disse expectante.
Hiram sorriu, estendendo a mão.
- "Bem vindo a família, filho. Bem vindo você e bem vindo a todos." – disse para Finn, enquanto ambos ficavam de pé para se abraçar.
O resto da manhã foi muito confusa: Carole irrompia em choro a cada vinte segundos, enquanto Burt tratava de consolá-la e explicar a todas que na realidade ela estava muito feliz. Kurt começava a falar de lírios, cores, temas e trajes dos padrinhos e os Berrys repetiam uma e outra vez o quão felizes estão por sua filha se casar com Finn. Aparentemente ele e Rachel eram os únicos que ignoravam que estavam destinados a ficarem juntos.
- "Acho que saiu tudo muito bem." – disse Finn depois do jantar, enquanto ele e Rachel lavavam os pratos.
- "Carinho, o difícil vem agora. Meses com Kurt planejando bailes, vestidos e arranjos... Pronunciando palavras que não entende." – respondeu ela, secando as mãos e se aproximando dele.
Finn a abraçou e Rachel o rodeou pela cintura.
- "É impossível que as coisas sejam difíceis se estivermos juntos." – murmurou Finn, enquanto se abaixava um pouco para beijar o pescoço dela.
Rachel não pôs resistência e sim seguiu o jogo, afundando suas mãos nos bolsos traseiros da calça jeans de Finn. Ele a segurou pela cintura, a levantando e colocando em cima da mesa da escura e silenciosa cozinha.
- "Se continuar fazendo isso... não vou poder parar." – murmurou Finn, ao sentir como Rachel passava de lhe beijar o pescoço para morder um dos lóbulos de sua orelha.
- "Quem disse que eu quero que pare?" – sussurrou ela, de forma quase imperceptível, fazendo que um calafrio percorresses as costas dele.
- "Estamos... na casa dos seus pais..."
- "Se mal não recorde, o sofá do sótão é bastante... utilizável para esses fins. Já fizemos antes." – o recordou, se separando um pouco e vendo como o rosto de Finn se iluminava de uma forma malvada.
- "Como você desejar, Senhora Hudson." – lhe respondeu, segurando pela mão e a guiando até a porta do sótão.
- "Mamãe... papai?" – disse uma sonolenta voz de Amy da cozinha.
Rachel sentiu como a mão de Finn se soltava da dela, enquanto ele suspirava.
- "Estamos aqui, Amy. O que foi?" – perguntou acendendo a luz da cozinha.
Rachel teve que reprimir uma gargalhada quando viu o quão despenteado Finn estava.
- "É que não consigo dormir e queria saber se alguém podia... me contar uma história ou algo." – murmurou a menina.
Rachel sorriu para Finn e ele concordou com a cabeça.
- "Por que você não sabe e prepara tudo? Mamãe e eu vamos agorinha mesmo." – lhe ordenou Finn.
Amy obedeceu, correndo em seus pequenos pijamas, para o velho quarto de Rachel, aonde elas dormiam.
- "Lamento." – Finn murmurou para Rachel, enquanto lhe dava um último beijo.
- "Não faça isso. Teremos milhares de noites daqui em diante para fazer... isso. Só... pensa no carteiro." – brincou, enquanto ambos subiam as escadas.
- "Tenho uma pergunta. Devo usar um vestido no casamento? Porque quero que seja bonito, com algumas flores e quero que seja parecido com o seu. O tio Kurt disse que eu vou ter que levar os anéis e acho que posso fazer. Já tenho quase seis anos. E papai vai ter que usar um desses trajes de pinguins, né? Fica muito engraçado, mas não está mal." – disse Amy, com a voz muito rápida e carregada de emoção, enquanto Finn e Rachel deitavam um de cada lado da menina.
Ele vê as duas conversarem, animadamente, sobre tipos de flores, cores e panos e pensa que tudo isso não lhe importa. Que se casaria com Rachel Berry em um estábulo, com as luzes apagadas se assim ela quisesse.
- "O que diz Finn?... Nos casamos aqui em Lima?" – lhe perguntou, por cima da pequena cabeça de Amy.
Ele se esticou para lhe acariciar a bochecha.
- "Sim...sim, nos casamos aqui em Lima." – respondeu, esticando um pouco mais para abraçar as duas.
Riram um pouco, até que Amy dormiu e ele e Rachel decidiram se sentar embaixo das estrelas como haviam feito na noite anterior.
- "Acho que pedirei a Quinn um pouco de ajuda com Lindsay. Sei que vai se opor quando souber que começamos com os tramites de adoção." – disse Finn, enquanto se acomodava na pequena manta, deixando espaço para Rachel.
- "Tramites de adoção?" – perguntou Rachel, enquanto se recostava ao lado dele e virava para olhá-lo.
Finn também se virou, para ficarem cara a cara e a abraçou pela cintura.
- "Bom... quando duas pessoas se casam e uma delas tem a custódia de um filho (como é o meu caso) existe a opção de adoção. Significa que se algo chegar a me acontecer... você teria a custódia de Amy." – lhe explicou.
Rachel olhou para ele por um segundo, com a mesma expressão perdida.
- "Quer dizer que... você está me deixando sua filha... no suposto caso de que algo te aconteça?"
- "Sim. Não é tão difícil de entender, Rach."
- "Confia tanto em mim?" – inquiriu, enquanto seu olhar perdia o tom de dúvida e começava a se encher de amor, de orgulho.
- "Isso e muito mais." – murmurou ele, se aproximando para beijá-la. "Achei, além do mais, que isso seria somente um papel. Que você e Amy já fossem mãe e filha. E que isso não tinha nada a ver comigo." – agregou.
Rachel sorriu.
- "Quer dizer que escuta nossas conversas... é para ter em conta." – lhe disse, com um falso tom ofendido, enquanto se aproximava para enterrar sua cabeça no pescoço de seu futuro marido.
Rachel começou a tagarelar uma música que Finn reconhecia de um musical, mesmo que não se lembrasse do nome. Quando chegou no refrão, porém, não pode conter as lágrimas: Rachel Berry ia ser sua. Sua esposa. Ia ter ela ao seu lado todos os dias pelo resto de sua vida. Ia cuidar e querê-la, porque esse ia ser seu trabalho.
Podia soar idiota, podia soar hiper dramático e poderiam chegar a rir dele, mas isso não importava. Essa noite, Finn Hudson chorou de alegria durante quase uma hora e Rachel Berry teve que consolá-lo. Quando ele parou, quando ela conseguiu consolá-lo, seria sua vez. E seguramente com uma hora não lhe alcançaria.