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- "Bom, nos conte Finn, o que se sente ao ser o novo treinador dos Jets?" – questionou Susan Reinolds.

Finn se moveu incomodo em sua cadeira, tentando não pensar nas luzes ou nas câmeras que focavam nele (e sobretudo nas milhares de pessoas que deveriam estar assistindo).

- "Francamente, é genial! Me preparei para isso e trabalhamos duro durante muito tempo, então... estou ansioso para começar." – respondeu, olhando para a apresentadora do programa matutino.

- "E é tão jovem! Quantos anos tem?"

- "Vinte e nove."

- "Deve ser o treinador..."

- "Mais jovem da história dos Jets, sim."

- "Isso é fantástico, sério. E esse foi um ano especial para você, né?" – Finn sorriu ao entender a que se referia a mulher e de repente se sentiu mais solto.

- "Sim nós... minha esposa e eu ganhamos nossos filhos há dois meses. Entao... estamos muito contentes." – respondeu.

- "Para os que ainda não sabem, Finn está casado com Rachel Berry, a estrela da Broadway. Não é assim?"

- "Sim, estamos casados há dois anos, mas... nos conhecemos há bastante tempo." – respondeu ele, com entusiasmo (claramente falar de Rachel era muito mais fácil).

- "Nos conte como se conheceram, isso me intriga. São um casal muito atípico."

- "Bom, nos conhecemos no colégio. Nós dois somos de Lima, uma pequena cidade de Ohio e... estávamos no mesmo clube de coral. Saímos durante os anos do colégio e... nos reencontramos na cidade há uns três anos. Ela é o amor da minha vida, então não foi muito difícil propor casamento."

- "E o que ela está fazendo agora?"

- "Agora? Deve estar... tomando café da manhã?"

- "Não, me refiro ao... trabalho."

- "Oh, claro! Bom, está se preparando para o remake de Funny Girl. Estreia em seis meses, mais ou menos e ela... é a protagonista."

- "E me diga, Finn, como se arrumam para criar três crianças, manter um lar e um matrimônio e... ser dois trabalhadores ao mesmo tempo?" – Finn então olhou para as pequenas telas de plasma que havia atrás dele, que mostravam fotos de Rachel e ele em uma das partidas dos Jets e em um grande baile beneficente.

- "Francamente Susan, não tenho ideia." – respondeu, brincando com o nó de sua gravata.

- "Para de tocar nisso." – murmurou Rachel, enquanto arrumava a roupa recém lavada dos bebês e olhava seu esposo através da televisão.

Sorriu ao ver como Finn colocava suas mãos nos joelhos imediatamente, como se tivesse escutado ela. Um pequeno gemido foi ouvido através do monitor dos gêmeos e Rachel deixou o pequeno suéter que estava dobrando sobre a mesa e subiu as escadas.

- "O que foi, grandão?" – perguntou para Chris, pegando ele nos braços e se sentando na cadeira de balanço que Finn havia instalado ao lado da janela.

Tentou dar mama para ele, mas Chris se negou.

- "Parece que só quer companhia." – murmurou, uma vez que certificou que tão pouco necessitava uma troca de fralda.

Chris olhou para ela diretamente nos olhos, enquanto brincava com o fecho da blusa que Rachel vestia. Ela sorriu: era incrível o quanto seu filho se parecia com Finn. O liso cabelo preto estava sempre despenteado, sim importar o quanto tentasse arrumar e os olhos cor de chocolate brilhavam sob a luz do sol. Era quase o dobro do tamanho de sua irmã e parecia crescer rapidamente. Rachel murmurou algo bobo e Chris lhe deu um sorriso meio de lado, fazendo que o coração de sua mãe se derretesse ali mesmo.

- "Chris, Chris, Chris!" – ela disse, com um sorriso, acariciando uma das rosadas bochechas e mexendo um pouco na cadeira. "Que difícil será te ver conquistando corações!" – brincou, soltando uma gargalhada. Chris também sorriu, brincando agora com o cabelo de sua mãe. "Quer que te diga como será tudo? Você crescerá e será uma cópia de seu pai, incrivelmente lindo, doce e talentoso. Todas as garotas da escola vão querer estar com você (e provavelmente alguma líder de torcida tonta vai querer te arrebatar). Então um dia vai conhecer uma garota e ela... se apaixonará por você. Não poderá fazer outra coisa do que pensar em você, do que sonhar com você. Te olhará nos corredores, nas horas das aulas, no almoço, nas práticas de Futebol Americano. E viverá assim, escondida, até que um dia você a encontra. Olha para ela e a descobre. Com um pouco de sorte, Chris, deixará ela te amar. Escolherá ela. E quando menos esperar... estará compartilhando o café da manhã e a conta de luz. E um menino lindo com seus olhos e seu cabelo. E fará ela se apaixonar por você todos os dias, dia após dia, ano após ano." – finalizou, acariciando o fino cabelo e o beijando na testa.

Continuou mexendo por um tempo. Cantarolando os primeiros versos de 'One' do U2.

- "O que, não gosta dessa música?" – questionou ao ver que Chris voltava a se mexer em seus braços, incomodo. "Prefere algo do Journey, ou talvez... Beatles?" – Chris continuou se movendo, quase a beira das lágrimas e Rachel começou com a primeira música que lhe veio a mente antes que seu filho começasse a chorar e acordasse sua irmã.

- "Kissed today goodbye... the sweetnes and the sorrow. Wish me luck the same to you… but I can't regret what I did for love, what I did for love…" – Chris se acalmou quando sua mãe começou a cantar, sorrindo novamente, como se Rachel fosse a coisa mais maravilhosa do mundo.

E ela também sorriu: aparentemente, seu filho tinha algo dela também.

-oo-

- "Funny! É a terceira vez no dia que faz isso..." – se queixou Rachel, limpando o rosto de sua filha, enquanto ela se movia incomoda na cadeira, jogando o pequeno prato com o resto de comida no chão. "Oh, espera que seu pai volte e veja isso?"

- "O que devo ver?" – questionou Finn, entrando na cozinha e deixando a bolsa no chão.

Rachel suspirou, aliviada.

- "Sua filha acaba de jogar o prato encima dela por três vezes no dia." – lhe explicou, apontando para o desastre que Funny havia feito.

A menina se sacudiu mais na cadeira, esticando seus braços para que Finn a tirasse de lá.

- "Aonde está o Chris?"

- "Dormindo há... uma hora?"

- "E Amy?"

- "Foi para a aula de ballet e depois tinha uma festa de pijama na casa de Sammy. Por que não dá banho na Funny enquanto eu preparo algo para nós comermos?" – propôs, enquanto começava a limpar a sujeira no chão.

- "Parece bom. Vamos, pulga, vamos deixar para a mamãe a parte chata."

- "Não a consente, Finn! Nunca aprenderá assim!" – foi o último que escutou sua esposa dizer, enquanto subia pelas escadas até o banheiro das crianças.

- "Por que faz ela ficar tão brava? Você não sabe a sorte que tem, Fan, tem a melhor mãe do mundo." – murmurou para sua filha, tirando a roupa suja e enchendo a pequena banheira com água morna. Funny soltou uma gargalhada quando seu pai a submergiu lentamente, colocando um pouco de shampoo no fino cabelo. "Gosta do banho, né? Isso é estranho. Gosta de se sujar e gosta de tomar banho também. Aí estão meus genes, acho. Na parte da sujeira. Tem muito da mamãe, também. Seus olhos... e seu sorriso. E o nariz também. Sei que ela odeia isso, que você tenha o nariz dela, mas eu adoro. É como uma pequena Rachel Berry, mas também é... diferente. Não jogue água!" – recriminou, com um meio sorriso e sua filha voltou a mover suas pernas, encharcando a cintura dele. Finn não pode evitar soltar uma gargalhada, enquanto tirava Funny da água e a envolvia em um apequena toalha. "Você vai romper o meu coração. Sim, vai me quebrar. Com certeza... e se for como ela, linda e brilhante e... cativante como sua mãe, vai fazer metade da escola se apaixonar. E vai levar seu pai a uma morte lenta mas dolorosa, sabe? Ter que te ver... nos braços de outro vai me matar. Só... você apenas se lembre que eu fui o primeiro homem na sua vida, ok? Eu tive você primeiro em meus braços. Eu te amei antes que qualquer... jogador de Futebol Americano que quer te levar ao baile de formatura." – lhe disse, movendo ela em seus braços uma vez que colocou o pijama e secou os poucos cabelos de sua pequena cabeça.

Funny apoiou a cabeça no peito de seu pai, bocejando em sinal de cansaço. Finn a acomodou no pequeno berço, a tampando com a coberta e dando o coelho de pelúcia que Rachel havia escolhido. Funny recusou, com um gemido e apontou para o chão, para a pequena bola de futebol americano que Finn havia comprado para seu irmão.

- "Quer a bola?" – perguntou, surpreendido, ficando ao lado dela na cama.

A pequena o abraçou no mesmo instante, adormecendo em um segundo. Finn sorriu, lhe acariciando o suave cabelo pela última vez e saindo do quarto.

- "Teve que se trocar?" – questionou Rachel, quando Finn voltou para a cozinha.

- "Sim." – murmurou ele, a abraçando pela cintura e beijando o pescoço.

Rachel se relaxou imediatamente em seus braços, deixando a colher que estava cozinhando de lado e se virando para olhá-lo.

- "Oi!" – ela sussurrou, o rodeando com seus braços pelo pescoço e apoiando sua cabeça no peito de seu esposo. Finn a aproximou ainda mais, desenhando círculos na parte de baixo de suas costas. "Senti tanta sua falta hoje." – lhe confessou, respirando profundamente um bom cheiro de... Finn.

- "Estiveram difíceis?"

- "Sim, mas não é somente por isso. Eu... senti sua falta. Dos seus dois metros de Finn Hudson." – ela disse, com um sorrisinho, lhe acariciando o cabelo.

- "Eu também senti sua falta." – respondeu Finn, movendo ela um pouco, tal como havia feito com Funny uns minutos antes.

Ficaram em silencio um bom tempo, com o som dos borbulho do molhos que Rachel estava preparando no fogo, matando a saudade um do outro.

- "Estou... tão cansada." – ela disse, se desgrudando dele para terminar a comida.

- "Quão cansada?" – questionou ele, colocando os pratos na pequena mesa da cozinha e olhando para ela de forma sugestiva.

Rachel tentou esconder o sorriso que começava a se formar em seus lábios.

- "Por que pergunta?"

- "Oh, não sei, talvez... achei que poderíamos tentar... já sabe. Como Amy não está e os bebês estão dormindo e... há muito tempo que não..." – Rachel o interrompeu em sua torpe explicação, o beijando nos lábios.

Finn sorriu, pegando ela pela nuca para aprofundar um pouco mais o beijo.

- "Sim... realmente senti sua falta." – murmurou, uma vez que se separaram, arrumando o longo cabelo atrás dos ombros e beijando o pescoço dela.

- "Sabe? Podemos requentar o macarrão mais tarde..."

- "Achei que estava cansada."

- "Nunca estou cansada para isso, carinho." – sussurrou ela, com uma voz incrivelmente sexy, lhe acariciando as costas (e um pouco mais abaixo) .

Finn então a levantou, carregando ela em seus braços e Rachel esticou um braço para apagar a luz da cozinha e pegar o monitor dos bebês.

- "Tem que chamar alguém para revisar essa escada." – disse, depois que Finn quase tropeçou ao subir a escada.

- "Necessitamos falar disso agora?"

- "Não, tem razão."

- "Bom." – Finn a deitou na cama, tirando o velho suéter que estava vestida e recostando ao seu lado.

- "Oh... Rach..." – murmurou ele, contendo o fôlego, quando ela tirou a calça jeans para poder deslizar sua mão através de sua cueca boxer, o acariciando.

- "Parece que realmente sentiu minha falta." – respondeu ela, com um sorriso, quando sentiu como aquele quente 'pacote' se movia em suas mãos.

- "Não tem ideia."

- "Sim, eu tenho." – Rachel arqueou suas costas quando sentiu a certeira mão de Finn soltando seu sutiã, enquanto lhe beijava o ombro.

Abraçou ele com suas pernas ao redor da cintura, buscando mais contato, tratando de sentir ele com cada célula de seu corpo. Dizer que o amava era a maior subestimação do século. Rachel gostava de pensar que Finn era uma parte dela mesma, que ambos formavam um todo (mesmo que Finn provavelmente fosse a melhor parte desse todo). Eles simplesmente se encaixavam. Suas vozes encaixavam, seus lábios encaixavam, suas mãos e as batidas de seus corações. Compartilhavam uma conexão única, inigualável.

Rachel poderia encontrá-lo em um quarto abarrotado de pessoas, de olhos fechados, simplesmente por intuição. Não saberia dizer se o ama pela conexão que tem ou se conectam dessa forma porque se amam, mas a essas alturas já não lhe importava. Nesse momento, quando ela e Finn se dedicam a se amar, tudo o que lhe importa é Finn. Sua respiração quente em seu pescoço, suas enormes mãos a segurando com força e também doçura, suas pernas se entrelaçando debaixo do lençol... tudo isso era Finn. Tudo isso e muito mais. Finn era o homem de sua vida, o pai de seus filhos, inabalável companheiro.

- "Está... está chorando? Te fiz chorar?" – questionou ele, desconcertado, olhando ela sob a pouca luz do pequeno quarto.

Rachel sorriu, se recostando sobre ele, sentindo como pouco a pouco as batidas de seu coração voltava a normalidade.

- "Sim... mas não é pelo que acha."

- "Oh... não te... não foi...? Por que para mim, pareceu que estivemos genial!"

- "Sim, Finn, esteve incrível." – ela disse, com uma gargalhada, lhe acariciando uma bochecha para acalmá-lo.

Ele fechou os olhos, apoiando suas mãos nas costas de sua esposa e a acariciando.

- "Por que chora então?"

- "Acho que simplesmente... te amo muito!"

- "E isso está mal?"

- "Não, claro que ano. Ao contrário."

- "Bom. Porque eu também te amo, mas não muito. Nada é demais com você."

- "Realmente quer me fazer chorar, né?" – questionou ela, com um sorriso. Finn se virou na cama para poder olhar para ela e limpou as lágrimas com o polegar. Rachel beijou a palma da mão dele e entrelaçou seus dedos, brincando com eles. "Lembra quando tudo o que tínhamos eram... expectativas e sonhos? Quando Nova York não era mais do que um pequeno globo de neve na sua escrivaninha?" – perguntou, tentando não chorar novamente.

- "Claro que me lembro. Nunca na minha vida tive tanto medo como nessa época." – confessou Finn, se relaxando diante o contato de suas mãos. Rachel arqueou uma sobrancelha, pedindo que ele continuasse se explicando. "Temia tanto que você fosse sem eu... de não ser suficiente. Eu não... eu não acostumava pensar em meu futuro até que te conheci, não acostumava ter expectativas. Sobretudo porque não confiava em mim mesmo, porque não me conhecia. Você me mostrou que havia outra pessoa dentro de mim, alguém melhor, alguém que tinha chances de estar a altura. E acho que tudo o que fiz desde então... eu fiz para te merecer." – disse, com sinceridade, sorrindo ao ver como novas lágrimas caiam dos olhos de Rachel, rolando por seu nariz.

- "É muito bom para ser real, Finn Hudson."

- "Então estamos quites." – brincou, beijando mais uma vez, não só nos lábios mas também nas bochechas, na testa, na ponta do nariz dela, enchendo seus ouvidos com o incrível som do risinho contido de Rachel.

- "Tem vezes, quando estou muito cansada, que acho que desejaria... voltar nesse tempo, sabe? Voltar para aquelas deliciosas tardes em que nos deitávamos no gramado para olhar as nuvens passar..."

- "E comer esses incríveis sorvetes caseiros que preparava."

- "Sim, comer os sorvetes também. Mas sabe o que acontece então?"

- "Não..."

- "Chris sorri. E tem... tem seu sorriso, Finn. Tem o mesmo sorriso de lado que você tem. E Funny ama as músicas do Journey e de Morrison. E Amy me chama de mamãe ou... me conta sobre seu dia na escola. E são... são nossos, Finn. São de nós dois. Isso vale a pena. Isso é melhor do que os sorvetes caseiros e as tardes sem fazer nada. Prefiro essa vida atarefada com você, com nossa família, do que a outra vida que tínhamos. Porque essa tem certezas, tem projetos, tem eles." – ela disse, em um murmúrio, com seus brilhantes olhos preto cintilando na quase escuridão.

Finn a aproximou mais de seu corpo, tremendo um pouco ao sentir o contato de ambas peles, se mesclando embaixo do lençol.

- "Se casaria comigo?"

- "Oh, sinto muito, mas isso não agradaria muito a meu esposo, sabe?"

- "Maldito bastardo! Terei que chutar o traseiro dele." – se queixou Finn, de brincadeira, sentindo o corpo de Rachel vibrar contra o seu. "Sou uma boa segunda opção?"

- "É uma boa primeira, segunda, terceira e milionésima opção. Tem bastante chances."

- "Que bom. Desafiarei ele em um duelo de dança, seguramente conseguirei tirar ele do mapa."

Capítulo 15

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