Cinco amigas e suas mentes criativas
High Five Stories
- "Por que demoram tanto?" – questionou Kurt, nervoso, enquanto ficava de pé pela décima vez nos últimos quinze minutos.
- "Está dando a luz a gêmeos, Kurt. Não é um combo do McDonalds." – respondeu Blaine, tentando acalmá-lo.
Amy havia ficado adormecida no colo de Leroy e Harry brincava com o chapéu de Burt.
- "Vou perguntar para a enfermeira." – murmurou Carole, se levantando.
Se chocou com o brilhante sorriso de seu filho ao abrir a porta.
- "E?" – perguntaram todos ao mesmo tempo.
Amy acordou e correu até seu pai.
- "Estão todos bem! Rachel esteve fantástica e os bebês são... são lindos, já vão poder ver." – ele explicou, abraçando a sua entusiasmada filha e recebendo os abraços do restante.
Kurt e Amy correram até o quarto, entrando nele como um par de crianças na manhã de Natal.
- "Tranquilos que estão dormindo." – disse Rachel, levando um dedo até a boca.
Finn levantou Amy para que pudesse ver e todos se reuniram ao redor dos dois berços.
- "Essa é Funny Carole Hudson-Berry e esse é Christopher Leroy Hiram Hudson-Berry." – explicou Finn, apontando para seus filhos.
Tanto Carole como Hiram e Leroy olharam para seus filhos, com agradecimento nos olhos.
- "São perfeitos." – murmurou Amy, olhando para seus irmãos e passando uma de suas mãos pelo nariz de Christopher. O bebê acordou e olhou para sua irmã nos olhos, surpreendido. Amy sorriu. "Oi Chris. É muito lindo!" – disse.
- "Te felicito, Rach. São lindos." – disse Kurt, se aproximando dela e beijando na testa.
Carole pegou Chris nos braços.
- "É igual a você, carinho. Tem seus olhos." – murmurou para seu filho, claramente orgulhosa, se aproximando de Rachel e dando um beijo nela também.
- "Oh... e Funny tem os seus!" – exclamou Hiram, quando a menina acordou e seu pai a pegou nos braços.
- "Quero ver ela, quero ver ela!" – pediu Amy, dando um par de pulinhos.
Finn se sentou no sofá e chamou a menina para se aproximar.
- "Oi Funny!" – murmurou Amy, beijando a testa dela.
Finn passou ela para Leroy e deixou ele se sentar no sofá. Se aproximou de Rachel, a abraçando pelos ombros e beijando na testa.
- "Por que não tenta dormir? Agora estão entretidos por um bom tempo." – murmurou, enquanto ela se acomodava mais em seus braços, cedendo ao cansaço.
Sentiu as vozes de sua família, os pequenos gemidos de seus filhos, o riso contagioso de Amy e a respiração de Finn chocando contra sua testa, enquanto seus lábios sorriam contra seu cabelo.
Sentiu, sobretudo, que nunca voltaria a ser a mesa, que nada na vida teria o mesmo sentido agora. Tal como o dia em que havia beijado Finn pela primeira vez, tal como o dia em que haviam se casado no improvisado casamento no ginásio. Esse dia havia mudado para sempre e não podia se sentir mais feliz.
-oo-
Se moveu um pouco na cama, se sentindo dolorida. Lhe custou, por um segundo, recordar aonde estava, mas bastou abrir os olhos para se localizar. Finn dormia ao seu lado em um incomodo sofá de hospital e Amy estava em pé, expectante, parada entre os berços de seus irmãos, esticando seu pescoço para olhá-los.
- "Aonde estão todos?" – perguntou para sua filha, um pouco sonolenta ainda.
- "Foram jantar." – ela lhe explicou, com um sussurro exagerado.
- "E por que você não acompanhou eles?" – disse Rachel, se sentando na cama.
Amy olhou para ela confusa.
- "Mamãe... eu tinha que cuidar deles!" – exclamou, quase ofendida, como se Rachel estivesse lhe perguntando o mais óbvio do universo.
Sua mãe sorriu.
- "Pode fazer algo por mim?" – a menina assentiu, de forma solene. "Me traga o pequeno pacote dourado que tem na bolsa cinza." – lhe ordenou.
A menina obedeceu, correndo até sua mãe e lhe entregando o pacote. Rachel lhe indicou que se sentasse ao seu lado na cama.
- "Abra." – disse.
Amy rompeu o embrulho e tirou uma caixinha que tinha nele. Abriu rapidamente, sorrindo quando viu os dois pequenos pinguins de prata que havia dentro. Rachel pegou para colocar na pulseira que a menina tinha e ambas ficaram olhando para eles por um momento.
- "Talvez agora não entenda... mas se não fosse por você, Amy, eu não poderia fazer nada disso. Te devo... te devo muito." – murmurou, a abraçando enquanto olhava para Finn pelo canto do olho.
Voltaram a ficar em silencio até que Chris acordou e começou a chorar.
Finn pulou do sofá, praticamente correndo até o berço de seu filho e pegando ele nos braços.
- "O que foi campeão?" – perguntou, balançando um pouco.
Funny acordou também, se sentindo incomodada pelo barulho que seu irmão fazia.
- "Provavelmente tem fome. Me traga Chris primeiro." – disse Rachel, estendendo seus braços e pegando seu filho.
Finn carregou então Funny e começou a balançar tal como havia feito com seu irmão uns momentos antes.
- "Por que não canta para ela?" – propôs Amy, ao ver seu pai começar a entrar em pânico.
- "O que quer que cantemos?" – questionou Finn, aceitando a ideia e se sentando novamente no sofá.
Amy meditou por um segundo.
- "Qual é a música que cantava para mim?" – lhe disse, enquanto voltava a se sentar ao lado de sua mãe que tratava de dar o peito para o agora tranquilo Chris.
Finn sorriu e começou a cantar suavemente, quase em um sussurro.\
- "Oh, why you look so sad? Tears are in your eyes. Come on and come to me, girl. Hey, don't be ashamed to cry…" – Rachel começou a cantar junto dele e Fanny paralizou.
Olhou para seu pai diretamente nos olhos, como se escutá-lo harmonizar com sua mãe fosse o mais maravilhoso do mundo. Quando Finn e Rachel terminaram a música, Chris já tinha voltado a dormir e Funny se entretinha se alimentando em sua mãe.
Amy sorriu, se sentando no colo de seu pai.
- "Sim, definitivamente vão precisar de mim!" – exclamou, soltando um suspiro dramático e se acomodando no peito de Finn.
Ele sorriu e olhou para Rachel de forma cúmplice.
- "Claro que te necessitamos, carinho. Somos uma equipe." – sua mãe lhe disse, enquanto Finn aproximava o sofá da cama e segurava a mão de sua esposa, dando um aperto.
- "Somos uma equipe." – repetiu, olhando primeiro para Amy, depois para Chris que dormia em seu pequeno berço e por último para Funny que lhe devolveu o olhar nos braços de Rachel.
Finn pensou que possivelmente não existiam Liga de Famílias, mas a sua chutaria o traseiro de todas se fosse assim.
-oo-
- "Quanto tempo mais devem estar ali dentro?" – questionou Finn, olhando para seus filhos através do grosso vidro.
- "Só um par de horas mais, é uma simples monitorização para nos assegurar de que tudo está bem e depois... vamos para casa." – respondeu Rachel, apoiando sua cabeça no peito de seu marido enquanto ele a envolvia com os braços.
- "Perfeito. Poderemos ver a partida em casa, então."
- "Pela enésima vez, Finn... deve ir na partida, é sua responsabilidade."
- "Rach, deve estar brincando! Não vou te abandonar dois dias depois de dar a luz a nossos filhos por uma estúpida partida de Futebol Americano!"
- "Sabe? Quando se propõe é bastante dramático." – ela disse, com um sorrisinho, tirando a vista de seus filhos esse virando nos braços dele para olha-lo nos olhos. "É seu trabalho, carinho. Eles te necessitam."
- "Vocês me necessitam."
- "Sim, claro que te necessitamos, mas não vamos morrer porque você se foi por um par de horas." – brincou, lhe acariciando as bochechas. "Quanto lutou para isso, Finn? É a final! É seu sonho!"
- "Você é meu sonho. Esses dois embrulhos que estão ali são me sonho." – murmurou ele, com um sorriso, apoiando sua testa na de sua esposa.
Rachel também sorriu.
- "Então faça isso por nós, por eles. Vá e ganhe essa partida, volte para casa com esse prêmio. Dê a seus filhos mais uma razão para ficarem orgulhosos do incrível e maravilhoso pai que tem. Faça por mim. Por todos esses anos em que acreditei cegamente em você." – disse Rachel, olhando ele fixamente nos olhos marrons que tanto conhecia.
Finn meditou por um momento, lhe devolvendo o olhar.
- "Não é justo o que faz. Sabe que é meu ponto fraco." – respondeu, sorrindo novamente, se aproximando para beija-la nos lábios, a abraçando forte pela cintura e brincando com o suave pano da camisola do hospital.
- "Papai?" – disse a voz de Amy, timidamente, aparecendo no pequeno corredor.
- "Sim pulga!"
- "O tio Blaine disse que está indo para o estádio. Se quiser ir com ele deve andar rápido." – lhe explicou, enquanto seu pai a levantava para que pudesse ver seus irmãos, que ainda dormiam prazerosamente em seus berços transparentes.
Finn olhou para Rachel por um segundo e ela assentiu com a cabeça, como se lhe assegurasse de que tudo ficaria bem.
- "Quebre a perna!" – murmurou para ele, quando ele se aproximou para beija-la como despedida.
- "Te amo!" – respondeu ele, quase teatralmente, com a mesma urgência e sinceridade que naquela primeira vez, há quase quinze anos.
- "Papai!" – Amy gritou, perseguindo ele pelo corredor antes de que ele e Blaine saíssem do hospital. "Quero te dar isso, assim leva como amuleto." – lhe disse, entregando a pequena pulseira prateada.
Finn se ajoelhou no chão, para ficar na altura dela e segurou sua filha pelos ombros.
- "Você vai cuidar deles, né?" – murmurou, olhando para ela fixamente nos olhos e sorrindo ao ver o peito de Amy se inflar de orgulho.
- "Claro papai. É meu trabalho." – respondeu Amy, com solenidade.
Por mais estúpido que pareça, foi somente então que Finn sentiu que estava fazendo o correto.
-oo-
A partida foi difícil, mas todas as finais são assim. O público dos Jets, vestidos de azul e vermelho, gritou para seus jogadores durante toda a partida e ainda assim a voz do assistente Hudson podia ser ouvida sobre o barulho da multidão.
Essa não era só outra final para Finn. Podia ser assim para seus jogadores, que estavam acostumados a passar de uma equipe para outra, levantando troféus e subindo no pódio e poderia ser assim para o treinador Parker, tetracampeão com duas equipes diferentes, mas não para o jovem de Lima, Ohio que havia ganhado em sua vida apenas um título (do qual, além de tudo, estava incrivelmente orgulhoso. Não é todos os dias que é campeão Nacional na competição de corais).
Naquele dia, Finn não se importava com as luzes, as entrevistas, as colunas esportivas que o proclamava um dos ponto chave para o triunfo (o qual era verdade, considerando que ele havia sido o que tinha programado as seis jogadas dos TouchDown que levaram eles para a vitória) nem a ascensão em sua carreira. Não, aqueles eram apenas condimentos. Pela primeira vez em anos, Finn sentia que estava a altura. Era o melhor no que fazia, no se trabalho. Finn Hudson era, sem dúvidas, a Rachel Berry dos treinadores de Futebol Americano.
Olhou então para as câmeras, as dezenas de luzes que o focavam e pensou nela. Ela que seguramente estava gritando e pulando na sala de sua casa, chorando de alegria, abraçando Amy, Kurt, seus pais. Ela que, dois dias antes, havia lhe dado o melhor premio de sua vida. Não lhe importava se havia outras centenas de milhares de pessoas olhando isso pela televisão.
Finn olhou para as câmeras se sentindo triunfante, se sentindo completo, se sentindo esse homem que ela esperava que ele fosse. E Finn pensou, com um sorriso, que os fãs dos Jets não tinham nem ideia do quanto deviam aquele premio para Rachel Berry.
- "Chris não chorou durante toda a partida! Devia ter visto, Finn, ele ficou nos braços de Burt o tempo todo, com os olhos abertos, sem sequer fazer barulho. E Funny dormiu a tarde toda, então eu suponho que acordará a qualquer momento." – disse Rachel, horas depois, quando ambos se deitaram em sua cama ao terminar o jantar familiar que ela e Kurt haviam organizado para Blaine e ele. Finn deixou o pequeno monitor na mesinha de cabeceira e deitou ao lado dela, a abraçando com delicadeza. Ela olhou para ele diretamente nos olhos, sorrindo e por uns momentos ficaram assim. "Não sabe quão orgulhosa estou de você, Finn." – murmurou depois de um tempo, lhe acariciando uma das bochechas. "Ainda se não tivesse ganhado eu estaria orgulhosa. Não posso ser muito objetiva quando se trata de você, de jeito nenhum." – brincou.
Finn sorriu e a beijou na palma da mão, se aproximando mais dela na escuridão.
- "Eu também estou orgulhoso de você, carinho. O que fez nesses dias, durante o parto e... essas coisas... esteve incrível!"
- "Você também esteve. Eu não poderia fazer nem a metade das coisas que faço se não tivesse você comigo. Você me dá... a força que necessito." – confessou Rachel, fechando os olhos e cedendo diante as carícias de Finn.
- "Então estou orgulhoso de nós. De você e de mim. Hoje mais do que nunca." – respondeu ele, a beijando na testa e a abraçando fortemente, deixando que ela apoiasse sua cabeça em seu peito.
- "O sexo da vitória vai ter que esperar." – brincou ela, escutando o ritmo das batidas do coração de Finn.
- "Me cante algo." – ele pediu, em um murmurou.
Ela obedeceu.
- "Oh, my man... I love him so. He'll never know. All my life is just despair, but I don't care. When he takes me in his arms, the world is bright… all right. What's the difference if I say 'I'll go away'? When I know I'll come back on my knees some day. For whatever my man is, I'm his… forever more." – cantou, emu ma voz doce e suave, enquanto brincava com os dedos de seus esposo.
- "É minha sem importar nada?" – questionou ele.
- "Sim. Sou sua para sempre."
- "Como quando por exemplo?"
- "Quando ganha e quando perde... quando tem um dia ruim. Quando se esquece das coisas que te peço pra comprar. Quando é o esposo mais doce do mundo ou o treinador de Futebol Americano, ou o baterista amador. Quando é um amigo, um irmão ou um filho incrível e quando é um pai exemplar. Sobretudo quando é um pai exemplar. O que quer que seja... é o Finn. E eu, Rachel, sou sua." – murmurou ela, entrelaçando seus dedos e brincando agora com a aliança de Finn.
O cômodo silencio foi interrompido pelo choro de um bebê, proveniente do pequeno dispositivo que repousava sobre a cabeceira.
- "Você dorme, que eu me encarregarei de ser o pai exemplar agora mesmo." – murmurou para ela, beijando o cabelo e a acomodando no lençol.
- "Tem leite na geladeira e as fraldas estão na..."
- "Cesta amarela, sim, eu sei."
- "Finn?"
- "Sim?"
- "Te amo!"
- "... eu também te amo, carinho. Agora durma. Será sua vez de acordar quando Chris despertar."
- "Sabia que isso não ficaria barato."