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Rachel procurou se manter calma e não pensar muito na conversa que acabara de ter com Arthur, apenas no seu jantar. Enquanto separava os ingredientes, ela não conseguia parar de pensar em quantas coisas Finn poderia estar escondendo dela com todas aquelas histórias mal-contadas dele e do seu agente. “Calma, Rachel, calma”, ela suspirou.

Havia acabado de se arrumar quando Finn tocou a campainha. Ela abriu, e não soube se seus olhos brilharam, mas achou que provavelmente sim: seu namoradão estava lá, lindo, vestindo um paletó preto, blusa branca em gola V, calça jeans e , para arrematar, tênis All Star, quebrando a sobriedade e dando um toque do seu estilo “bad boy” à produção.

–Uau. – ela babou, sorrindo.

–Eu tinha que caprichar, né? Não quero que seus pais pensem que sou qualquer um. Quero que se impressionem com o cara que está com a filha deles.

–Nossa, Finn, eu... – ela piscou e sua voz saiu meio fraca de emoção.

–Kurt e Blaine me ajudaram, mas vamos fingir que, além de gato e sedutor, eu também sei me vestir sem precisar da ajuda de um irmão e um cunhado gays. – ele disse, segurando a cintura de Rachel e fazendo a garota cair na risada.

– Ah, você esqueceu de dizer que é modesto.- ela entrou na brincadeira, sentindo o perfume másculo dele lhe inebriar. Passeou os dedos pelo seu peito, encostou a cabeça lá. Meu Deus, como era possível gostar tanto de alguém em tão pouco tempo?, daquela forma, com aquela força, com aquele medo de que algo mal pudesse vir e acabar com tudo?

– O que foi? – Finn sussurrou, acariciando o cabelo de Rachel.

– Nada. Eu só... te amo. Muito.

Ele lhe deu um dos seus amáveis sorrisos tortos e a inclinou nos seus braços, beijando-a como numa cena de cinema épica. Rachel segurou sua nuca, a língua de Finn fazendo o que queria em sua boca, seu braço firmemente a enlaçando, quando um forte pigarro interrompeu o beijo:

– Er... a gente adoraria não interromper, mas...

–Pai? Pai? – ela se sobressaltou, limpando os cantos dos lábios, e passando as mãos pelo cabelo.

–Oi, filha! – primeiro Hiram, depois Leroy, deram um abraço demorado e apertado em Rachel. Depois que a soltaram, ela pegou na mão de Finn e o apresentou. Ele sorriu ao apertar as mãos dos pais de sua namorada:

– Finn Hudson, prazer.

–Vocês formam um lindo par. – Hiram comentou, enlevado.

–Filha, nós trouxemos estas flores e este vinho, vou guardar lá dentro.- disse Leroy, seguindo com desenvoltura rumo à cozinha da filha.

Finn tinha ficado um pouco assustado com o fato de ter que encarar os dois pais de Rachel de uma vez, mas até que estava tudo bem tranquilo. Sentados nos sofás, comendo uns canapés de cogumelos que Rachel servira e alguns drinques, se sentia confiante, ao lado dela, com a mão confortavelmente sobre a perna bronzeada que o vestido curto e justo dela permitia, e encarou “de boa” as perguntas paternais:

– Vocês se conheceram como?

– O que você faz?

– Estão juntos há quanto tempo?

Sorrindo feito dois bobos apaixonados, eles respondiam a tudo, até que Leroy indagou se eles já pensavam em casamento e Hiram puxou discretamente a manga de sua camisa. Isso foi a deixa para que Rachel se levantasse e fosse colocar a mesa.

– Deixa que te acompanho, Little Star.- disse Hiram, levantando-se.

Na cozinha, enquanto a filha pegava os pratos, ele analisou:

– Você o ama tão intensamente que até sua pele chega a brilhar.

Ela corou um pouco, e sorriu para o pai:

– Sim, pai, quero dizer, tem como não se apaixonar por ele? – eles esticaram o pescoço e viram Finn ajudando Leroy com alguma coisa em seu celular.

– Então, ele é todo perfeito? – Hiram continuou.

– Ninguém é, pai. Mas eu o amo, e, para mim, Finn é o homem que me faz feliz.

O jantar estava excelente. Rachel, uma grande fã de Jamie Oliver, havia caprichado: tinha Salada Waldorf ( com agriões, alface, rúcula, uvas verdes e queijo de cabra), Massa à Trapani, um tipo de macarronada que levava amêndoas, queijo parmesão, tomate cereja, dentre outras coisas e, para finalizar, bolo de chocolate com cerejas.

–Ai, meu Deus, Rachel! A comida estava excelente! – Leroy exclamou, empolgado.

– Deliciosa, amor, deliciosa.- Finn quase lambia o prato.

Depois de mais algum tempo, os pais dela foram embora, não sem antes não se derreterem em elogios à comida maravilhosa, e ao namorado “fofo” que ela havia arranjado.

–Nossa, essa noite foi de gala! – suspirou Finn, atacando a nuca de Rachel com beijos fervorosos assim que ela trancou a porta.

–Calma! – ela gemeu, tentando se desvencilhar. – Queria mandar um pouco desta comida pro Kurt e o Blaine.

– Ah, eles têm micro-ondas, vão aproveitar depois. – Finn a encostou na porta, e eles trocaram um beijo um ávido e quente, as mãos dele subindo audazes pelas coxas firmes de Rachel. Ela se remexia sob ele, os seus gemidos abafados pela boca de Finn, que se excitava mais com as reações dela. Rachel sentiu o pênis dele duro contra si, e sorriu, descendo a mão ligeira até apertá-lo, arrancando um grunhido do namorado.

–Vamos para o quarto... – ela sussurrou, mordiscando a orelha dele.

No quarto, as roupas voaram em todas as direções em questão de segundos. Finn e Rachel se enroscaram, os corpos quentes, ágeis, como se não fizessem amor há muito tempo. Finn deitou-a de lado, e, enquanto segurava seu seio, amassando na medida certa para ela rolar os olhos em gozo, movimentava-se, elevando tudo a um patamar novo de luxúria e amor.

– Amor... –ele suspirou ao seu ouvido, afastando o cabelo suado dela de seu rosto.

A intimidade naqueles momentos era esmagadora. Estavam suados, cansados, os corações tentando voltar ao batimento normal. A atmosfera toda levou Rachel a encarar os olhos dele:

– Hoje mais cedo, eu falei com o Arthur. Ele... ele me disse que você namorou a tal da Kirsten, mas ela era namorada dele.

– Rachel, o Arthur está querendo te jogar contra mim.

– Mas, afinal, o que houve entre vocês?

Finn passou a mão pelos cabelos, afobado:

– Eu só beijei-a uma vez, eu era um idiota, achava que...

– Que ela gostava de você também? – Rachel o interrompeu.

– Não, Rach. Que eu era importante para o que eu... nós... enfim, nós fazíamos parte de algo, e isso era muito importante pra mim, ok?

– E que “algo” era esse? – Rachel exigiu saber.

– Era da faculdade, meu amor. – Finn deixou a afobação de lado e tocou com carinho o rosto dela. – Mas o Arthur já está avançando demais. Acho melhor você procurar outro agente.

–Finn, eu não posso! Não posso, ele arranjou um superteste para mim, uma chance única!

– Ok, Rachel. Eu... eu não vou te pressionar. Só não confie demais no Arthur, eu confiei, e não saí ileso desta experiência. Eu só quero te proteger.

Rachel suspirou, batendo no espaço da cama ao lado dela:

– Vem cá, me deixa dormir nos seus braços.

{...}

Marley arregalou os grandes olhos azuis quando Arthur Fitzpatrick, com desenvoltura, andou em direção a ela:

– Bom dia, garota bonita que eu ainda não sei o nome.

Timidamente, ela ajeitou o cabelo atrás da orelha:

– Você é o empresário da Rachel, não é? Eu te vi aqui pela Music House.

Arthur sorriu ainda mais convidativamente:

– Sim, sou... você também canta, não é?

Marley balançou a cabeça, confirmando, e Arthur percebeu o quanto a garota era frágil, uma presa fácil e que calharia bem aos seus planos:

– Marley, eu também posso te levar ao estrelato, e posso te ajudar muito se você me ajudar. O que você mais deseja?

O coração dela disparou. Marley sempre fora frágil, simples, tímida, tinha aquela mania de se imaginar feia e gorda... e tinha ele. Finn. Seu ponto fraco, o homem que ela havia aprendido a cobiçar... e pensar que eles até saíram juntos, antes de Rachel estragar tudo.

– Eu, eu... tenho que dar uma aula agora. – ela se esquivou.

– Tudo bem. Mas, qualquer coisa, aqui está meu cartão.

“Marley, Marley... tão bobinha, que chega a dar pena. O que esse Hudson tem que fatura todas as mulheres daqui? Atingi-las para atingi-lo. Esse é o plano. Depois, é hora de pôr o próximo passo em ação”, pensou Arthur.

 

 

 

 

 

Cap. 14: "Tensão no paraíso"

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