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–Tudo bem, agora vamos.-Disse, me levantando da cadeira da lanchonete, apressada para chegar a tempo no aeroporto.

 

–Um musse de maracujá, por favor.-Falou Santana, chamando o garçom. Rolei os olhos, voltando a me sentar, cruzando os braços. Minha cara era de pouca animação.

 

–Você não quer que eu viaje, não é?-Perguntei, vendo ela se distrair com o canudo do seu copo. Santana me encarou, tentando inutilmente, parecer alguém decente.

 

–Rachel, são 1 hora da manhã, e o seu vôo é só as 2 horas. Graças a Deus eu achei essa lanchonete aberta. Você não sabe como eu adoro esse lugar.-Santana bateu palmas, ao ver seu musse ser colocado a sua frente.

 

–Depois de rodar a cidade toda, você achou essa lanchonete no meio da estrada. Podíamos muito bem ter comido no mc donalds.-Disse, ainda com os braços cruzados, e tentando deixar minha cara a mais assustadora possível. Acho que isso não funcionou. Eu sou um anjo.

 

–A TPM ataca.-Santana disse, com a boca cheia. Rolei os olhos, puxando o celular no bolso. Procurei o número de Finn nos contatos, e apertei no discar.-O que está fazendo?-Perguntou Santana, ao me ver colocar o celular na orelha.

 

–Ligando pro Finn. e tentar descobrir aonde ele está.-Disse, e no instante seguinte, só vi o vulto de uma colher passando rente ao meu rosto, lançando meu celular no chão. E como brinde, um pouco de musse de maracujá parou diretamente nos meus olhos. Encarei Santana, que tentava novamente, parecer alguém decente.

 

–Me desculpe! Mas acho que você precisa, er, seguir o seu destino. Isso! Se for pra você encontrar o Finn em Londres, vai encontrar. Se for pra vocês ficarem juntos, você vai encontrá-lo.-Santana dizia, e eu fingi acreditar que aquilo era realmente verdade. Era a única resposta plausível para aquela atitude retardada que Santana havia feito segundos atrás.

 

Depois de Santana terminar seu musse, dividimos a conta e finalmente, seguimos para o aeroporto. Santana havia escolhido uma lanchonete super distante do aeroporto, e pra chegarmos a tempo, precisávamos correr. Porém, Santana parecia uma lesma na estrada.

 

–Santana, dá pra acelerar? Eu já estou atrasada.-Disse, quando vi que um caminhão havia ultrapassado seu carro. Ela me olhou, despreocupada.

 

–Desculpa, mas preciso tomar cuidado com esse carro. Minha mãe me deu de presente, e disse que se eu estragasse ou batesse, eu iria me ver com o canivete dela. E Rachel, faz dez anos que eu não vejo o canivete dela! Eu merecia um prêmio por isso.-Santana falou, sorridente, enquanto deixava mais um caminhão atravessá-lá. Bufei, me encostando no banco.

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KURT POV

 

–Esse celular está fora de área.-Desliguei o telefone, aliviado. Finn estava mesmo dentro do avião, voando para New York.

 

–Ele está vindo.-Disse para Blaine, que encarava a TV com indiferença. Ele sorriu, passando as mãos de leve pelas minhas costas, beijando minha bochecha de leve. Começo de namoro é tudo de bom.

 

–Porque toda essa confusão com Finn e Rachel?-Ele me perguntou, desligando a TV, me olhando com curiosidade.

 

–Eu e Santana sempre vimos os dois sofrendo por não terem um amor correspondido. E quando descobrimos que Rachel amava Finn, e Finn amava Rachel, entramos em uma brincadeira louca. Fazíamos Rachel bolar planos que nunca deram certos, e Finn sair com outras garotas que eram parecidas com Rachel.-Eu disse, corando ao lembrar do porquê eu e Santana começamos com aquilo.

 

–Então, todos esses anos foram só vocês se divertindo a custas do sofrimento deles?-Blaine me perguntou novamente, erguendo uma sobrancelha. Engoli seco, pronto pra contar a verdadeira razão de tudo aquilo ter começado.

 

–No começo, quando descobrimos sobre esse amor dos dois, eu e Santana...tivemos um plano louco de...tirar Rachel da cabeça de Finn, e Finn da cabeça de Rachel. Tudo porque...Santana gostava de Rachel...de uma forma diferente.-Eu admiti, me cobrindo com a almofada logo após dizer aquilo.

 

–E eles sabem disso?-Blaine tirou a almofada do meu rosto, rindo com a situação que eu me encontrava.

 

–Não, e nunca precisam saber. Mas a questão é que, Rachel foi o primeiro amor de Santana, e isso passou quando nós nos formamos e viemos para New York. Desde então, é tudo por pura diversão. Mas eu e Santana nunca vimos o quanto machucados eles estavam ficando. Tudo porque nós fazíamos com que eles escondessem o amor um pelo outro.-Disse, encostando minha cabeça do ombro de Blaine, vendo uma tímida lágrima rolar pelo meu rosto pálido.

 

–O que importa é que agora vocês reconheceram isso. Um pouco tarde demais, mas reconheceram, e agora estão ajeitando tudo. Estou orgulhoso de você, Kurt.-Ouvi Blaine dizer, e sorri.

 

–Você é perfeito pra mim.-Disse, o abraçando pela cintura, beijando seus lábios suavemente.

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RACHEL POV

 

–Vai com tudo, amiga.-Santana me abraçou, me entregando minha mala. Estranhei aquela atitude, já que Santana Lopez nunca foi de ser muito sentimentalista ou amorosa.

 

–Bateu um Kurt Hummel nesse corpo?-Perguntei, recebendo um leve soco no ombro como resposta. Acenei, indo para o embarque. Estava na hora de seguir meu coração e finalmente, ter Finn comigo.

 

Depois de passar minha mala por aquela máquina, atravessei aquela pequena porta, e para minha desgraça, o alarme tocou. Um segurança chegou perto de mim, passando um objeto pra detectar metais e coisas assim perto do meu corpo. Chegou até minha parte íntima, e o aparelho apitou. Eu arregalei os olhos, assim como o segurança. Aí lembrei que tinha um pequeno chaveiro em meu bolso. Tirei, e mostrei ao segurança. Ele me deixou passar, rindo com a situação.

 

Observei o chaveiro de coração, e lembrei que Finn havia me dado aquilo após eu terminar o meu primeiro relacionamento. Lembro de suas exatas palavras:

 

"Isso é pra te lembrar de sempre manter seu coração inteiro, sem nenhum arranhão. Um cara pode te magoar, tentar te quebrar por inteira. Mas continue firme e forte. E se sentir que está desmoronando, pode correr para o tio Finn, que ele sempre estará aqui."

 

Desde então, carrego esse chaveiro em todo lugar que vou. Somente para me lembrar que, mesmo me magoando por nunca ter Finn como namorado, eu devo manter meu coração firme, já que sempre terei ele do meu lado. E meu coração estava desmoronando, e ele clamava por Finn Hudson a cada segundo que batia.

 

A mulher pediu para que a classe econômica seguisse para o avião, e como estava perto da porta, fui a primeira da fila. Peguei minha mala e segui até o avião, me vendo cada vez mais perto de Londres. Me vendo cada vez mais perto de Finn.

 

Eu só não imaginava que ele estava tão perto de mim assim.

Cap. 12: "You're perfect to me - part I"

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