Cinco amigas e suas mentes criativas
High Five Stories
–Calma! – disse Rachel, afastando o corpo a custo. – Não é assim que resolvemos as coisas.
Finn bufou, frustrado:
– Eu sei que fui um idiota, me desculpa.
Rachel fechou a porta de casa, pegou a mão do namorado e o sentou ao seu lado, no sofá:
– Finn, eu adoro essa sua pegada, mas nós temos que conversar. Por que você falou comigo daquele jeito? Por que fica tão tenso sempre que o Arthur vira assunto?
Finn coçou a nuca, nervoso. Pensou que fosse mais fácil apenas beijá-la até Rachel perder os sentidos que ter aquela conversa com ela:
– Rachel, não é nada com você, é comigo. Eu... eu não tenho um passado muito tranquilo, você sabe. E eu e o Arthur aprontamos muito na faculdade, eu só não sei se ele mudou, entende?
Ela o encarava, desconfiada:
– Então, por que você não me contou? É só isso mesmo?
– Olha, eu só não sei se o Arthur mudou. Eu mudei, mas ele não era exatamente a melhor companhia do mundo. Nós nãofomos santos, eu, ele e a namorada dele na época, a Kirsten Bathes tínhamos um histórico não muito... “lisonjeiro”, digamos. Eu só quero te proteger.
Rachel suspirou, mas pegou firmemente na mão de Finn, o calor da mão dele irradiando por todo o corpo dele:
– Até agora eu não tenho nenhuma queixa a respeito dele, tudo está indo bem, estamos conseguindo uns contatos para alguns testes... pode deixar que se ele se meter a besta comigo, eu serei a primeira pessoa a saber o que fazer, ok?
Finn lhe deu um de seus sorrisos de lado:
–OK.
–Agora vem cá terminar o que você tinha começado.- ela disse, puxando-o para si e Finn se surpreendeu com a força da baixinha que o impeliu até atingir seus lábios.
O beijo começou meio de surpresa, mas logo ele segurou a cintura da namorada, ficando por cima dela no sofá e atacou sua boca com vontade e urgência, como se ele quisesse depositar naquele beijo o arrependimento por ter destratado-a na rua mais cedo.
Ela sorriu entre o beijo, feliz porque ele parecia mais leve, e entregou-se à boca e às mãos grandes e habilidosas daquele homem sobre ele. Com fervor, os lábios de Finn desceram para o seu pescoço, marcando-o e Rachel sussurrou com a respiração entrecortada que nem um quilo de maquiagem poderia disfarçar aquilo.
– Mas você gosta, eu sei...- Finn mordiscou a sua orelha, e sentiu a garota se tensionar embaixo dele.
Em pouco tempo, ambos estavam quase nus, e o sofá pequeno e desconfortável não foi empecilho para o fogo que ardia e fazia Finn e Rachel se beijarem e acariciarem. Ela beijou seu peito, mordeu seu mamilo e o ouviu grunhir quando arranhou delicadamente sua pele. E, naquele jogo de provocações, afagos, amassos, eles passaram a noite...
–Wow! – ele berrou, consumido.
Já estavam na cama de Rachel, e, quando ela desmoronou sobre o corpo dele, suada, descabelada, e completamente satisfeita, ele a abraçou, cheirando o seu cabelo.
Rachel se sentia a mais feliz das criaturas assim, nos braços de Finn, depois de fazerem amor e sentindo o coração de ambos retomar o ritmo normal.
–Eu te amo.- ela sussurrou antes de cair no sono.
–Eu também. – ele respondeu, mesmo que ela não pudesse escutá-lo por já ter adormecido. – Eu prometo que ninguém vai te fazer mal.
{...}
Marley estava achando-se confiante como há muito não se sentia. Olhou-se mais uma vez no espelho, o vestido azul combinando com seus olhos.
–Marley, você não vem? – Tina perguntou, pondo a cabeça para dentro do banheiro.
–Sim! – a garota respondeu, sorrindo.
Marley, Tina e Brittany, mais algumas alunas prepararam um número e estavam no auditório para a apresentação. Schuester, Emma, Finn e Rachel e os outros professores estavam na primeira fila, esperando a apresentação. Então, Marley pegou o microfone e iniciou:
– Boa tarde! Eu, Marley Rose, Brittany S. Pearce e Tina Cohen- Chang preparamos uma apresentação da música “Tell Him”, do grupo The Exciters.
Após os aplausos efusivos, elas começaram, Marley à frente, sua voz doce ao mesmo tempo firme entoando:
“I know something about love
You've gotta want it bad
If that guy's got into your blood
Go out and get him
If you want him to be
The very heart of you
Make you want to breathe
Here's the thing to do”
(“Eu sei algo sobre o amor
Você tem que querer muito
Se o cara tocar seu coração
Vai lá e pega ele
Se você quer que ele seja
O seu amor
Que te faça querer respirar
Aqui o que você tem que fazer.”)
Ela dançava confiante, um sorriso estampado no rosto, uma determinação...
Rachel apreciava o número, até reparar bem na expressão de Marley e estreitar os olhos, desconfiada: aquela garota estava se insinuando pro seu namorado?
“Tell him that you're never gonna leave him
Tell him that you're always gonna love him
Tell him, tell him, tell him, tell him right now”
Marley dançava, cantava e olhava tão fixamente para Finn que agora até o rapaz sentia o rosto arder. Ele olhou para Rachel, como se quisesse pedir desculpas por algo que não tinha absolutamente nada a ver, mas ela agora só olhava com a vista embaçada de raiva o atrevimento de Marley para cima de Finn.
Terminada a apresentação, todos foram parabenizá-las, e Marley simplesmente abraçou Finn quando ele se aproximou:
–Você gostou? – ela indagou corando.
– Han... er.. foi muito bom. – ele disse, desconcertado.
– Foi ótima, Marley. – Rachel disse.- As músicas são mesmo uma ótima maneira de expressar seus sentimentos, não é?
–São, com certeza. Mas, se você canta com amor...
– O problema é se você direciona seu amor para quem não deveria. – Rachel lhe cortou.
Finn puxou Rachel:
– Tudo bem, ainda temos aula pra dar.
Ele saiu segurando a mão dela, que estava dura e robótica, claramente com raiva.
– Eu não tenho culpa.- foi a primeira coisa que Finn disse assim que eles entraram na sala de Rachel para pegarem o material da próxima aula.
– Eu sei. – ela respondeu entredentes, sem encará-lo. A verdade é que ela sabia que ele não tinha culpa, mas ela precisava segurar a raiva e o ciúme que estava sentindo.
– Marley precisa de ajuda, ela não tem autoconfiança, devia estar cantando sobre isso.
–Ela estava cantando para você! – Rachel se exasperou. – Meu amor, sei que você nem tem culpa, mas você precisa deixar claro pra essa garota que eu não me sinto bem com ela dando em cima de você! É pedir muito?
Enquanto o clima ainda estava pesado e tenso, mesmo com os dois sabendo que não era nada entre eles, especificamente, uma batida na porta os despertou:
– Olá, Rachel? – a voz maviosa de Arthur soou.
Finn abriu a porta, e Arthur entrou, reparando na expressão deles:
– Cheguei em um mal momento? Posso voltar depois, se quiser, mas duvido se souber o que me traz aqui.
–Não, hãn... tudo bem. – Rachel se recompôs.
– Tenho um teste com o grande Victor Stresvky para você.
O rosto de Rachel se iluminou:
– Oh, meu Deus! Não acredito!! Ele... ele...
– Eu sei, ele é demais.- Arthur completou, sorrindo charmosamente para ela.
– Nossa, obrigada, Arthur.
– De nada. Sei que o cara é fera, superexigente, suas audições são superconcorridas, mas você merece que eu mexa meus melhores contatos. Você é uma estrela.
Sem jeito, ela sorriu de volta e disse, virando-se para Finn:
– Você pode trazer o material pra sala? Tenho que contar isso pro Kurt! – e saiu.
– Nada como ver minha estrela feliz.- disse Arthur, olhando com vaga curiosidade para as coisas da pequena sala da artista e professora.
–Sua estrela? Cara-de-pau, você, hein? – disse Finn.
–Rachel é minha agenciada, Finny.
– Cadê a Kirsten? – Finn indagou, de supetão.
Arthur arqueou levemente a sobrancelha direita, pensativo, maquiavélico, algo que Finn não conseguia decifrar:
– Na Europa. Não estamos mais juntos.
– Ela não quis mais continuar nos seus esqueminhas? – Finn ironizou.
– Ela não era obrigada, mas gostava da adrenalina. Por isso, me largou por algo mais excitante ainda.
Finn encarou seriamente seu antigo colega:
– Você não vai fazer mal à Rachel, vai? Você já deixou aquela vida louca pra trás?
– Fica frio. Você acha que teria me formado e que estaria trabalhando se ainda estivesse nos nossos “esqueminhas”, Hudson?
Finn contraiu o rosto, olhando friamente para Arthur:
– Se você fizer algum mal à ela, eu te mato.
Arthur soltou um risinho sarcástico:
– Você não faria isso, lembra? Eu sei que não. Mas, se quiser... conte tudo a ela... e vamos ver se você ainda terá namorada para defender depois.