Cinco amigas e suas mentes criativas
High Five Stories
Finn segurou a mão dela durante as quatro horas da bem sucedida operação. A segurou quando, umas horas depois, puderam entrar para ver o pai dela no pequeno quarto do hospital. Ainda a segurava quando voltaram para jantar na casa dos Hummel-Hudson e só as soltou durante o tempo em que Amy e Rachel montaram um quebra-cabeça. Manteve suas mãos unidas toda aquela noite, quando ambos voltaram para o hospital para cuidar de Hiram e as enfermeiras começaram a especular se estavam ou não casados. Segurou a mão dela quando encontrou com Sam Evans no posto de gasolina e ele perguntou a Finn se Amy era filha dos dois. Finn respondeu que sim sem titubear e Rachel lhe devolveu o aperto tão forte que quase quebra os dedos dela no meio.
Soltou suas mãos um par de horas, que foi o que lhe custou armar uma festa de aniversário surpresa para ela, em conjunto com Amy, Carole, Kurt e Blaine. Voltou a segurar a mão dela quando, ao descer do carro essa noite depois de ter passado o dia no hospital, ordenou a ela que tampasse os olhos até chegar dentro de casa. Rachel se soltou dele só porque segurar a mão já não era suficiente. Afundou a boca dele em um beijo na frente de todos, com Kurt e uma recém chegada Mercedes fazendo barulhos incomodados e com os olhos de Amy cravados em seus rostos.
- "Esse é pra você, porque agora é minha melhor amiga de vinte e oito anos." – lhe disse Amy, uma vez que acordou de seu assombro ao ver os dois se beijar, lhe entregando um colorido desenho.
Rachel teve que conter o choro quando o viu: a menina havia desenhado Finn em um traje de prÃncipe muito peculiar e havia se retradado como uma espécie de fada que voava sobre eles. Rachel se encontrava ao lado de Finn com seu vestido e maquiagem da Elphaba e Amy havia gravado um 'Te quero' com sua torpe letra infantil.
- "É lindo, Amy. Venha aqui." – lhe ordenou, a abraçando muito forte.
- "Eu não tive tempo de te comprar nada." – se lamentou Finn, claramente apenado.
- "Já me deu presentes suficientes para vários aniversários." – murmurou ela, segurando a mão dele novamente, para guiá-lo até a sala, aonde toda sua famÃlia esperava.
-oo-
Hiram recebeu alta duas noites antes do Natal e Kurt considerou que não fazer uma festa era um delito (ainda quando os Berrys não celebravam o Natal em sÃ). Durante esses dois dias todos estiveram presentes, inclusive os pais de Blaine que nem sequer haviam terminado de sentar, cortando papeis, colocando adornos e preparando aperitivos. Finn e Amy estavam ficando com os Berrys, para que Blaine e sua famÃlia estivessem mais cômodos e Amy já havia encontrado em Leroy e Hiram outro par de avôs que a consentia.
Mesmo que Rachel desfrutasse das festas, as reuniões e sua famÃlia, sentia falta de passar tempo a sós com Finn e eram poucos os momentos que conseguiam roubar-se, se escondendo de Amy e das garras do planejador Kurt. Então na véspera de Natal, quando todos foram dormir, com os estômagos cheios da tÃpica comida dessas festividades, Rachel deslizou de sua cama (que compartilhava com Amy) até o pequeno sofá-cama em que Finn estava dormindo. Tampou os lábios dele com uma mão, para que ele não gritasse, enquanto entrava embaixo da coberta.
- "Olá!" – murmurou Finn quando reconheceu o pequeno corpo que se acomodava ao dele.
- "Finalmente consigo ter um momento com você." – disse ela, se apoiando em seu próprio cotovelo para lhe dar um úmido e doce beijo. Finn devolveu, tratando de expressar dessa forma, o tanto que havia sentido falta dela. Estava começando a se meter realmente no beijo quando Rachel se separou.
- "Por mais excitante que seja fazer isso no sofá dos meus pais, com eles e sua filha dormindo no andar de cima, essa noite não acontecerá."
- "É você a que vem as duas da manhã, até o meu sofá-cama e me dispara com toda sua sensualidade." – se queixou ele, tratando de beijá-la novamente.
- "Acha que eu sou sensual?" – lhe perguntou, com tom brincalhão na voz que fez com que Finn tivesse que colocar todo seu empenho em não se deixar levar por aquele ardor que o invadia da cintura para baixo.
Não respondeu com palavras, mas preferiu voltar a beijá-la e esperar que aquilo que estava preparando ali debaixo respondesse sua pergunta. Quando sentiu os lábios de Rachel se curvar em um sorriso contra os seus, se virou para ficar por cima dela e começou a beijar a zona do pulso, sentindo suas pequenas mãos lhe acariciando a parte de baixo de seu abdômen. Finn se separou, para deitar a seu lado, sentindo como Rachel lhe dava um olhar assassino.
- "Por mais excitante que seja fazer isso no sofá dos seus pais, com eles e minha filha dormindo no andar de cima, essa noite não acontecerá. Tenho medo que entre o Papai Noel pela chaminé e nos encontre brincando com os presentes antes da hora." – brincou, a rodeando com um braço para atraÃ-la para ele.
- "Boa metáfora, Hudson." – murmurou ela, ainda ofendida.
- "Hey, as metáforas são importantes! Não acha?" – agregou ele, conseguindo com que Rachel se esquecesse de sua raiva e se aproximasse mais, enterrando seu rosto no pescoço do rapaz.
- "Como acha... como acha que serão nossos filhos? Já pensou nisso alguma vez?" – perguntou para ele, depois de um bom tempo sem falar.
- "Estive pensando nisso desde aquele dia em que te prometi que iam ser judeus. Mesmo que, pensando melhor, acho que Kurt fará o impossÃvel para que celebremos o Natal." – respondeu, ganhando uma pequena mordida da parte de Rachel.
- "Isso até que descobrir que no Hanukkah celebramos oito noites. Não vai poder resistir. E, de todas as formas, o que tem a ver Kurt com tudo isso?" – disse ela, voltando a se ofender.
- "Nada. Era só uma brincadeira." – se defendeu ele. "O que trato de te falar é que não importa como serão, serão nossos. De nós dois. Serão produto da combinação do amor que nós temos e da incrÃvel forma que fazemos. Não pode sair mal." – lhe explicou.
- "Espero... espero que sejam amáveis como você. E que tenham seu sorriso. E seu nariz." – murmurou Rachel, passando seu dedo indicador pelo rosto de Finn.
- "Espero que tenham seu talento e sua paixão. E seus olhos. Seus olhos são lindos." – agregou ele, se virando um pouco para olhar para ela, sob a luz da lua.
- "E quero ter mais de um, pelo menos um de cada, porque sei quão horrÃvel é ser filha única e não quero que Amy passe por isso. Ter uma menina seria genial, porque seriam muito amigas e conversariam entre elas, me ocultando tudo e eu ensinaria ela a se vestir e maquiar. E poderÃamos ter um garotão, ou vários, assim você ensina eles a jogar futebol e a fazer coisas de homens e..." – Rachel não pode finalizar, porque Finn afundou a boca dela com um beijo, enquanto escutou todos os planos que ela tinha para eles. Para ele, para sua filha e sua famÃlia.
Esqueceu por um momento que era véspera de Natal, que não estavam sozinhos, que o sofá fazia barulho e se concentrou com todas suas forças em fazer ela saber o quanto o amava.
- "Não tem nada, nada no mundo melhor do que saber que você me escolheu para essa tarefa. Para ser o pai dos seus filhos." – lhe disse, com a voz carregada de emoção, enquanto teve a força para se desgrudar dela por uns segundos.
- "Eu acho que, depois de tudo, nós conseguimos." – ela respondeu, voltando a beijar ele.
Ambos pensaram, antes de dormir, que se amar já não era suficiente. Que deveriam inventar um novo tipo de palavra para aquilo que acontecia entre eles.
-oo-
- "Papai, quero abrir os presentes! Acorda, acorda, ACORDA!" – gritou Amy, pulando sobre os adormecidos corpos de Finn e Rachel, conseguindo que ele soltasse um gemido.
- "Tem uma jaula, para te colocar, no meio de todos esses presentes?" - brincou Finn, enquanto Rachel se mexia um pouco na cama, sem acordar.
- "Hiram e Leroy disseram que não podemos abrir até que vocês acordem e quero fazer agora, então vamos!" – ordenou a ele, colocando as mãos na cintura. Finn olhou para ela confuso.
- "Desde quando se comporta assim?" – perguntou, a recriminando.
- "Perdão!" – murmurou a menina, se aproximando para lhe dar um beijo na bochecha.
- "Assim está melhor. Você prepara as coisas, que Rachel e eu vamos em um segundo." – lhe ordenou, dando um tapinha no traseiro dela de forma amigável.
- "É igual a você. Com um beijo arruma tudo." – disse Rachel, com voz sonolenta, desde as profundezas da coberta.
- "É persuasiva igual a mim, então se não se levantar em trinta segundos, virá correndo para nos arrastar ou nos ameaçar com uma faca." – lhe explicou, recebendo como resposta uma almofada na cara.
Finn usou sua força para segurar Rachel pela cintura, a carregando no ombro, até a sala de estar, aonde o resto da famÃlia esperava.
- "Disse que conseguiria!" – disse Amy dando os ombros, com uma careta que demonstrava sua clara auto satisfação.
- "Bom dia a todos e Feliz Natal!" – disse Finn, recebendo a xÃcara de chocolate quente que Leroy lhe entregava e se sentando em um dos sofás. Rachel o imitou e se sentou ao lado dele, deixando que ele a abraçasse.
- "Muito bem Amy, traga aquele presente que é para você e seu pai." – lhe indicou Hiram, apontando uma caixa envolta em um papel brilhante.
- "Uau! Hiram, isso é demais!" – disse Finn olhando com assombro a câmera de vÃdeo que os Berrys havia lhe dado.
- "Não há de que. Nós sabemos quão uteis são elas, quando se tem uma filha linda e talentosa como a sua." – disse Leroy.
Amy deu um beijo em cada um na bochecha e repartiu seus presentes, que consistia em biscoitos que ela e Kurt haviam preparado.
- "Esse é de Amy e meu para você." – disse Finn, entregando para Rachel um envoltório prateado.
Ela deixou o suéter que seus pais haviam lhe dado para abrir o presente. Se deparou com os rostos dos três, sorrindo alegremente sobre o fundo de um brilhante castelo inflável. O porta retrato de prata em que Finn havia colocado a foto estava cheio de umas pequenas estrelas douradas. Rachel lhe deu um beijo, em forma de agradecimento e Amy soltou um risinho.
- "Faça de novo!" – pediu, enquanto aplaudia entusiasmada. Finn sorriu, piscando um olho para Rachel, antes de voltar a beijar. "De novo, de novo!"
- "Mas se ainda te falta abrir meu presente!" – disse Finn, entregando para Amy uma pequena caixinha vermelha. A menina abriu com cuidado, tirando o pequeno pingente prateado de dentro.
- "É outro pinguim para a minha pulseira!" – gritou, aproximando de seu pai para que ele colocasse o pingente.
- "Vê o que tem ali?" – perguntou ele, apontando para o pingente.
- "É... uma estrela dourada. É Rachel!" – respondeu Amy, tão entusiasmada que era quase impossÃvel para Finn colocar a pulseira de volta.
Rachel não disse nada: ficou por um tempo olhando os três pinguins que estavam no pulso de Amy, penando em que momento havia acontecido tudo isso.
Quando sentiu a mão de Finn segurar a sua, pela milionésima vez nesses dias, fez uma nota mental de memorizar todas as festividades judias, católicas e budistas do mundo. Se todas iam ser como essa, por que se limitar a apenas uma crença? Seguramente Kurt encontraria um tema para cada festa.