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–Hey, Finn!- Arthur gritou, para que o rapaz mais alto parasse nas escadarias que davam acesso à universidade. – Você fez o trabalho de História?

– Sim, fiz. – Finn respondeu. – E você, por onde andou no final-de-semana?

– Anh... andei fazendo umas coisas aí... uns lances... você pode me emprestar seu trabalho?

– Hum, tá. Mas ó, não copia tudo igual, hein?- pediu Finn.

–Pode deixar. - Arthur disse, sorrindo.

{...}

–Finn? – Kurt estalou os dedos perto dos olhos do irmão, para que ele despertasse dos seus pensamentos.

Finn piscou várias vezes, pois estava mesmo submerso em seus pensamentos. Desde que Rachel tinha lhe dito que contratara Arthur como seu agente, lembranças de seu ex-colega de faculdade eram recorrentes. Arthur tinha sido parte considerável da vida dele até certo tempo atrás, e isso o preocupava.

Finn se sentia mudado graças à Music House, ao trabalho, ao ambiente e às pessoas que havia encontrado lá. Claro, ele também não podia deixar de citar Rachel. Aquela garota era uma força da natureza, ela o instigava, colocava de pé, o fazia ir além. E era por ela que ele estava disposto a fazer algo mais por si e pelos outros, pela primeira vez em muito tempo.

Finn a observava estirada ao sol sob uma manta na grama do Central Park. Era domingo de manhã e eles, mais Kurt e Blaine, decidiram fazer um piquenique. Ela o pegou olhando-a com atenção e fez um sinal com os dedos de que se aconchegasse a ela:

– Você tá tão calado... – ela comentou, fazendo cafuné em seu cabelo.

–Estava só te olhando... percebendo o quanto você é bonita. – ele sorriu.

Rachel beijou o topo da cabeça dele:

– Finn, você tá estranho. O que foi?

Ele suspirou. Aquela garota era fogo!

– Não é nada de mais. Só coisas aleatórias...

Rachel aproximou o rosto do dele e o beijou na bochecha. Sentir os lábios contra a sua pele era tão bom... o contato dos seus corpos era bom, maravilhoso. Num simples beijo no rosto, ele sentia que toda ela estava entregue àquele ato com amor.

– Pombinhos, vamos comer! – gritou Blaine mais ao longe, abrindo uma cesta com várias coisas gostosas: sanduíches, geleias, torradas, bolo de chocolate, suco, chocolate quente, biscoitos e salgadinhos.

Durante um bom tempo eles comeram, conversaram, riram, brincaram.

Depois, Finn e Rachel, Blaine e Kurt, cada par foi para um lado, caminhar e namorar sossegados.

O rapaz e a garota se sentaram embaixo de uma árvore frondosa, abraçados. Finn apoiava o queixo na cabeça dela, aspirando o cheiro bom que ela emanava, enquanto Rachel acariciava os pelos de seu braço. Ficaram naquela paz até ela quebrar o silêncio:

– Eu tenho medo, sabia?

– De quê? – Finn indagou, enquanto ela se virava para encará-lo.

– E se eu não conseguir entrar pra Broadway? E se meus sonhos naufragarem? E se...

– Hey, Rachel! Não diga mais isso, ouviu? Nunca mais! – Finn a advertiu. – Você tá proibida de se pôr pra baixo.

–Finn, eu... nunca pensei que você faria tanta diferença na minha vida.- ela confessou, um pouco tímida, baixando os olhos. – Sabe, eu me achava muito autossuficiente, que não precisa de ninguém para ser feliz. Mas eu estava enganada. Você surgiu do nada, me deu uma péssima impressão de início, mas... eu nem sei o que faria sem você hoje em dia.

Finn trouxe o rosto dela delicadamente para junto do seu e foi beijando-o de leve. Beijou os olhos da garota, as bochechas, o maxilar, o pescoço, e finalmente, a boca. O contato tornou-se incendiário quando as línguas se uniram e começaram um duelo não de quem sairia vencedor, mas sim, de quem proporcionaria mais prazer ao outro. Rachel segurava a gola da blusa de Finn com firmeza, enquanto as mãos dele apertavam suas costelas. O beijo durou segundos intensos, mágicos, até eles se desgrudarem para recobrarem o ar e os sentidos.

– Eu amo você.- ele disse mirando profundamente seus olhos. Havia algo tão denso na voz e no olhar dele que Rachel só assentiu de mansinho, enquanto voltava a abraçá-lo.

{...}

–É ótimo que ele venha, Rachel!- exclamou Will.

– Então, você não fica chateado de o meu agente ver uma apresentação minha aqui no auditório?- indagou ela.

Will, que estava sentado em sua cadeira no seu escritório na Music House, levantou-se e foi segurar as mãos de Rachel, encarando-a:

– Rachel, eu sei o quão você é talentosa e o quanto batalhou por isso. Este é seu sonho, e você passou anos de sua juventude trabalhando duro para que isso aconteça. Eu não vou te impedir de batalhar pelo o que você quer nem te prender aqui.

Rachel tinha lágrimas nos olhos. Estava tão ansiosa!

– Eu sempre quis a Broadway, Will! Com este agente me acenando com um monte de possibilidades, eu acho que realmente posso conseguir algo grande!

Will sorriu paternalmente e disse:

–Vai conseguir, querida.

{...}

Mercedes e Tina não conseguiram esconder os sorrisinhos cúmplices e as abanadinhas de leve quando o rapaz alto, bonito, de cabelos castanhos lisos e curtos passou por elas e perguntou aonde ficava o auditório.

– Reparou nos olhos castanhos-esverdeados dele?- Tina cochichou para a amiga, ambas querendo saber de onde aquele homem tão interessante tinha saído.

Rachel estava acabando de se arrumar nos bastidores, retocando o rímel e conferindo se a pele estava em um tom uniforme.

– Você tá linda. Boa sorte. – alguém disse atrás dela.

Era Marley, que parecia estar meio melancólica, apesar de esboçar um sorriso para Rachel:

– Obrigada, Marley. – Rachel respondeu polidamente. – Você... ahn... tá tudo bem?

–Sim, sim! – a garota de olhos azuis se apressou em responder. – Você vai arrasar, Rachel.

Finn estava conferindo a luz no palco para a apresentação de Rachel quando sentiu uma mão puxar levemente a manga de sua jaqueta. Ao virar-se, ele se deparou com Arthur sorrindo para ele daquela mesma forma como se lembrava Finn: confiante, como se o mundo estivesse sempre aos seus pés.

– Eu tô tendo uma ilusão de ótica? É você mesmo, Hudson?

Finn lambeu o lábio inferior:

– Sim, parece que sim. – ele tentou ser irônico e indiferente.

–Ouvi várias coisas a seu respeito. Que tinha sido preso... e aí, quando menos espero, te reencontro aqui, numa escola de música!

Finn suspirou:

–Olha, cara, eu preciso ir falar com a minha namorada, depois a gente se fala.

– Namorada, huh? Quem é? Já vi umas professoras bem gatas aqui.

–A Rachel Berry. Sua agenciada.

– Bela escolha.- Arthur deu um sorrisinho oblíquo. – Eu gostaria de... de pôr as conversas em dia, Finn.

– Não há mais nada pra gente conversar, ok?

– Nervoso? Sério, você tá nervoso comigo? Cara, já passou, estamos noutra página...

– Olha aqui, Arthur: eu te conheço. Qualquer gracinha com a Rachel, e você vai ver que eu posso voltar rapidamente para algumas páginas anteriores que você já leu e conhece muito bem do que falam, entendeu?- Finn disse, ríspido, com os dentes trincados, tão baixo que só Arthur pôde ouvir.

– Ok, cara. OK. – foi tudo o que Arthur respondeu, sua expressão totalmente enigmática diante da ameaça de Finn.

 

 

 

 

 

Cap. 10: "Tensões & Expectativas"

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