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Finn nunca se sentira tão nervoso pra falar com sua mãe na vida. Mesmo que por telefone, ele estava quase tendo um ataque cardíaco a cada toque. Não fazia a mínima ideia da reação de Carole Hudson - agora Hummel - quando ele contasse que havia descoberto que tinha uma filha.

Não havia contado pra ela ainda, mesmo depois de algum tempo. Sabia que Carole ia querer, de qualquer jeito, fazer parte da vida da neta, e ele não tinha certeza se queria ou se ia se dar bem com Rachel. Mas felizmente, aquela primeira visita, a qual ele tinha acabado de voltar, tinha provado que ele queria, sim, ser pai de Zoey e que tinha se dado muito bem com Rachel.

"Ora, ora, o quarterback dos Giants lembrou que tem mãe." Carole disse, sarcástica, ao atender o celular.

"Ora, ora, achei que a senhora estivesse com saudade do seu filho." Finn disse, sabendo que nem mesmo se ele ligasse várias vezes por dia pra sua mãe, nunca seria suficiente pra ela. O que ele não sabia, era porque estava brincando numa hora daquelas, sendo que estava tenso pra caramba.

"Eu estou, querido." Ela afirmou. "Só achei que agora que está de férias, ia dar mais atenção à sua família, passar uns dias aqui... Ou você finalmente arrumou uma namorada e está com medo de me apresentar? Sem problemas, você pode trazer ela pra cá... Se ela te faz feliz-"

"O que? Não, não. Eu não arrumei uma namorada, ok?" O quarterback afirmou, interrompendo a mãe. Um dos sonhos de Carole era ver Finn em um relacionamento sério. Ele não tinha um desde o ensino médio, que acabou mal, porque a garota o traiu com um dos seus colegas de time. Talvez seja por aquele motivo que ele tinha um problema com relacionamentos sérios que não o deixava dormir. "E o motivo de eu não ir pra Lima é que eu tive que resolver umas coisas que tem me deixado muito ocupado. Enfim... eu te liguei porque preciso te contar uma coisa importante, mãe." Completou, deixando a mulher tensa.

"Amor, você está doente? Eu juro que mato o Puck se ele está te sobrecarregando com esses milhões de campanhas publicitárias." Ela disse, irritada.

"Não, não tem nada haver com o Puck." Afirmou ele. "Bom, eu não sei como te dar uma notícias dessas, então eu vou dizer logo... Eu descobri que tenho uma filha." Disse, sem mais delongas. Ele não sabia nem ao menos o que esperar. Não sabia se Carole iria surtar ou se ia levar a notícia na boa. Mas ele levava fé na primeira opção.

Finn só não esperava o silêncio mortal do outro lado da linha.

"Mãe? A senhora tá aí?" Ele perguntou, quando o silêncio já durava pelo menos uns dois minutos.

"Finn, eu te aconselhei tanto... Te disse como essas mulheres só vão fingir estar interessadas por causa do seu dinheiro... e acima de tudo, eu te disse pra usar camisinha e não sair com tanta mulheres." Carole disse, após sair de seu estado de choque. Não estava dando um sermão, estava apenas decepcionada.

Finn conhecia bem aquele tom, o mesmo tom de voz que ela usara após ele brigar com Kurt anos atrás.

"Mãe, escuta... não é bem isso que você pensa, ok? Eu não deixei de usar camisinha com ninguém..." Então ele explicou tudo que havia acontecido desde o momento que ele recebera a notícia no vestiário há dois meses.

Ela ficou um tanto chocada com o fato de saber que o filho congelou o esperma, pois era descrente que acharia a pessoa certa um dia. Era o sonho dela vê-lo casar um dia, casar com uma mulher que merecia todo o amor que ele estava disposto a dar.

Finn Hudson poderia ser o badboy de Nova York, mas era um filhinho da mamãe por dentro. Passava o ano inteiro achando brechas pra voltar pra Ohio e ser mimado por Carole.

Ela aprovou, e muito, a decisão do filho de fazer parte da vida do bebê, mesmo que o erro da clínica não tivesse sido sua culpa. Pegou-se ansiosa pra conhecer a neta e, antes de desligar, prometeu que quando Kurt voltasse de Londres dali à alguns dias, iria correndo pra Big Apple conhecer a menina que fazia seu filho ficar com voz de apaixonado.

 

~x~

 

"Rach, eu não julgo o que você fez. A Zoey merece, sim, uma convivência pacífica entre os pais, mas acho que está sendo mole demais com ele." Quinn disse, sentada na bancada da cozinha de Rachel. A morena preparava algo pra elas comerem naquela noite de sexta-feira.

"Como assim, Q?" Ela perguntou, sem tirar a atenção do que estava preparando no fogão.

"Ele quis fazer parte de vida da Zoey, não quis? Então... ele tem que se empenhar nisso tanto quanto você. Trocar fraudas, dar mamadeiras e esse monte de coisa que bebês precisam... Mas o meu ponto é: você nem queria ele como pai dela. Ele apenas é um cara que se acha por ser um galã do futebol americano, que vai tomar a guarda da sua filha assim que ele puder. Você não devia ser legal com ele." Explicou a loira, gesticulando com as mãos.

"Ele não vai tomar a Zoey de mim, ele disse isso. E Q, ele cresceu sem pai, não quer que isso também aconteça com a filha dele. Achei isso muito nobre da parte dele." Rachel afirmou. "Além do mais, ele não é tudo que dizem dele por aí. Achei ele até um cara bem legal, e estou tentando retribuir isso por causa da pensão milionária que ele tem que dar." Completou, tirando a panela do fogo e dividindo a macarronada em dois pratos.

"Sabia que não devia ter dado seu telefone pra ele. O Finn fez sua cabeça, Rach." A loira disse, recebendo um dos pratos. A morena apenas revirou os olhos. "Ele ganha uns 6 milhões por mês, amiga. Três deles são só de patrocínio!"

"Tudo bem, Quinn, mas eu não quero arrancar dinheiro dele. Se ele ganha isso tudo é porque batalhou pra isso. Zoey não está passando necessidade, nem nada, e eu estaria muito bem criando ela sozinha." Rachel disse. "Desde quando se importa tanto com dinheiro, hein? Você não era assim." Falou, sentando-se na bancada de frente pra amiga.

"Desculpa, Rach. Só estou irritada... acho que naqueles dias." Quinn afirmou, forçando um sorriso pouco convincente. "Okay, eu não consigo mentir pra você. Só estou chateada porque até a Santana vai se casar e eu estou aqui, sozinha." Lamentou. "Você acredita que o desgraçado do noivo dela deu encima de mim? Pelo telefone ainda..."

"Sem chance. O Puck deu encima de você?" Perguntou Rachel, se acabando de rir.

"Pois é, confesso que até acho ele gato, mas eu nunca ficaria com um homem comprometido. Posso até ser um pouco vida louca e ter namorado um hippie, mas homem comprometido não." A loira respondeu.

"Por que não fala com o Finn e vê se ele tem algum amigo? Segundo meu pai, nunca teve tantos jogadores bonitos na NFL quanto tem esse ano." A morena afirmou, rindo ao ver a cara maliciosa que a amiga fez.

"Gostei da ideia. Você pode falar com ele pra mim?" Perguntou. "Vai ser estranho se eu ligar pra ele e dizer isso."

"Também vai ser estranho eu pedir pra ele arrumar um homem pra minha melhor amiga." Rachel disse, arqueando as sobrancelhas.

"Por favor, Rach. Vocês são amiguinhos agora." Pediu Quinn, fazendo bico.

"Nós não somos amiguinhos. Só nos demos bem..." A morena disse, dizendo algo óbvio. "Mas eu peço, ok?" Afirmou.

"Quando ele vai vir de novo?" Perguntou a loira.

"Amanhã. Eu estava pensando e... acho que vou ensinar ele à trocar fraudas." Respondeu. "Se meus pais aprenderam, ele também pode." Completou, rindo.

"Oh meu Deus, isso tem que sair nos tabloides." Quinn brincou, estendendo as mãos no ar. "Quarterback dos Giants troca fraudas em Manhattan." Disse, com voz de jornalista fazendo o morena rir.

Pior que Rachel nem ao menos imaginava o quão difícil seria ensinar o homem, que fazia touchdowns tão facilmente, trocar um simples frauda.

Capítulo 5

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