Cinco amigas e suas mentes criativas
High Five Stories
Desistir. Uma palavra forte, decisiva. Desistir significa parar de tentar; parar de tentar chegar em algum lugar; parar de tentar encontrar uma pessoa ou conseguir uma. Era isso que eu estava fazendo. Desistindo.
Essa história que eu inventei de "mulher perfeita" só acabou me fazendo me afastar mais de Finn. Admito, prefiro quando éramos apenas amigos, sem eu me apaixonando perdidamente por ele. O pior, essa ideia veio da minha mente. Da minha mente idiota e burra. Não quero mais isso; no fundo, parece que eu sei que não vai funcionar. Que não vai prestar.
E cá estou eu, na porta do apartamento de Kurt, ouvindo ele gargalhar alto com Santana. Fico feliz por eles. Quando éramos mais novos, eles não se davam bem. Agora vejo, que todo meu trabalho neles valeu a pena. Não sabem mais viver um sem o outro. Eu, Kurt, Santana e Finn não sabemos viver um sem o outro. Somos como uma...família. Se um está triste ou em problemas, os outros três também se sentem assim. Isso, eu nunca quero perder.
–Ok, eu briguei com o Finn.-Disse, entrando no apartamento de uma vez. Santana e Kurt jogavam um jogo de tabuleiro qualquer, e pararam, me encarando com um olhar de decepção.
–Rach, Rach...o que você você fez?-Kurt disse, cruzando os braços. Me sentei no chão, ao lado dele e de Santana.
–Pra começar, ele reclamou sobre minha roupa. Disse que não era algo que eu uso. Eu avisei não é? Continuando...dançamos, e eu disse que iria ao banheiro. Acabei conhecendo um novo cara, e ele me chamou pra dançar. Finn apareceu, dizendo que eu deveria estar ajudando ele, e não arranjando alguém para mim. Soltei o verbo, dizendo que nunca saio de casa, e que talvez eu também queira conhecer novas pessoas. E aí, Finn disse que já amou alguém, mas não foi compreendido! Quem é essa pessoa, afinal?-Perguntei, encarando Kurt. Ele deu de ombros, sem saber a resposta.
–Ele pegou pesado, Berry. Foi egoísmo da parte dele dizer que você deveria estar ajudando ele, invés de cuidar da sua vida pessoal. Quando ele chegar...-Santana disse, estralando os dedos.
–Quando ele chegar nós estaremos em casa, dormindo feito anjinhos.-Eu disse, empurrando Santana de leve, fazendo ela rolar os olhos.
–Mais alguma coisa, Rach?-Kurt perguntou, ansioso.
–Ele saiu, porque eu disse que não iria ajudar ele a encontrar a "mulher perfeita". Voltei a dançar com aquele homem, o Blaine, e descobri que ele é gay, e por sinal, perguntou se eu podia apresentá-lo a você, Kurt.-Disse, e vi os olhos de Kurt brilhando. Gays.
–Como ele sabe quem eu sou? Como ele sabe que você é minha amiga? Você vai apresentar ele pra mim, não vai?-Kurt perguntou, eufórico.
–Nem tenho o telefone dele, Kurt! Continuando a história, saí procurando Finn, e o encontrei aos beijos com uma vadia qualquer. Ele veio me pedindo desculpa, mas eu virei a cara e fui embora. Cansei disso, cansei dele. Eu ainda o amo, mas cansei desse plano estúpido.-Falei, me deitando no chão.
–O plano é estúpido porque é teu. Se fosse meu...-Santana disse, deitando-se ao meu lado. Coloquei um dedo sobre minha boca, mandando ela ficar quieta. Não queria saber mais de planos. Por enquanto.
–Entrei em depressão. Você acabou com minha vida, Rachel Berry. Blaine podia ter sido o homem da minha vida. E você estragou tudo.-Kurt disse, se encolhendo no sofá, chorando e soluçando.
Encarei Santana, e me levantei junto com ela. Tentei confortar Kurt, mas ele afastou minha mão dele, e chorou mais alto ainda. Vai entender. Amanhã está todo amoroso comigo.
–O que acha de ir para o nosso lindo e perfeito apartamento?-Santana perguntou, já pegando sua bolsa.
–Ótima ideia, Santy. Ótima ideia.-Disse, fechando a porta, sem ao menos dar tchau para Kurt.
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–MERDA!-Santana gritou, e corri até ela. Parei na frente de nosso apartamento, perplexa.
–NÃO!-Gritei, encarando nosso "apartamento", se eu podia chamá-lo daquilo. As paredes estavam pretas, e alguns móveis virados. Um cheiro de queimado rondava o lugar. Corri até o banheiro, da onde o cheiro parecia vir.
–Achou alguma coisa?-Santana perguntou, ainda fora do apartamento.
–FOI O SEU SECADOR, SANTANA!-Gritei, mais do que furiosa. Como aquela coisa tinha feito um estrago tão feio?
–Ops.-Ela disse, entrando também no banheiro. Lhe dei um olhar assassino, correndo até meu quarto. Ele estava acabado. Simplesmente acabado. Assim como o de Santana. O único lugar que estava intacto era a cozinha.
–Aonde a gente vai dormir agora?-Perguntei, saindo do apartamento novamente.
–Aonde você acha, Berry?-Santana disse, colocando as mãos na cintura. Não, se era aonde ela estava falando, eu não ia.
–Lá não...não com ele.-Eu disse, cruzando os braços.
Ela simplesmente puxou meu braço, fechando a porta do apartamento. Eu não queria dormir no apartamento de Kurt e Finn. Eu teria que conversar com Finn, e hoje, eu não quero isso. Maldito secador. Acabou com a minha vida. E com meu apartamento.
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Kurt bufou, nos dando passagem para entrar. Ele ainda tinha os olhos inchados, devido ao choro intenso. Fiquei com dó dele. Mas a culpa não era minha. Eu não iria pegar o número do celular daquele cara. Estava muito brava para fazer essa bondade.
–Amanhã eu ligo pra alguém e dou um jeito no nosso apartamento.-Eu disse, sorrindo para Kurt, que continuava sério.
–Dá um jeito mesmo.-Ele disse, jogando uma coberta e um travesseiro sobre o sofá. Na casa deles, só havia um sofá. Portanto, ou eu ou Santana iríamos dormir ali.
–Eu durmo no sofá.-Falei, pois sabia que se dormisse com Kurt, seria capaz de acabar sem cabelo no dia seguinte. Ou nem acordaria, na verdade. Ele me olhava com um olhar diabólico.
–Chata.-Santana disse, andando até o quarto de Kurt, seguida por ele. Me aconcheguei no sofá, puxando a coberta. Ainda estava com aquele vestido horrível, e não aguentava mais ele. Tirei ele, ficando apenas de lingerie. Agora sim estava melhor.
–R-rach?-Ouvi alguém me chamando, e me cobri mais ainda, vendo aquele homem parado na porta do apartamento.
–Não me enche.-Disse, cobrindo minha cabeça com o cobertor.
Finn sentou-se na ponta do sofá, puxando um pouco o cobertor, me fazendo encarar aqueles olhos lindos que me hipnotizam tanto. Ainda tinha uma cara fechada para ele, sem dar muita moral. Mas eu sabia que isso mudaria daqui alguns segundos.
–Me desculpe pequena. Eu só queria sua ajuda. Eu quero achar alguém que você considere boa para mim. Quero a sua aprovação. -Ele disse, tocando meu rosto com delicadeza.
E eu quero você.-Na minha cabeça, essas palavras teriam saído da minha boca. Mas como já disse, a realidade é bem diferente.
–Fica aqui comigo?-Foi isso que eu disse, recebendo um sorriso acolhedor de Finn. Expliquei pra ele sobre o apartamento, o fazendo rir alto. Finn deitou-se ao meu lado. Foi aí que lembrei de algo, e simplesmente o empurrei do sofá, fazendo-o cair do chão.
–O que foi isso?-Finn perguntou, levantando-se do chão.
–E-eu tirei o vestido. Ele estava me apertando.-Disse, me cobrindo cada vez mais.
Finn riu, correndo até seu quarto, me trazendo uma de suas camisetas. Ele se virou, e vesti rapidamente. Ele deitou-se novamente do meu lado, me abraçando forte. Talvez, não esteja na hora de desistir. Talvez, esteja na hora de tentar algo diferente. Mas de uma coisa eu tinha certeza: Finn Hudson seria meu, algum dia.