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"Eu não sei o que fazer." Finn disse passando as mãos nos cabelos nervosamente, bagunçando-os. Ele havia acabado desabado no sofá de seu apartamento após andar um lado pro outro por pelo menos meia hora. Puck apenas o observava, sentado em uma das poltronas.

Finn estava nervoso. Sua conversa com Rachel não havia sido tão amigável quanto ele talvez tivesse imaginado.

Na verdade, não havia sequer imaginado muita coisa e, também, não havia falado muito, tendo o melhor amigo e empresário pra falar por ele. Tudo ali havia passado tão rápido. Até ontem de manhã, ele era o quarterback dos Giants, com quase 30 anos nas costas, solteiro e, não só com fama, mas pegador de fato. Agora, ele era tudo isso mais suposto pai de uma criança por causa de um erro de uma clínica incompetente.

"Dude, não surta ainda." Disse Puck, tentando acalmá-lo. O que foi totalmente em vão, porque era impossível ficar calmo. Provavelmente, ele teria que assumir uma grande responsabilidade pelos próximos 21 anos. "Sua advogada vai entrar com o pedido do exame de DNA e vamos saber se essa bebê é realmente sua filha ou não." Completou, se levantando.

"E quando o resultado desse exame deve sair?" Finn perguntou, encarando o melhor amigo.

"Eu não sei, mas deve demorar algum tempo. Há grandes chances de você ser pai dessa criança, mas também há chances de não ser.... mesmo que pequenas." Afirmou Puck.

"E se eu for o pai? Eu não sei o que fazer." O quarterback do Big Blue disse. "Eu simplesmente não conseguiria seguir com a minha vida e esquecer isso como essa tal de Rachel quer que eu faça. Mas... eu não sei se quero ou se estou pronto pra ser pai." Completou, voltando com as mãos ao rosto. "Deus, minha mãe vai me matar..." Disse, parecendo um garotinho assustado.

Carole ainda vivia em Lima, no interior de Ohio, mesmo com o filho podendo tirá-la daquele projeto de cidade a hora que quisesse. Ela e Burt viviam extremamente felizes após quase 15 anos de casamento cuidando da fazenda, que antes era só pra passar os feriados, mas virara residência fixa dos dois, assim que Finn foi pra Columbus e Kurt - filho de Burt - foi estudar moda em Londres.

"Quando o resultado sair, então você pode surtar." Puck afirmou, se aproximando. "O importante agora é não deixar a mídia saber disso." Completou, deixando a posição de amigo e voltando à de empresário. O homem de moicano bateu amigavelmente no ombro de Finn e saiu do apartamento, o deixando enlouquecer com seus pensamentos.

 

~x~

 

Pai era uma palavra que não teve muito significado pra ele por 15 anos. Nunca soube o que era ter um até que sua mãe se casasse novamente. Finn e Burt se deram bem instantaneamente por causa do gosto pelo futebol americano. Foi o dono da única concessionária de Lima que estava lá em todos os jogos durantes os 4 anos do ensino médio.

Christopher, seu pai biológico, foi alguém que ele não tem orgulho nenhum de ser filho. Abandonou sua mãe enquanto grávida e foi encontrado morto por overdose meses depois de Finn nascer. Burt tomou o lugar de pai, após o quarterback resolver os problemas que teve com Kurt assim que ambos foram morar juntos com ele e Carole.

Porém naquele momento, a palavra pai ganhou um significado. E não tinha nada haver com o seu padrasto.

O papel tremia em suas mãos e Finn tentava ao máximo se lembrar como respirava. Aquele mês havia passado como um século, mas agora parecia ter passado como um raio. Puck e Mary Black, sua advogada, o encaravam, esperando qualquer reação.

"Bem... eu acho que agora você pode surtar." Puck disse, não perdendo o ar de brincalhão nem mesmo em uma situação daquelas. Porém, aquilo indicava que ele estava tão nervoso quanto Finn.

"O q-que eu vou fazer?" O quarterback disse, não se sentindo bem o suficiente pra ficar de pé. Ele se sentou no sofá, sentindo-se nauseado.

"Isso é com você, Finn. Você tanto pode querer a guarda da criança, quanto pode deixar isso pra trás." Mary disse, analisando as opções.

"Há chances desse exame de DNA ter sido fraudado? A gente pode pedir um segundo exame." Afirmou Puck.

"Não tem sentido ele ter sido. Rachel não quer Finn como pai da filha dela. Pelo o que vocês me disseram, ela deixou isso bem claro." A advogada respondeu.

"Eu ainda não sei o que fazer. N-Não posso deixar esta história pra trás, ainda mais agora que sei que esse bebê é realmente minha filha. Além disso, não faço a mínima ideia de como ser pai e a Rachel ainda não me quer por perto." Finn disse, enterrando o rosto nas mãos.

"Isso de ser pai é apenas uma questão de insegurança. Provavelmente Rachel teve isso durante toda a gravidez. A diferença é que ela teve nove meses e você terá apenas umas duas semanas até a primeira decisão liminar sair." Disse Mary. "Além disso, não será uma guarda integral e nem ao menos compartilhada. Provavelmente a bebê ainda está sendo amamentada e o que você deve conseguir é a visitação algumas vezes por semana." Explicou.

"Huddy, a questão é: você quer fazer parte da vida desse bebê?" Puck perguntou, encarando o melhor amigo. Ele tinha a feição tensa e pensativa.

Dane-se Rachel e a exigência dela. Dane-se a insegurança dele. Ele era pai e a filha dele podia ser resultado de um erro - que a clínica já estava pagando sendo processada por ambas as partes - mas aquele bebê tinha os genes dele, era metade dele.

"Eu q-quero." Finn afirmou.

"Certeza? Posso entrar em contato com a advogada da Rachel e com o juiz hoje." Mary disse, arqueando as sobrancelhas.

"Certeza." O quarterback disse, agora mais convicto.

 

~x~

 

Rachel igualava o momento de amamentar Zoey à um momento de paz, porém naquela vez, ela estava muito ansiosa. Não só porque estava cheia de problemas, o que incluía Finn por completo, mas também porque Quinn ainda não havia dado notícias.

Além de que a morena tinha planos de começar um novo livro assim que a filha fizesse dois meses, mas com os imprevistos, sua inspiração havia sumido.

A preocupação a consumia. A decisão liminar sairia naquele dia e Quinn prometera ligar pra ela, assim que soubesse do juiz. Ela torcia para que aquilo demorasse, mas aquele tipo de decisão era julgada com prioridade, ou seja, saía o mais rápido possível.

"Rachel?" Uma voz bem conhecida invadiu o quarto branco - rosa era uma cor muito clichê - de Zoey, tirando Rachel de seus pensamentos. Após colocar sua filha pra arrotar e niná-la um pouco, agora ela colocava a pequena no berço.

"Saiu?" Perguntou, encarando a figura de Quinn assentir. A morena suspirou e saiu do quarto, após beijar os cabelos negros de Zoey. "Pode falar. Não tem como adiar isso mesmo, né?" Disse.

"Foi o que eu imaginei. O juiz concedeu as visitas semanais como eu tinha explicado." A loira afirmou. "Este direito pode aumentar ao decorrer do tempo. Isso é só porque ela está sendo amamentada. Mais tarde, ela vai poder passar uns dias com ele, mas talvez apenas quando tiver mais de um ano." Explicou.

"Não podemos recorrer, ou sei lá?" Rachel perguntou.

"Não temos um bom motivo pra isso, vamos ter que aceitar." Quinn disse. "Eu sinto muito, amiga." Falou, saindo da posição de advogada e abraçando a morena fortemente.

Realmente não queria Finn como pai de sua filha. Não queria nenhum homem no seu caminho, por isso havia feito a inseminação artificial. Além disso, não podia estar achando ser mãe solteira mais perfeito.

Rachel só conseguiu massagear suas têmporas, prevendo as dores de cabeça que viriam pela frente.

Capítulo 3

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