High Five Stories

 

I can't fight this feeling any longer

(Eu não consigo mais lutar contra este sentimento)

And yet I'm still afraid to let it flow

(E no entanto, tenho medo de deixá-lo fluir.)

What started out as friendship has grown stronger

(O que começou como uma amizade tornou-se mais forte.)

I only wish I had the strength to let it show

(Eu só queria ter a força para demonstrar isso.)

 

Finn sentia-se morto após aquele dia intenso de treino. O primeiro jogo estava próximo, seria dali a dois dias. Ele não era de reclamar, adorava o que fazia, mas Beiste e Tanaka estavam pegando pesado pra deixar seus jogadores mais que preparados para chegar até o Super Bowl.

 

Assim que se despediu dos amigos de time, o quarterback saiu do vestiário, em direção ao estacionamento. Ainda era fim de tarde, e ele só pensava em chegar em casa e cair na cama. Visitaria Zoey apenas no dia seguinte e lamentava não poder passar a tarde com ela e, consequentemente, com Rachel. Também tinha que treinar.

 

Finn passava distraído pela portaria, cantarolando REO Speedwagon, quando esbarrou em algo.

Ou em alguém.

"Me desculpa, eu estava distraído e..." Ele já se desculpava.

"Não, tudo bem." A pessoa disse, sorrindo levemente. Foi então que o quarterback percebeu que era uma mulher familiar. Era Marley, que ultimamente, passava cada vez mais tempo no campo de treinamento dos Giants - aparentemente, não fazendo nada de importante.

"Você é a Marley. Marley Rose, a filha do Sr. Wilde, certo?" Ele perguntou, tentando confirmar sua tese.

Ela passou as mãos pelo vestido cara que vestia, antes de passar a língua pelos lábios e responder. "Certo. E você é o Finn, o quarterback, certo?"

"Yep, sou eu. Prazer." Ele disse, deixando o sorriso irresistível tomar conta de seu rosto. Nem tão discretamente, fez questão de checá-la. Vestido colado e curto, saltos que a deixavam bem mais alta que já era, olhos azuis, corpo esculpido. Não seria uma má ideia chamá-la pra sair.

"O prazer é todo meu." Disse ela, talvez pensando na mesma coisa.

"Bem, eu tenho que ir, mas..."

"Aham, você pode ficar com o meu número." Ela respondeu antes que ele pudesse perguntar. Pegou a bolsa rosada que carregada e entregou-o um cartão da mesma cor. Aquilo seria obsessão por rosa? Porque o vestido dela também tinha detalhes nesta cor.

"Okay, eu te ligo." Finn disse, dando um piscadela e, uma olhada no cartão, antes de guardá-lo.

"Vou estar esperando." Marley respondeu, mordendo o lábio inferior. Trocaram mais sorrisos e a morena foi pra um lado, enquanto o quarterback foi para o outro, continuando seu caminho até o estacionamento.

Ele só queria entender porque tinha coragem de convidar a filha do seu chefe pra sair, mas não tinha coragem de fazer o mesmo com Rachel.

~x~

Cantava Foo Fighters à todos pulmões, enquanto a barulhada da Big Apple estava do lado de fora do carro. Preso no engarrafamento, Finn se encontrava de bom humor. Não sabia se era porque tinha conseguido um encontro - fato que não era novidade -, ou porque estava finalmente indo para casa. Só sabia que seu sorriso ficou maior quando viu que Rachel o ligava.

Primeiro, ficou preocupado, mas seu humor não o deixava ser pessimista naquele momento.

"Hey, Rach." O quarterback disse, após apertar o botão no volante que correspondia ao de atender chamada no celular.

"Oi, Finn." A voz dela foi ouvida. "Preciso de um favor seu."

"Estou indo pra casa agora, pode falar." Ele disse, sorrindo. Ainda não tinha descoberto nem 1/4 do que sentia por ela. Na verdade, nem sabia sentia algo além de atração pela morena.

"Lembra que eu te disse que não estava conseguindo escrever e a editora me deu um prazo pra mandar um rascunho do meu novo livro pra eles?" Perguntou ela, se referindo à conversa da última visita que fizera a Zoey. A morena estava nervosa por não ter conseguido redigir algo que preste para sua série de spin-offs, sendo que a editora que lançava seus livros, havia ligado dando-a um prazo pra apresentar um rascunho.

"Sim, eu lembro." Respondeu ele. "Espera... o prazo já acabou? Porque eu tenho meus contatos e posso-"

"Não, o prazo não acabou. Eu consegui escrever antes que ele acabasse e mandei pra editora ontem à noite." A morena o interrompeu, sorrindo por saber que ele a ajudaria se precisasse. "Aliás, obrigado por me incentivar. Não acho que teria conseguido sem uma dose de ânimo." Completou.

"Eu nunca li seus livros, mas tenho certeza que são muito bons." Ele disse.

"Se você for uma adolescente sonhadora, talvez sejam." Afirmou ela, rindo. "Mas enfim, eles marcaram uma reunião comigo daqui a uma hora e eu não sei se vou poder ir."

"Mas por que?"

"A Giovana, minha babá, tem aula o dia todo e não pode vir hoje. A Quinn vai comigo na reunião e também não vai poder ficar com a Zoey... Estava me perguntando se talvez você possa ficar com ela." Ela respondeu, hesitante. Confiava em Finn, mas ele nunca havia ficado com a filha sozinho.

"An... claro que eu fico." Afirmou ele, tentando calcular em quanto tempo estaria em casa.

"Vai ser rápido, devo demorar menos de um hora." Rachel disse.

"Vai por mim, com esse trânsito, é impossível." Ele brincou. "Em meia hora, eu devo estar em casa. Se eu não estiver lá quando você chegar, pode deixar a Zoey com a Mirian."

"Quem?"

"Mirian, minha governanta. Ela é meio que uma segunda mãe pra mim, então..."

"Tudo bem, e-eu vou sair de casa agora, porque ainda tenho que passar pra pegar a Quinn." A morena disse.

"Não se preocupa, okay? Já sei tudo que tenho que fazer, inclusive trocar frauda." O quarterback disse, fazendo ela rir.

"Okay. Obrigado, Finn."

"Só estou fazendo meu papel de pai, Rachel." Respondeu.

~x~

Quando ele finalmente chegou ao seu apartamento, Rachel já tinha deixado Zoey e ligado uma vez. Sabia que ela confiava nele, mas ainda era mãe de primeira viagem e zelosa demais.

Finn trocou de roupa, ficando apenas de bermuda e ligou a TV da sala em um jogo de baseball. Deitou-se no sofá, com a filha deitada em seu peito. Surpreendentemente, ela prestava atenção no jogo. Talvez fosse pelas cores que o mesmo apresentava.

Enquanto mandava uma mensagem pra Rachel, avisando que tinha chegado, o quarterback acariciava a filha e "conversava" com ela. Apesar de ela ser apenas um bebê de cinco meses, eles se davam muito bem. Zoey sempre ficava mais calma e alegre com ele por perto, mesmo não dando trabalho nenhum para mãe quando ele estava longe. Apenas ficava irritava às vezes e ouvir a voz dele pelo telefone, funcionava.

Não demorou muita para Rachel ligar novamente para Finn.

"Achei que tinha que estar em uma reunião." O quarterback disse, rindo um pouco.

"Estamos em uma pausa... E eu liguei para saber se está tudo bem." A morena disse, também rindo do seu próprio estado de mãe preocupada.

"Está tudo bem, Rach. A gente está vendo um jogo de baseball." Afirmou ele. "Parece que ela está gostando."

"Quem está jogando?" Ela perguntou.

"Yankees contra os Mets."

"Espero que ela esteja torcendo pros Yankees." A morena afirmou.

"Fala sério, claro que ela está torcendo pros Mets." Contrapôs Finn, sabendo que Rachel era do Broklyn, ou seja, claro que torceria pros Yankees. Ele morava no Quenns, e sempre torcera pros Mets, mesmo antes de ir para Nova York. "Aliás, os Mets estão ganhando."

"Não por muito tempo." Ela o desafiou.

Após se certificar novamente que estava tudo bem, Rachel desligou, voltando para a reunião. Finn e Zoey voltaram a assistir o jogo e os Yankees acabaram virando o jogo. Como se entendesse o estresse do pai, a pequena apenas reclamou da frauda cheia no intervalo do jogo. O quarterback a trocou sem muita dificuldade - demorou a aprender, mas aprendeu muito bem - e voltou para o sofá com a filha.

A reunião de Rachel demorou, mas ela saiu de lá com o contrato assinado para mais uma série de livros, sem prazo estipulado pra ficar pronta. Ela até teria zoado Finn quando adentrou o apartamento e viu que os Mets haviam perdido, mas não conseguiu pensar em mais nada quando viu aquela cena.

O quarterback deitado no sofá, com Zoey em seu peito, ambos dormindo tranquilamente.

Rachel não pode deixar que um sorriso transparecesse em seus lábios.