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"Já tem o que... uns seis meses que você tá com esse problema?" Noah Puckermann perguntou, um pouco mais alto do que seu interlocutor gostaria, mas felizmente não chamando a atenção de ninguém, porque a música estava alta no bar onde os dois se encontravam.

"Fala baixo, cara! Porra! Já é constrangedor o suficiente TER esse... problema... e falar com você sobre isso. Nem o barman, nem as garçonetes do seu bar precisam desconfiar." Pediu Finn Hudson, nervoso, ao melhor amigo. "E tem QUATRO meses e meio." Esclareceu.

"Eu já te dei o telefone daquele aluno do meu pai, cara. Ele é discreto e nem no consultório dele vão saber do seu problema, porque ele também trata de outras coisas."

"Eu to pensando em marcar uma consulta."

"Eu não consigo entender como você ainda tá pensando, cara. Se fosse comigo, em menos de um mês, eu já tava lá!" Puck afirmou, tomando um gole de cerveja. "Se bem que isso simplesmente NÃO ia acontecer comigo, né, cara? Acontece com você justamente porque você pensa demais! Apenas esquece aquilo que aconteceu e segue em frente, brother! Nos dias de hoje, aquilo nem foi grande coisa. Não era de verdade um problema com você e sim uma questão de preferência." Disse, fazendo pouco caso.

"É muito fácil falar, tá?" Finn respondeu, irritado. "Eu tenho pesadelos com aquele dia. Eu... acordo suado no meio da noite. Eu me pergunto o que eu fiz pra merecer aquilo e... se elas tavam falando sério. Eu tento não pensar em nada disso, principalmente quando eu to tentando... você sabe." Disse, franzindo a testa. "Mas sei lá, bro. Deve tá... no meu inconsciente ou qualquer porra dessas. Tudo parece que vai rolar muito bem, até que... não... simplesmente NÃO rola."

Frustrado, Finn tomou a metade da cerveja que ainda restava na garrafa, de uma única vez, e Puck achou melhor mudar de assunto. No entanto, ele sequer conseguiu ouvir o amigo falar, mais uma vez sendo assombrado pelas lembranças de um final de tarde de meses antes, e pelos questionamentos a que elas levavam.

Ele havia saído do trabalho mais cedo, mas nem por isso menos cansado do que em qualquer outro dia de movimento em Wall Street. Adorava a adrenalina correndo em suas veias, com os altos e baixos da Bolsa de Valores, e achava que era a melhor carreira que sua formação em economia poderia lhe ter proporcionado, mas tinha que reconhecer que, muitas vezes, era levado quase à exaustão.

Tudo que o jovem rapaz queria era chegar a sua casa, tomar um bom banho de banheira, deitar em sua cama quentinha com a namorada, com quem dividia o apartamento havia alguns meses, talvez ver um filme ou, com sorte, fazer um sexo gostoso, e, por fim, dormir. No entanto, seus planos foram frustrados de uma maneira que ele jamais poderia ter previsto, quando ouviu gemidos vindo de seu quarto.

Em um primeiro momento, sorrira, pensando que Quinn estava se tocando e que poderia entrar na brincadeira e levá-la consigo para o banho. Em um segundo momento, ao chegar à porta do quarto e encontrar Quinn acompanhada por Santana, sua vizinha e ex-namorada, pensara que poderia se juntar às duas e, finalmente, realizar o sonho de quase cem por cento da população mundial masculina, de fazer sexo a três. Não tardara a chegar, porém, o terceiro momento, no qual fora atropelado pela realidade, vendo as duas garotas, sem qualquer desconfiança da presença dele no apartamento, falarem sobre como era bom o sexo entre elas e sobre como a mesma atividade podia ser sem graça, quando era vivida ao lado dele.

"Eu já tive que fingir tantas vezes que tinha chegado lá, pra não deixar o Finn triste, que eu me sinto até meio culpada... e fico pensando se não deveria conversar com ele." Quinn tinha falado, com todas as letras.

"Eu também fingia muito, chica! Fingia e depois ia tomar banho e resolver meu problema sozinha." Santana rira. "Eu achava que era só porque no fundo eu preferia garotas, mas se você também tá com esse probleminha com ele..."

"Eu não quero terminar com ele, sabe? Ele é doce, carinhoso... o melhor namorado que eu já tive! Mas realmente eu não sinto quase nada com ele. É tão... sem sal." Fizera careta a loirinha com quem ele pensava, então, ter um ótimo relacionamento.

"Você sabe que pode contar comigo pra colocar uma pimenta nessa sua vida, né?" Santana perguntara, maliciosa, e Quinn e ela tinham se beijado, se enroscando debaixo dos lençóis, enquanto Finn fazia finalmente sua presença conhecida, ao atravessar o quarto e entrar no banheiro, batendo a porta.

A lamentável cena fora seguida de Santana indo embora do apartamento, Quinn batendo na porta do banheiro e implorando para que Finn a deixasse explicar, ele saindo, quase uma hora depois, e agindo como se a menina sequer estivesse no apartamento e, no final, explodindo, terminando com ela, e indo dormir na casa dos pais, para se mudar definitivamente no dia seguinte, e nunca mais dirigir a palavra a Quinn ou Santana.

Finn se sentira humilhado, rebaixado, traído, envergonhado, tudo ao mesmo tempo e tudo muito intenso. Ele perdera a namorada, com quem tinha feito planos para o futuro, e uma amiga em quem pensara poder confiar, de uma única vez. Contudo, este se mostrara o menor dos problemas quando ele começara a sair com mulheres novamente e descobrira ter perdido a autoconfiança. Os encontros iam bem até ele e sua pretendente se empolgarem e tirarem suas roupas, mas se frustravam completamente no momento seguinte, quando a potência sexual de Finn simplesmente desaparecia.

Várias cervejas depois, Finn já estava totalmente anestesiado e, deixado sozinho pelo amigo, que foi para trás do balcão do bar, porque o movimento estava muito grande e apenas um barman não estava sendo suficiente, acabou sendo alvo fácil para uma garota mal intencionada. Normalmente, ele acharia nada menos que fantástico ter uma garota bonita se aproximando sem que ele tivesse feito qualquer esforço para tanto, mas, no final da noite, lá estava ele lamentando a própria sorte, ao sair do apartamento da garota sem ter conseguido transar com ela.

Falhar mais uma vez foi a gota d'água! Na manhã seguinte, antes de sair para o trabalho, Finn marcou uma consulta com o médico que fora aluno do pai de Puck na faculdade, e decidiu fazer o que fosse necessário para voltar a ter uma vida sexual, mesmo que ela não fosse a mais satisfatória do mundo para aquelas que antes ele achava serem as meninas de sorte a ocuparem camas (ou outras superfícies) com ele.

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Finn entrou no consultório do urologista extremamente nervoso. Por mais que Puck lhe tivesse assegurado que o médico tratava de outros problemas e não apenas de impotência sexual, sentia como se todos estivessem com os olhos voltados para ele, como se todos os presentes soubessem que ele era incapaz de se manter excitado por tempo suficiente para levar uma relação sexual até o fim, e estivessem controlando o riso.

"Bom dia, senhor!" Finn escutou uma voz angelical e olhou em volta, procurando saber de onde ela vinha. A secretária do médico sorriu e repetiu o cumprimento. "Bom dia, senhor. O senhor tem hora marcada?"

"É... ham... é... sim... sim, eu tenho, sim... meu nome é Finn... Finn Hudson." Ele respondeu, com dificuldade, não mais por estar nervoso em relação à consulta médica, mas porque a voz muito doce pertencia a uma morena de olhos grandes e expressivos, daqueles que carregam um brilho que atribuímos às pessoas genuinamente felizes, e com um sorriso lindo que ele podia jurar que faria qualquer um querer sorrir também. O rosto dela era de uma beleza exótica e emoldurado por cabelos escuros, que pareciam macios, e o faziam querer deslizar as mãos por ele.

"Senhor? Senhor, tá tudo bem?" Ela questionou, de novo de forma muito simpática, mas parecendo confusa, o que fez com que ele se desse conta de que provavelmente ela estivera tentando se comunicar com ele, enquanto ele pensava em acariciar as maçãs de seu rosto e tocar seu pescoço com os lábios.

"Claro." Falou rápido. "Claro... tá... tá tudo bem, sim."

"Ótimo!" Ela sorriu ainda mais amplamente, o que ele teria jurado ser impossível. "O Dr. Shepherd deve estar terminando a consulta anterior à sua. É só aguardar." Afirmou, apontando para um sofá, onde outras pessoas esperavam, provavelmente por outros médicos.

Derek Shepherd também chamou o nome dele algumas vezes, até que ele fosse despertado do transe em que se encontrava, dessa vez observando as pernas torneadas e brilhantes da secretária, e o traseiro pequeno, mas redondinho, que ela empinava, sem perceber, mexendo em um arquivo nada moderno que os médicos da clínica mantinham na recepção.

"O que o traz aqui, Sr. Hudson?" Perguntou o jovem doutor, quando os dois já estavam sozinhos no consultório, sentados frente a frente.

"Pode me chamar de Finn, doutor... por favor. Eu me sinto um pouco mais confortável assim. Já é constrangedor o suficiente vir aqui e..." Engoliu seco. "Bom, é... eu não tenho tido um desempenho normal, se é que me entende."

"É claro que eu entendo... Finn." Assegurou, simpático. "Isso é um dos problemas que resolvemos aqui. Normalmente, não recebo caras tão jovens quanto você com esse tipo de problema, mas... pode acontecer, é claro. Você sofreu algum tipo de trauma recentemente?" Perguntou, em tom bastante profissional, se preparando para fazer anotações.

"É, doutor. Um puta trauma... pode ter certeza!" Cuspiu. "Ai, cara, me desculpa." Pediu, percebendo sua excessiva informalidade.

"Está tudo bem, Finn." O outro riu. "Qualquer homem fica desconcertado ao enfrentar um problema como esse. Isso causa vergonha, insegurança em outras áreas até." Finn apenas balançou a cabeça, concordando. "Bom, a gente pode atacar o problema de duas formas. Como você me confirmou que teve um trauma, seria importante fazer um acompanhamento psicológico, mas você pode fazer isso apenas, e aguardar uma melhora progressiva..."

"Ou?" O paciente interrompeu, ansioso.

"Ou eu posso te passar um remédio, que você vai tomar pra poder ter alguma atividade sexual, enquanto trata da origem do problema. Eu só aconselho que ele seja usado com moderação, é claro... e que você não o veja como solução e abra mão do verdadeiro tratamento."

"Ok." Finn balançou a cabeça efusivamente. "Ok, eu prefiro essa opção, porque eu acho que só vou piorar se eu continuar falhando todas as vezes... é MUITO vergonhoso!" Foi a vez do médico de somente concordar por meio de um movimento leve de cabeça.

Os dois conversaram um pouco mais e então o urologista verificou que estava sem receituário em sua mesa de trabalho, e pediu à secretária que levasse um para ele. Finn ficou hipnotizado, mais uma vez, na presença dela, e sentiu seu corpo reagir quando ela se abaixou para pegar algo que deixara cair no chão, e parte de seus seios acabaram expostos, bem no campo de visão dele.

Finn sentiu o membro ficar apertado na calça quando ela se levantou e ficou corada, por perceber onde o olhar dele tinha repousado. Poderia jurar que ela tinha saído mexendo mais os quadris do que ao entrar, mas tentou se convencer de que era só o seu desejo de melhorar e de ter uma mulher como ela em sua cama, e conseguir fazer com ela o que ela merecia, falando.

Há muito tempo não se sentia tão excitado, e ele nem mesmo tinha tocado nela. Porém isso não significava que ele estivesse curado, já que nos últimos meses ele havia tido ereções, várias vezes, e até se masturbado, e o problema tinha sido somente não conseguir manter as ereções e efetivamente fazer sexo com alguém. Não tinha razão alguma para assumir que não precisaria mais da esperança em pílulas que o doutor estava oferecendo a ele.

Saiu do consultório com uma receita de Viagra na carteira e pensamento positivo na cabeça. Teve vontade de sorrir, de cantar, e até de ligar para o trabalho e inventar uma gripe forte, só para passar o dia inteiro assistindo a filmes de ação, daqueles que todo macho de verdade curte. Ele iria ser completamente homem de novo, e, para começar, precisava mostrar a si mesmo que tinha "culhones", como Santana gostava de dizer, e chamar uma certa garota para sair.

"O senhor quer deixar outra consulta marcada, Sr. Hudson?" A secretária perguntou, quando o viu se aproximar de sua mesa.

"Não, obrigada." Ele sorriu. "É... Rachel, não é?" Questionou, lembrando-se do nome que o chefe dela dissera, ao pedir-lhe o receituário.

"Sim. Rachel... Rachel Berry."

"Então... é... Rachel." Respirou fundo e se aproximou mais, baixando a voz. "Será que eu poderia te convidar pra um... café, no seu horário de folga?"

"Eu sinto muito, Sr. Hudson." Ela disse, sincera. "É muito gentil, mas eu não posso sair com um paciente da clínica... mesmo que seja só pra um café." Ela o olhou de forma sugestiva, demonstrando que conhecia as reais intenções dele e que gostaria de aceitar, mas estava seguindo regras.

"Mas eu não sou paciente da clínica." Falou com voz mansa, sorrindo de lado. "Eu só tive uma consulta... e nem vou voltar." Afirmou, sustentando o olhar no dela.

"Finn... ham... digo, Sr. Hudson." Ele a olhou, esperançoso. "Eu não posso! Se alguém descobre que nos conhecemos aqui, que me chamou pra um encon-... digo, café... e eu aceitei, eu perco meu emprego. Desculpe, de verdade, mas eu PRECISO desse emprego."

"Eles são assim tão rigorosos?" Ela afirmou que sim, balançando a cabeça, e ele suspirou, frustrado, enfiando as mãos nos bolsos e se afastando. "Foi um prazer conhecê-la, Srta. Berry." Afirmou. E, então, saiu do local, já sem tanta vontade assim de sorrir.

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Finn se jogou no sofá, cansado. Os últimos dias tinham sido uma loucura! Ações de várias empresas tinham tido altos e baixos inesperados e ele tivera que fazer plantões para dar conta de não levar seus contratantes à bancarrota. Além de fazer o trabalho de corretagem, ele mesmo também tinha ações dessas poderosas multinacionais e, se não ficasse extremamente atento, poderia ter um prejuízo muito grande, então se concentrou como nunca e esqueceu a própria vida e os problemas mais íntimos, sendo visitado apenas nos pesadelos por suas duas ex-namoradas traíras, e nos sonhos bons pela secretária deliciosa do Dr. Derek Shepherd.

Seu telefone fixo tocou e ele achou muito estranho, porque havia momentos em que sequer se lembrava de que ainda possuía um telefone em casa. Todos os amigos, o irmão e os pais ligavam para o celular dele, não querendo perder tempo, uma vez que ele quase não parava no apartamento. Quando não estava trabalhando, normalmente Finn ia relaxar tomando cervejas incontáveis no bar de Puck ou inventava campeonatos de pôquer com Sam, Jake, Ryder e Mike, para a insatisfação das namoradas dos quatro.

"Alo." Atendeu, esperando ouvir do outro lado algum funcionário de telemarketing noturno.

"Finn?" Perguntou, hesitante, alguém com uma voz que, mesmo assim, era familiar, mas ele achou que devia estar delirando. "Finn, é você?" Ela insistiu e ele teve certeza de que se tratava da garota que o fizera voltar a acordar molhado pela manhã, como só tinha sido comum durante sua adolescência.

"Sou eu." Falou depressa, antes que ela desistisse de falar com ele e desligasse. "Sou eu, sim. Quem tá falando?" Preferiu se fazer um pouco de bobo, uma vez que ela poderia estar ligando por razões profissionais e, nesse caso, se ele demonstrasse ter memorizado até a voz dela, aí sim faria o papel de um completo idiota.

"É... Rachel, a secretária da clínica, onde você esteve há uns dias." Ela declarou, sem jeito, e sua voz parecia carregada de expectativa. Percebendo o risco que ela correra ao ligar, pensando na vergonha que ela provavelmente sentiria se ele não se lembrasse dela, ele sorriu, satisfeito.

"Ah, claro! Aquela coisa linda que me deu o fora, hum?" Brincou e a escutou rir do outro lado da linha.

"Não foi bem um fooora. Eu só..." Respirou fundo, antes de continuar, rápido, como se tivesse medo de se arrepender. "Você tem certeza de que não vai MESMO mais à clínica? Porque eu pensei e... se você não for mesmo e... se guardar segredo... e aquele café for longe de lá e num horário tipo... agora... eu poderia aceitar."

"Agora? Sério?" Ele se mostrou mais animado do que gostaria. Era difícil demais se mostrar indiferente a ela!

"É sério, mas se você não puder..."

"É claro que eu posso!" Ele podia não querer parecer desesperado, mas perder a oportunidade era algo que ele queria menos ainda. "Onde você mora? Eu to indo te buscar."

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Chamar para um café é apenas um jeito gentil de convidar alguém que se acabou de conhecer para um encontro, então, quando Finn pegou Rachel na porta da casa dela, eles decidiram juntos que ir ao cinema e depois comer alguma coisa seria um programa melhor.

Durante o trajeto de carro, os dois falaram sobre as músicas que tocavam no rádio e, motivados pelo programa escolhido, trocaram impressões sobre filmes. Não falaram sobre nada pessoal, mas conversaram como se conhecessem um ao outro, e não como dois estranhos. Finn só não se sentia total e completamente à vontade com Rachel porque temia que ela percebesse que ele a observava seu corpo com desejo e pensasse que ele não passava de um tarado.

É claro que ele queria fazer sexo com ela! Talvez fosse a coisa que ele mais quisesse desde que tinha conhecido a garota, na sala de espera em que ela trabalhava. Quando ele pensava na cura, automaticamente também pensava nela, como se uma coisa e outra pudessem ter alguma espécie de ligação, mesmo enquanto ele imaginara que não a veria mais.

Ele, contudo, não era esse tipo de cara que usa e abusa das mulheres. Nunca tinha sido e Rachel parecia uma garota legal demais para ele começar esse tipo de comportamento logo com ela. Além do mais, ele teria que, no mínimo, ser legal o suficiente para conseguir um segundo encontro, afinal, diante de toda a confusão que tinham sido seus últimos dias, e da rapidez com que tinham marcado aquele primeiro, ele não tinha adquirido as famosas pílulas para "levantar defunto", como Puck gostava de falar, grosseiramente.

"Você pode escolher o filme." Ele afirmou, ajudando-a a descer de sua pick-up. "Eu só vim pela pipoca." Debochou.

"Ah, é?" Ela disse, fingindo estar ofendida. "Eu me arrumei e me perfumei toda e nós nem vamos jantar em um restaurante legal, porque você vai se encher de porcaria no cinema?"

"Huuuum... talvez eu abra mão da pipoca, então, e vá ao cinema pela garota." Ele sorriu e ela fez o mesmo, então ele pegou a mão dela e os dois seguiram de mãos dadas em direção à bilheteria. "Você tá linda, aliás. E eu que achava que você não poderia ficar mais gata do que quando eu te conheci, hein?"

"Obrigada, Finn. Você também tá mais gato ainda, apesar de parecer um pouco cansado. Naquele dia você parecia meio... tenso."

"É... eu não tava nos meus melhores dias mesmo." Minimizou, não entrando em detalhes. Os dias ruins ainda não tinham ficado completamente para trás, mas agora era questão de tempo. A consulta com o terapeuta já estava marcada e as pílulas seriam compradas no dia seguinte, sem falta.

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Finn não tinha comprado pipoca para guardar o apetite para jantar em um restaurante descolado com Rachel. O lanche típico de cinema, no entanto, não fez falta alguma, apesar do apetite dele estar super aberto. Seu anseio não era bem por comida e ele se deliciou com uma coisa muito mais gostosa que pipoca.

Apesar de ter realmente deixado Rachel escolher o filme, ele não havia permitido que ela visse nem um quarto do mesmo, antes de começar a sussurrar em seu ouvido que o perfume dela o estava distraindo, e que estava entediado e com sono, e ela precisava fazer algo para acordá-lo, até, finalmente, ser direto e perguntar se ela queria mesmo ver o filme, o que arrancara uma gargalhada dela e protestos de pessoas na plateia.

"Eu não vim pelo filme, bobo." Ela falara bem baixinho, no ouvido dele, para não despertar ainda mais a ira de quem estava em volta. "E nem comprei pipoca, então... você pode me beijar, se quiser."

Os dois tinham se beijado até o filme terminar (e também os créditos), e a luz ser acesa na sala de cinema. Só se afastavam para respirar, e logo grudavam de novo seus lábios e procuravam a língua um do outro, viciados no que o irmão dele chamaria, enojado, de uma troca insana de saliva. O rapaz sentira seu membro tão duro e necessitado de alívio, apesar de não ter ousado tocar a garota em nenhum lugar mais íntimo, que não sabia como ainda podia sobrar algum sangue circulando tão longe, em seu cérebro.

Agora, estavam esperando a conta do restaurante onde tinham jantado chegar, impacientes por estarem em um lugar onde tinham que manter seus lábios separados.

"Que tal se a gente fosse dançar?" Ela o surpreendeu com a nova ideia, se mostrando muito animada com ela.

"Dançar, Rach? Eu... sou péssimo dançarino, linda." Assegurou, segurando a mão dela sobre a mesa.

"Dançar é só uma desculpa pra noite não terminar ainda, bobo." Ela sorriu e piscou para ele, de um jeito que o fazia incapaz de resistir. "Por favor!" Continuou, manhosa, e ele soube, naquele momento, que ela seria sua cura e sua doença.

Capítulo 1

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