High Five Stories

 

"Rach?" Ela ouviu uma voz distante a chamar. Voz, tal qual foi ficando cada vez mais perto, a medida que seu apelido era chamada de novo, e de novo. Sabia que só existia uma pessoa que pronunciava seu apelido daquele jeito. Um jeito que ela adorava.

Logo, ouviu um choro de bebê. Era Zoey. Estava mais resmungando que chorando, provavelmente cansada de tanto gritar. E ela conhecia aquele choro, era de fome. Acordou imediatamente, sabendo que havia perdido a hora da mamada da noite.

"Q-Que horas são?" Perguntou, coçando os olhos, e sentando-se na cama. Finn estava apenas de cueca, com Zoey esfomeada em seus braços. Viu preocupação nas feições dele, enquanto procurava sua calcinha no chão. Achou-a rapidamente e ainda pegou a camisa social dele, não muito longe.

"Onze e pouca." Respondeu o quarterback, entregando filha para Rachel, novamente sentada na cama.

"Eu dormi durante quatro horas?" Ela perguntou, surpresa e ele assentiu.

"Você quer que eu saia ou..?" Finn perguntou, coçando a nuca ao vê-la dar o seio para a Zoey. Ele não tinha visto a filha ser amamentada, porque a morena não deixava e sempre dava mamadeira para a pequena quando ele estava por perto.

"Não, pode ficar." Afirmou ela, sorrindo em resposta. "Não tem nada que você nunca tenha visto mesmo." Comentou.

Finn riu e sentou-se na cama, colocando Rachel entre suas pernas. Rodeou as duas mulheres de sua vida com seus braços e beijou a bochecha da morena, apoiando a cabeça no ombro dela logo depois. Já havia tido muitos momentos família com ambas, mas aquele, com certeza, era o melhor. Além do primeiro de muitos momentos sublimes que tanto Finn, quanto Rachel, realmente esperavam que viessem.

~x~

Quinn demorou um pouco para achar a chave que correspondia a do aparatamento de Rachel, mas achou. Estava com pressa, eufórica e, acima de tudo, extremamente nervosa. Era domingo de manhã e ela teria dormido até mais tarde, ou passaria o dia trancafiada em seu apartamento com o namorado, se não fosse aquele maldito blogueiro.

Ligou para Rachel, para Puckerman e, até mesmo, para Finn, mas nenhum dos três atenderam. Puck era de esperar. Afinal, tinha sido abandonado no altar no dia anterior. Mas o homem de moicano não devia deixar a vida pessoal interferir na profissional. Apesar de tudo, a loira não pode deixar de sentir pena dele ali, sentado no altar com as cabeça entre as mãos. Apenas queria abraçá-lo e dizer que ia ficar tudo bem.

Mas não fez. Tentou se comunicar com Santana novamente, à procura de explicações, mas foi Brittany que atendeu o celular da latina. Dissera que a melhor amiga precisava de um tempo sozinha pra colocar as ideias em ordem. Quinn não insistiu. Apenas deu de ombros e desligou. Não sabia nem o porque estava se preocupando com aquilo.

O motivo seria o fato de não querer ver o cara que amava sofrendo? Talvez. Mas no momento, ela estava focada em algo mais importante.

"Rachel?" Gritou, assim que adentrou o apartamento. Percebeu movimentação na cozinha e seguiu até o cômodo, encontrando a melhor amiga vestida em uma camisa social masculina. Nem se tocou na hora.

"Quinn?!" A morena se assustou, quase deixando a caneca em sua mão, cair. "O-O que faz aqui?"

"Que susto foi esse, hein? Está devendo por acaso?" Perguntou, tirando o iPad da bolsa e abrindo o navegador onde queria.

"N-Não, não foi nada." Mentiu a morena, encarando a feição de preocupação da loira. "O que foi? Aconteceu algum coisa?" Perguntou, tranzendo a preocupação da amiga para si. Checou a porta da cozinha e suspirou de alívio por Finn ainda estar tomando banho. Carole havia ligado minutos antes, preocupada com o filho. Convenceu o quarterback a arrumar um desculpa qualquer, porque não queria ainda que ninguém soubesse do que eles tinham - seja lá o que for.

"Leia isso." Quinn pediu, entregando o iPad à Rachel. A morena reconheceu o site cor-de-rosa. Perez Hilton havia aprontado.

Papa Hudson, será?

Fontes dizem que Finn Hudson, o prodígio dos Giants, não conseguiu segurar o amiguinho dentro das calças e engravidou escritora

Para qualquer pessoa bem informada, o fato de que Finn Hudson (28), quarterback dos Giants, não é homem de uma mulher só. Sempre é visto com diversas mulheres e muitas vezes, com mais de uma por semana. Recentemente, foi flagrado com Marley Rose, a mais nova princesiva de NY e, também, filha do dono do time que o mais novo papai da Big Apple joga.

Finn também é frequentemente visto estacionando e passando longas horas em um certo edifício em Mannhattan. Foi aí que matamos a charada. Uma pessoa próxima ao quarterback afirmou que ele havia, recentemente, se tornado pai. Rachel Berry (32), escritora da saga "Os Imortais" reside no tal edifício, e deu á luz á sua filha, Zoey, também recentemente.

Conhecidência? Talvez não. Apenas posso afirmar que, até mesmo a mais íntegra das pessoas, não resiste ao charme de Finn Hudson.

"Rachel, eu preciso da minha ca-" Finn adentrava a cozinha, já vestido com sua calça e sapatos, quando avistou Rachel, com um expressão nada boa encarando o iPad, e Quinn, ao lado dela. "Oh, hey Quinn!" Cumprimentou a loira.

"Esse tal de Perez não tem esse direito. Não tem direito que me expor desse jeito." Rachel disse, bufando de raiva.

"Suponho que ainda não saiba, não é mesmo?" Quinn disse, empurrando o iPad para Finn, que logo leu a matéria.

"Filho da puta! Esse cara não tinha esse direito!" Exclamou, tão revoltado quanto a morena.

"Olha, não estou defendendo ele, nem nada... mas ele apenas redigiu e publicou a notícia." A advogada disse. "O problema de tudo é essas tal fontes que ele cita. Não havia como te relacionar com a Rachel e a Zoey, ao menos que alguém disesse que você virou pai. E foi exatamente o que aconteceu." Explicou, tentando manter a sanidade entre eles.

"Você acha que alguém do time, ou algum vizinho seu tenha abrido a boca?" Rachel perguntou ao quaterback, que tinha a mão no próprio queixo, acariciando a barba. A mesma que havia lhe dado arrepios muito bons na noite anterior.

"Não, acho que eles não fariam isso... Mas..."

"Mas o que?" Quinn perguntou.

"Quando saí com a Marley no sábado e a Rachel me ligou porque a Zoey estava mal... m-me lembro de ter saído desesperado do apartamento dela dizendo que minha filha estava no hospital." Respondeu o quarterback, - como dito na notícia - matando a charada.

"Ela teria motivos pra fazer isso?" A loira perguntou, enquanto a melhor amiga apenas observava.

"Yeah, claro... A gente estava quase... quase, você sabe. E foi quando meu celular tocou." Respondeu ele.

"Vadia!" Rachel sussurrou, não só sentindo ódio de Marley por ter difamado ela e Zoey, mas também por ela ter quase você sabe com Finn.

Formaluram várias suposições sobre como sair daquela situação e passaram boa parte da manhã discutindo tal tema. Foi só quando tiveram uma pausa e Quinn percebeu Rachel com a camisa social enorme e Finn sem camisa, que a loira ligou os pontos.

"Espera, vocês dormiram juntos?!"

~x~

Naquele mesmo dia, Quinn apertou a campainha de um certo apartamento no Queens e esperou, esperou e esperou. Estava totalmente sem paciência, queria poder ir embora e passar o dia com Sam, mas, infelizmente, não podia.

"Noah Puckerman, abre essa porta agora!" Ela gritou, socando a porta com cada vez mais força.

"Por que eu deveria?" Uma voz de dentro do apartamento disse.

"Porque uma certa bicha recalcada descobriu que o Finn é o pai da Zoey e transaformou a vida deles dois, e da Rachel, em um inferno." A loira disse, eufórica e feliz, quando a porta se destrancou. Seu sorriso morreu na hora ao avistar Puck em um estado de dar pena. Rosto inchado, olhos vermelhos e um cheiro de álcool insuportável. "Você está... bêbado?"

"Isso não interessa. O que o Perez fez dessa vez?" Ele perguntou, sendo completamente rude.

"Hey, calma... Posso entrar?" Perguntou a loira, tentando amansar a fera. Também tentou ignorar o fato de que ele estava apenas de cueca, deixando seu corpo definido à mostra.

"Tá, entra." Disse ele, dando espaço para a loira passar. Puck havia, sim, bebido, mas não estava bêbado. Ele não ficava bêbado com facilidade e, se fosse pra fazer coisas idotas, ele fazia sóbrio mesmo.

"V-Você está bem?" Perguntou ela, tomando a liberdade de se sentar no sofá.

"Ah sim, estou ótimo." Disse, com ironia. "A mulher que eu achava ser o amor da minha vida me abandonou no altar e eu não podia estar mais feliz." Completou ele, impaciente. Estava com tolerância zero para lidar com as pessoas. Por isso, todos os tipos de tecnologia da comunicação daquele apartamento estavam desligados. Já não tinha mais esperança que Santana ligasse e, sinceramente, não queria falar com ela.

"Okay, me desculpe se me preocupo com você." Quinn disse, realmente ofendida com a impaciência dele. Bom, ela devia dar um desconto, mas também estava impaciente.

"Me perdoa, okay? Você sabe muito bem porque eu estou assim... mas valeu pela preocupação." Disse ele, coçando a nuca.

"Sabe do que você precisa?" Perguntou Quinn.

"Do que?"

"De um abraço." Afirmou ela.

"O que?!"

"Um abraço. Nunca ouviu falar?" Perguntou a loira, levantando-se.

"Yeah, mas... eu achei que você me odiasse." O homem de moicano afirmou, sabendo da quantidade de vezes que ela havia o xingado or da encima dela.

"Eu não... Eu não te odeio. N-Na verdade, a gente tem que começar a se dar bem, não acha?" Perguntou ela, deixando ele surpreso e confuso. "Vamos ser padrinhos do casamento e dos próximos filhos do Finn e da Rachel." Explicou, sorrindo.

"Eles passaram a noite juntos mesmo?" Perguntou ele.

"Aham, passaram sim." A loira afirmou, vendo um pequeno sorriso se formar nos lábios dele.

"Finalmente, né?" Disse.

"Pois é." Quinn disse, sorrindo levemente. "Agora vem aqui." Pediu ela, abrindo os braços. Ele hesitou um pouco, mas se aproximou a abraçou, sentindo um alívio tomar conta de seu peito.

"Y'know, queria que você estivesse no lugar da Santana." Puck afirmou, ainda nos barços da loira.

"Queria que eu te abandonasse no altar?" Ela perguntou, confusa.

"Não, não. Queria que você f-fosse a mulher que iria passar o resto da vida comigo." Ele respondeu, fazendo-a arregalar os olhos.

"O que?! Você está bêbado, Puck!" Afirmou ela, se livrando dos braços dele.

"Não, eu não estou. Eu amo você, Quinn." O homem de moicano exclamou, deixando ela mais pasma. Pasma porque, daquela vez, ela sentia que era verdadeiro e, também, recíproco.

Estava tão absorta em seus pensamentos e pasma com aquele fato, que só percebeu que Puck havia a puxado pela cintura, quando seus lábios se tocaram.